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Drauzio diz que quando viu João de Deus pela 1ª vez já soube que era bandido

O médico diz que o charlatão
 enganou pessoas simplórias e,
 pior, gente que teve o privilégio
 de frequentar boas escolas

O médico oncologista e divulgador científico Drauzio Varella (foto) escreveu um artigo dizendo que, quando viu o curandeiro João de Deus pela primeira vez, na TV, ele não hesitou em falar a sua mulher: “É bandido”.

“Se aprendi alguma coisa em 30 anos frequentando cadeias, foi a reconhecer marginais. Podem disfarçar os modos, o jeito de andar, o palavreado, os gestos, mas o olhar os trai”.

Varella, que tem abordado tema da medicina no programa Fantástico, escreveu que “a televisão tem o dom de entregar os olhos do personagem e, como diz o povo, eles espelham a alma. É por isso que, mesmo sem saber por quê, o espectador percebe quando o entrevistado mente, por mais razoáveis que pareçam os argumentos evocados por ele”.

“O tal João que apregoava incorporar o espírito de um médico do além-túmulo, que lhe trazia a capacidade de curar enfermos, tinha o olhar em desencontro com a expressão piedosa que a fisionomia se esforçava para transmitir, fugidio, arisco, incapaz de se fixar nos olhos da repórter que o entrevistava”.


Drauzio Varella revelou que alguns de seus pacientes chegaram a procurar João de Deus em Abadiânia, em Goiás, mas não sabe quantos foram.

“Dos que admitiam ter ido boa parte se dizia decepcionada pela evidência dos interesses comerciais envolvidos no atendimento, enquanto outros se consideravam beneficiados pela paz emanada nas bênçãos e pela névoa de espiritualidade que acreditavam envolver o ambiente.”

O médico escreveu que, com certeza, o curandeiro transmitiu por décadas os vírus das hepatites de infecções durante a “cirurgia” que fazia raspando córneas com o lado cego de bisturi, “sem que a Vigilância Sanitária se dignasse a molestá-lo”.

“Acreditaram que suas habilidades mediúnicas se estendiam aos vírus e às bactérias?”

Drauzio Varella disse ter acompanhado o surgimento de “curandeiros que apregoavam trazer a saúde de volta aos desenganados, graças à intervenção de entidades extraterrenas que reencarnavam em seus corpos bem aventurados”.

Mas João de Deus superou a todos, por enganar muita gente por um longo tempo, até que o jornalista Pedro Bial entrevistou mulheres que sofreram abuso sexual do curandeiro, inciando o processo de dezenas de denúncias.

Drauzio Varella disse não se chocar com a boa-fé de pessoas simplórias que foram ludibriadas pelo vigarista, mas ele fica abismado com “os crédulos que desfrutaram o privilégio de estudar em boas escolas” que procuraram João de Deus.

Trata-se de uma referência aos ricos e famosos que procuraram o charlatão em Abadiânia, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal.

“Depois de condenado a mais de 50 anos de cadeia por pequena parte de seus crimes, há devotas que teimam em visitar a hoje decadente Abadiânia, na esperança de captar eflúvios energéticos remanescentes nas instalações em que o vigarista as abençoava.”

“Em pleno século 21, como podem crer em milagres, em curas mirabolantes e em personagens tão bizarros quanto esse senhor?”

Com informação da Folha de S.Paulo.




Já existem 506 relatos de mulheres que acusam João de Deus de abuso

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Comentários

Muito bom, gostei. Mas, sabendo que o sujeito, lá atrás, era "bandido", é de se perguntar por que ele, o Drauzio, não deu a cara à tapa? Ele poderia ter evitado MUITOS abusos, estupros, corrupção... Veja essa brevíssima resposta do Padre Quevedo (entre tantas), a respeito de João de Deus & Cia., exatamente no dia 25/08/2000 (aos 2:40), portanto, há 20 anos!

https://youtu.be/D7-ynoVhNyU
Eduardo Banks disse…
Amigo, a avaliação do Dráusio é SUBJETIVA; como ele poderia acusar alguém de ser "bandido", apenas com base no OLHAR do sujeito, e sem que tivesse qualquer indício ou sinal material de crime? O Dr. Dráusio Varella estaria na mesma situação de quem ouvisse a voz de um "espírito" que lhe falasse "o teu vizinho é assassino"; você, nunca situação dessas, chamaria a polícia, dizendo que "um espírito falou" ou que "tem uma percepção de que o olhar dele é o de um pessoa suspeita, que tem algo a esconder"? Lógico que não; esse tipo de "alerta" que podemos ter ao confrontar pessoas dissimuladas servem para que não confiemos, e fiquemos de prevenção contra elas, mas não é permitido comunicar a terceiros, ainda mais autoridades, sem nenhuma prova. Agora temos a prova, os testemunhos de dezenas de vítimas. Além do mais, o Dr. Dráusio sentiu que o João de Deus era "bandido", mas não tinha como saber que espécie de crime ele cometia, podendo ser apenas um aproveitador e estelionatário. Ser estuprador é algo horrendo demais, para que se pudesse prever!

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