Pular para o conteúdo principal

Padre diz que a Igreja ainda não entendeu a seriedade dos abusos sexuais

Padre Daniel Portillo disse
 ser vergonhoso saber que
 em alguns países a Igreja
 ainda nada fez contra
sacerdotes pedófilos

por San Martin
para o site católico Crux

Quando o jornal Boston Globe divulgou uma série chocante de notícias sobre os escândalos de abuso sexual clerical na cidade de Boston em 2002, o padre Daniel Portillo [foto] era seminarista.

Quando o padre mexicano Marcial Maciel, o infeliz fundador dos Legionários de Cristo, acusado de abusar de menores, morreu em 2005, Portillo estava em Roma e viu como alguns membros da ordem fundada pelo falecido padre ainda o rotulavam como santo.

Quando a Igreja Católica na Irlanda foi sacudida por novas revelações sobre a dimensão da crise dos abusos sexuais na Ilha Esmeralda, em 2009, Portillo estava sendo ordenado diácono.

Hoje, dez anos após a sua ordenação, ele lidera um ministério moldado por esses eventos: ele é o fundador do Ceprome, um centro interdisciplinar de proteção às crianças da Pontifícia Universidade do México.

O centro organizou um workshop entre os dias 6 e 8 de novembro de 2019 sobre a proteção às crianças na América Latina.

Conversando com o Crux no domingo, 10 de novembro de 2019, Portillo falou sobre o seminário, mas também sobre o impacto que a crise dos abusos clericais teve sobre ele.

“Às vezes eu me pergunto se realmente entendemos a seriedade do problema e acredito que não”, disse.

 “Não quero parecer insensível, mas parece quando uma pessoa descobre que está com câncer em estágio inicial: às vezes, ela prefere não falar sobre isso, negando o diagnóstico, em vez de aceitar a realidade.”

Portillo também reconheceu que, se fosse um leigo com filhos hoje, ele não teria certeza de que “tentaria continuamente que meus filhos fossem católicos amanhã, com uma Igreja que não é capaz de ser transparente sobre essas coisas ou sobre as suas finanças”.

Eis a entrevista.

O que você achou do curso? Era o que você esperava?

Eu me sinto muito grato a Deus, especialmente pela experiência de poder conhecer pessoas e instituições diferentes que estão trabalhando na mesma missão. Segundo, as expectativas excederam o que pensávamos, especialmente no que diz respeito ao envolvimento ativo dos participantes e também com o interesse dos palestrantes, não apenas pelas suas intervenções, mas também por quererem ouvir os outros.

Além disso, fora da sala, continuamos conversando e conversando, indo mais fundo. Havia uma equipe que nos ajudou a fazer uma avaliação, por meio de entrevistas, sobre as impressões dos participantes. As impressões foram muito favoráveis, com o pedido de que o encontro continue por uma semana. Além disso, os bispos se deram a oportunidade de continuar ouvindo. Em uma palavra, acho que foi um ambiente de aprendizagem para todos e um lembrete de que, no ambiente de prevenção, sempre podemos continuar aprendendo, mantendo-nos em uma escuta ativa.

Quais são os desafios futuros?

O primeiro é o das sinergias, ou seja, embora as conexões estejam sendo estabelecidas em diversos países, continua sendo um grande desafio manter essas sinergias e o espírito colegial entre as diversas instituições. Segundo, a aprendizagem ao longo da vida, ou seja, não nos conformarmos com o que sabemos hoje, mas nos mantermos atualizados com o que outras instituições estão desenvolvendo em seus ambientes. E outro desafio é uma decisão forte e franca sobre a questão da luta pela Igreja. Isso pode não ser possível, mas estamos enfrentando uma das situações mais críticas na Igreja.

O que significa para você lutar pela Igreja?

Que, diante da decepção por causa do acobertamento, diante da decepção por causa de casos específicos de abuso, permanecer como parte da Igreja não é fácil, porque permanecer como padre de uma Igreja que ocultou, que tem sido negligente, não é fácil.

Em outras palavras, acobertar não é proteger?

Exatamente. Seria o oposto de proteger. E, nesse sentido, é importante percebermos que a prevenção é uma missão dos batizados. Se pensarmos que a prevenção é hierárquica, nada será feito. A prevenção é essencial, é um direito da humanidade e também é uma missão dos batizados. Podemos sustentar isso a partir da Evangelii gaudium

Dói conhecer padres da nossa geração ou pessoas com quem fomos ao seminário que abusaram sexualmente de crianças. Isso é muito doloroso. Quem quer que seja membro da Igreja Católica deve entender que uma parte do fato de nos chamarmos católicos é fazermos parte do ministério de prevenção na Igreja.

Dom Ali Herrera, durante uma de suas apresentações, disse que, enquanto os “gringos” avançavam, a América Latina fazia pouco ou nada. Você concorda com esse diagnóstico?

Sim. Ainda hoje é vergonhoso saber que existem países que não fizeram nada. Isto é, absolutamente nada.

Em que sentido?

Que eles não começaram a gerar consciência, nem começaram a reconhecer os danos que causamos, nem a culpa que temos. Que não estamos pensando no que podemos fazer para resolver isso. E nós [como Ceprome] sabemos disso, porque, para nós, é onde é mais difícil entrar.

Algum exemplo de país da América Latina em que nada foi feito?

Honduras.

Para onde o Ceprome está indo agora?

Rumo a gerar sinergias e colaborações com diferentes países, especialmente com pessoas que estão estabelecendo comissões nas Conferências Episcopais nacionais ou coordenando comissões diocesanas ou congregacionais. 

Queremos estabelecer o conselho latino-americano baseado em quatro princípios fundamentais: sinodalidade, colegialidade, transversalidade e interdisciplinaridade – todos os quais são essenciais para nós.

Como membros da Igreja, todos participamos desse problema e, como tais, somos todos chamados a ajudar a resolvê-lo. Não podemos deixar isso nas mãos de poucos. Acredito que cada pessoa pode contribuir com alguma coisa e, por menor que seja essa contribuição, ela soma. Não podemos promover um princípio de exclusividade, segundo o qual apenas um punhado de pessoas — por exemplo, canonistas ou especialistas — pode contribuir para acabar com isso. Precisamos servir a todos. 

Existe uma boa população de irmãos e irmãs batizados que estão feridos e decepcionados com a sua Igreja, porque, ainda hoje, a Igreja não forneceu um relato verdadeiro do que aconteceu.

Como católico, eu me sinto decepcionado, até hoje, porque a nossa Igreja não nos contou o que aconteceu. Fomos informados por outras pessoas, incluindo a mídia, e elas nos aproximaram da realidade, para entender o porte da crise. Mas ser informados por “pessoas de fora” aumenta a dor.

Mesmo hoje, ainda não sabemos o que aconteceu com o ex-cardeal Theodore McCarrick, que foi removido do sacerdócio no início deste ano, após ser considerado culpado de abusar sexualmente de seminaristas...

E é a mesma história. Ao tentar “proteger” a instituição, muitas vezes se gera um escândalo ainda maior. Nesse sentido, eu acho que temos uma dívida muito grande, e, como eu disse durante a minha palestra, a dívida não é apenas com as vítimas primárias, mas também com toda a comunidade dos fiéis, porque não fomos claros com eles.

Se um membro sofre, todos sofrem…

Exatamente. Eu me pergunto se [às vezes na Igreja] o sofrimento é entendido como masoquismo. Continuamos ferindo, em vez de pensar no que podemos fazer para aliviar o sofrimento do outro, sendo claros com todos. De que maneira podemos aliviar o sofrimento do outro? Sendo claros com todos. Informando as pessoas de que a Igreja fala de cabeça erguida e com clareza. É muito estranho perceber que, por trás de toda essa questão, encontramos outras questões nas quais não pensamos ou imaginamos que estão na origem de tudo isso. Porque não se trata apenas de uma questão de comportamento sexual. O fato de isso continuar ocorrendo hoje é um termômetro eclesial.

Clericalismo, abuso de poder...

Sim. Dom Ali falou sobre isso como uma questão de ambientes tóxicos. Trata-se de saber que há dinâmicas entre nós que estão nos ferindo e prejudicando a Igreja, algumas das quais não são de natureza sexual. As pessoas estão abandonando a Igreja, e estamos fechando os olhos diante disso.

Continuando a acreditar que elas não estão abandonando a Igreja por causa dos fracassos dela, mas sim por causa da secularização?
Exatamente. O que ficou evidente hoje em dia é que não existe uma boa disposição eclesial para responder à crise. Se esta é realmente a maior crise da Igreja, eu me pergunto como é possível que, sabendo o que a Igreja está sofrendo, essa situação ainda permaneça desconhecida e sem enfrentamento em algumas partes do mundo?

Às vezes eu me pergunto se realmente entendemos a seriedade do problema e eu acredito que não. Não quero parecer insensível, mas parece quando uma pessoa descobre que está com câncer em estágio inicial: às vezes, ela prefere não falar sobre isso, negando o diagnóstico, em vez de aceitar a realidade. Em algumas realidades, também encontramos uma Igreja nostálgica, que vive no passado sem projeção para o presente. Em qualquer documento nosso, qualquer sínodo ou qualquer aspiração que tivermos, se não virmos o futuro da Igreja que buscamos ou queremos, nada se alcança.

Eclesiologicamente falando: em que Igreja acreditamos e que Igreja queremos deixar para a próxima geração? Se eu fosse leigo e tivesse filhos, do modo como as coisas estão hoje, eu não sei se trabalharia continuamente para que meus filhos fossem católicos amanhã, com uma Igreja que não é capaz de ser transparente sobre essas coisas ou sobre as suas finanças.

Você gostaria que eles acreditassem em Deus, mas não necessariamente como membros da Igreja?

Exatamente. E atualmente vemos jovens dispostos a questionar a Igreja, e isso nos leva à ofensiva. Mas a Igreja que deixamos para eles é uma Igreja que deve ser questionada, porque é difícil aceitar que tenhamos permitido tanta perversão nela.





Milhões de australianos se afastam da Igreja Católica com raiva e nojo

Sucessão de abusos mostra que a Igreja Católica está moralmente falida

Igreja Católica vai acabar se não der reviravolta em cinco anos, diz padre

Abuso em coral alemão desmente narrativa defendida por Bento 16



Comentários

Satã 2 disse…
Se o fato ocorreu no território da Igreja, o fato deve ser chamado de pecado e estar subordinado às leis de Deus.

"53.Crês tu que não posso invocar meu Pai e ele não me enviaria imediatamente mais de doze legiões de anjos?"
São Mateus, 26 - Bíblia Católica Online

Leia mais em: https://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-mateus/26/

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

'Respeito na escola não pode ser amparado em divindade'

Título original: Escola laica, liberdade e igualdade por Roseli Fischmann  (foto) para Folha Roseli é professora na Universidade Metodista O lugar do ensino religioso não é na escola pública, mas na família e nas comunidades religiosas, para quem assim o quiser. Por ser ligado ao direito à liberdade de consciência, de crença e de culto, o ensino religioso depende de ser buscado, não de ser oferecido sob a égide do Estado, por ser matéria íntima, de escolha, segundo a consciência de cada pessoa. Daí o caráter facultativo para o aluno que a Constituição estabelece para o ensino religioso nas escolas públicas, buscando preservar tanto o direito à liberdade de crença quanto a laicidade inerente à escola pública. Razões de ordem ética, jurídica, histórica e pedagógica amparam essa posição. Crianças pequenas, de seis anos, iniciando o ensino fundamental, têm suas consciências tenras plasmadas pela escola. Quais as repercussões de conteúdos religiosos conflitantes ao que recebe no

Papa afirma que casamento gay ameaça o futuro da humanidade

Bento 16 disse que as crianças precisam de "ambiente adequado" O papa Bento 16 (na caricatura) disse que o casamento homossexual ameaça “o futuro da humanidade” porque as crianças precisam viver em "ambientes" adequados”, que são a “família baseada no casamento de um homem com uma mulher". Trata-se da manifestação mais contundente de Bento 16 contra a união homossexual. Ela foi feita ontem (9) durante um pronunciamento de ano novo a diplomatas no Vaticano. "Essa não é uma simples convenção social", disse o papa. "[Porque] as políticas que afetam a família ameaçam a dignidade humana.” O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) ficou indignado com a declaração de Bento 16, que é, segundo ele, suspeito de ser simpático ao nazismo. "Ameaça ao futuro da humanidade são o fascismo, as guerras religiosas, a pedofilia e o abusos sexuais praticados por membros da Igreja e acobertados por ele mesmo", disse. Tweet Com informação

MPF recorre no Rio à Justiça para permitir a ‘cura’ de homossexuais

O MPF (Ministério Público Federal) no Rio deu entrada na Justiça a uma ação civil pública para anular a resolução do CFP (Conselho Federal de Psicologia) que proíbe os profissionais de prometer “cura” da homossexualidade porque se trata de uma orientação sexual, e não de um transtorno. A iniciativa do MPF coincide com o esforço que lideranças evangélicas, incluindo seus representantes na Câmara dos Deputados, estão fazendo para derrubar essa resolução do conselho. Fábio Aragão, um dos três procuradores que assinam a ação, é evangélico. Para o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), isso demonstra que o Ministério Público está sendo instrumentalizado pela crença pessoal de um de seus integrantes. “Isso é um erro grave, porque a Justiça deve ser laica”, disse o deputado. “Retomar a discussão sobre a homossexualidade ser ou não uma doença é um absurdo do mesmo tipo que seria retomar a discussão sobre se o sol gira em torno da terra.” Carlos Tufvesson, estilista engajado no movimento de

Malafaia acusa biólogo de usar a ciência em causa própria

Silas Malafaia disse que Eli Vieira   cometeu "erros que chegam a doer" Em um vídeo de 7 minutos (ver abaixo), Silas Malafaia (foto), da Assembleia de Deus Vitoria em Cristo, acusou o biólogo Eli Vieira (foto), que é ateu e homossexual, de usar a ciência em causa própria. A manifestação do pastor foi em resposta a um vídeo de 15 minutos de Vieira onde ele contesta a afirmação feita em entrevista por Malafaia de que “ninguém nasce gay, homossexualismo é um comportamento”. Para o biólogo, que faz doutorado em genética em Cambridge (Reino Unido), existe uma “farta literatura” sobre a contribuição do gene no comportamento sexual durante o desenvolvimento de uma pessoa. Malafaia, em seu vídeo, disse que o biólogo cometeu “erros que chegam a doer”. Afirmou que existe diferença entre descoberta científica (que pode ser comprovada em qualquer laboratório cientifico) e teoria científica (como a do big bang, sobre a origem do universo), que se inscreve no campo das conject

Malafaia acusa Fantástico antes mesmo de o programa ir ao ar

Para site do pastor, denunciar a homofobia  é o mesmo que defender a "causa gay" O site Verdade Gospel, do pastor Silas Malafaia, está acusando o Fantástico de tentar “convencer que o Brasil é um pais homofóbico” antes mesmo de o programa ser apresentado, amanhã (5) à noite. Durante a semana, a TV Globo divulgou um número de telefone para colher depoimentos de vítimas de homofobia que vão compor um quadro deste domingo do programa. Para o site do pastor, isso já foi suficiente para acusar que a emissora pretender, “por meio da comoção social, instalar a homossexualidade como algo inerente à natureza humana”. A mesma acusação Malafaia fez ao “Na Moral”, de Pedro Bial, que mostrou o preconceito contra casais de gays e lésbicas. Só que, nesse caso, a crítica foi feita depois de o programa ser apresentado. Desta vez, o pastor resolveu atirar primeiro para ver depois o que atingiu. Com informação do Verdade Gospel . Site do Malafaia omite que marcha teve só 3

Pondé escreve que o comunismo matou mais gente que o nazismo

Título original: A mulher, o bebê e o intelectual por Luiz Felipe Pondé para Folha Os comunistas mataram muito mais gente no século 20 do que o nazismo, o que é óbvio para qualquer pessoa minimamente alfabetizada em história contemporânea. Disse isso recentemente num programa de televisão. Alguns telespectadores indignados (hoje em dia ficar indignado facilmente é quase índice de mau-caratismo) se revoltaram contra o que eu disse. Claro, a maior parte dos intelectuais de esquerda mente sobre isso para continuar sua pregação evangélica (no mau sentido) e fazer a cabeça dos coitados dos alunos. Junto com eles, também estão os partidos políticos como os que se aproveitam, por exemplo, do caso Pinheirinho para "armar" a população. O desespero da esquerda no Brasil se dá pelo fato de que, depois da melhoria econômica do país, fica ainda mais claro que as pessoas não gostam de vagabundos, ladrões e drogados travestidos de revolucionários. Bandido bom é bandido preso.

OAB-PR diz que psicóloga cristã sofre perseguição religiosa

Marisa diz que ficou juridicamente comprovado que é vítima do CRP A Comissão de Direitos de Liberdade Religiosa da seção do Paraná da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) emitiu parecer segundo o qual Marisa Lobo (foto) — que se apresenta na internet como “psicóloga cristã” — está sofrendo perseguição por parte do CRP (Conselho Regional de Psicologia) do Paraná. No começo do ano, o CRP-PR intimou Lobo a retirar da internet a associação da psicologia com religião, porque o código de ética da profissão impede esse tipo de deturpação. Marisa desafiou o conselho ao responder que, como profissional de psicologia, não renunciará a sua fé cristã. Ela é evangélica. Relatado por Francielli Morêz e aprovado por unanimidade, o parecer da OAB-PR afirma que a exigência do CRP é inconstitucional, porque se trata de um cerceamento do “direito inabalável” de a Marisa Lobo assumir publicamente a sua fé. A CRP não se manifestou sobre a decisão da OAB, e a psicóloga afirmou que agora está

Por que eu sou um 'não cristão cultural', diferentemente de Dawkins

No texto abaixo, o estudioso Botz-Bornstein refuta aqueles que, mesmo não tendo religião ou ateus, como Richard Dawkins, defendem uma suposta cultura cristã como guardiã dos valores ocidentais. "O que nos dá uma identidade como ocidentais é agir contra o obscurantismo e a religião", escreve Thorsten Botz-Bornstein professor de filosofia na Gulf University for Science and Technology no Kuwait. Ele nasceu na Alemanha, estudou filosofia em Paris e recebeu seu PhD pela Oxford University Freethinker boletim do Reino Unido fundado em 1881 em defesa da liberdade, razão e humanidade Elon Musk, em uma conversa com Jordan Peterson, sugeriu que ele era “provavelmente um cristão cultural”. Sem ser particularmente religioso, ele alegou ser um “grande crente nos princípios do cristianismo”, entre os quais ele nomeou o perdão. Ele também disse que a presunção cristã pró-natalista provavelmente “levaria a uma sociedade melhor”.  Richard Dawkins, famoso por ser notoriamente antirreligioso,