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Bolsonaro tem de entender que é presidente de todos, não só dos religiosos

Orar não resolve problemas
 e a laicidade é essencial
 para a democracia

Editorial do Jornal de Londrina

Não é novidade que o governo do presidente Jair Bolsonaro vem desafiando os limites do Estado laico.

Entenda-se, com isso, que há uma grande tendência em colocar de lado a neutralidade em assuntos religiosos, o que não parece ser um problema para boa parte dos brasileiros que votaram em Bolsonaro. Afinal, ele se elegeu com forte apoio da comunidade evangélica e defendendo a “tradição judaico-cristã”.

Ocorre que Bolsonaro é presidente de todos os brasileiros e a Constituição assegura, em seu atrigo 5º, inciso VI, a liberdade de crença a todos os cidadãos brasileiros e estrangeiros que vivem no território nacional. Enquanto Estado laico, fica garantida a desagregação da religião e seus valores sobre os atos governamentais. E no Brasil, o que não falta é a pluralidade de crenças e valores convivendo em conjunto. 

Como em toda democracia, o que se espera é que essa convivência seja harmoniosa e respeitosa. Por isso, a importância de que o princípio da laicidade não fique apenas na “teoria”, pois é uma ferramente essencial para a preservação da democracia e dos direitos individuais e coletivos.

Lembrar o governo da importância desse princípio é papel da sociedade. Desde que tomou posse, em 1º de janeiro de 2019, o presidente brasileiro, católico, mas batizado no Rio Jordão em 2016, vem se colocando em algumas situações polêmicas envolvendo temas religiosos.

 Assim que o resultado das urnas foi relevado, a primeira-dama, Michele Bolsonaro, evangélica, demonstrou o desejo de retirar obras de arte de simbologia católica e de candomblé da residência oficial, em Brasília. Ideia que encontrou muita resistência.

Na última terça-feira (21 de maio de 2019), o presidente participou do Ato de Consagração do Brasil ao Imaculado Coração de Maria. Com a cerimônia, o Palácio do Planalto atendeu a pedido do deputado e cantor gospel Eros Biondini, do PROS de Minas Gerais, representando grupos católicos.

O que se questiona aqui não é o ato da consagração, reconhecendo a importância do significado dela para a comunidade católica, mesmo considerando que em 1942 o Papa Pio XII já havia consagrado todo o mundo ao Imaculado Coração de Maria.

 A questão é que a cerimônia de consagração foi além da fé cristã e enquanto a #OrePeloBrasil ficou entre as hashtags mais comentadas no Twitter, muita gente viu no ato a oportunidade de criticar o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional.

O momento é para buscar união entre os Poderes em prol de um tema tão comentado nos últimos dias, a governabilidade. E isso não será alcançado agradando apenas parte do eleitorado e abrindo concessões conforme princípios religiosos.






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Comentários

Leandro Bueno disse…
Todo dia leio 2 a 3 coisas positivas que o governo Bolsonaro vem fazendo para todos. O pior cego é o que não quer ver ou é aquele que se deixa ser manipulado por uma mídia que está p... com ele, pois não está mais recebendo as polpudas verbas publicitárias, criando um estado de histeria e desinformação no povo.
Anônimo disse…
Leandro seu crente doente mental para de falar merda, coisa boa aonde? Só se for na sua imaginação de esquizofrenico cristao!
Lembrando que Bolsonaro ASSUME essa postura antilaica. Os governos (Executivo) anteriores apenas não eram explícitos, mas haviam conchavos com evanjas e outros.
Nem "piorando para melhrar" resolve, pois Bolsonaro sendo explícito era de se esperar maior reação de ONGs e outros etc pela Laicidade... Realmente o povo e os "ativistas" (salvo raríssimas excessões) são uma desgraça. É esse o PROBLEMA, os políticos são ELEITOS pelo povo TOSCO. A maioria dos políticos e afins apenas são aproveitadores.

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