por Hélio Schwartsman
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Deus evoluiu de um chimpanzé sagrado, afirma jornal satírico
para Folha
"Acho que o fato de nossos avós mais remotos terem sido ratos e macacos uma das coisas mais bacanas da natureza: no nosso incrível planeta, um rato mais 66 milhões de anos resulta em cientistas que estudam o rato e, assim, descobrem suas próprias raízes." Sempre vale a pena ler Leonard Mlodinow. Seu mais novo livro, The Upright Thinkers (os pensadores eretos), não é uma exceção. Mlodinow sempre encontra a combinação certa de didatismo, profundidade, relevância e, é claro, humor.
A proposta de The Upright Thinkers é ambiciosa. O autor pretende descrever a aventura intelectual humana desde os primórdios, isto é, desde que, por volta de 40.000 a.C., uma mutação alterou a forma como nossos neurônios se conectam, permitindo o pensamento simbólico e, com ele, o surgimento de cientistas, artistas, teólogos etc., até os grandes desenvolvimentos da ciência, com especial atenção para a física quântica. Para executar esse projeto, Mlodinow nos conduz por um belo passeio pela antropologia, arqueologia, história e, é claro, ciência, que é a sua área de especialidade.
Uma das preocupações do autor é limpar a história da ciência dos mitos que nela colaram, como a ideia de que foram os bicos dos tentilhões de Galápagos que levaram Darwin a desenvolver a teoria da seleção natural -na verdade, as cracas foram muito mais importantes. Para fazer isso, ele produz estimulantes biografias de figuras como Darwin, Galileu, Newton e Lavoisier, entre outros.
Embora Mlodinow tenha dito, num livro que escreveu com Stephen Hawking, que a filosofia estava morta, ele não se furta a abordar os aspectos mais filosóficos da mecânica quântica. Conclui que ela é ao mesmo tempo uma descoberta (ninguém queria encontrar suas bizarrices) e uma invenção (há três formulações totalmente distintas da teoria), no que não deixa de estar em linha com as ambiguidades da matéria.'
Depois de 66 milhões de anos chegamos à física quântica |
A proposta de The Upright Thinkers é ambiciosa. O autor pretende descrever a aventura intelectual humana desde os primórdios, isto é, desde que, por volta de 40.000 a.C., uma mutação alterou a forma como nossos neurônios se conectam, permitindo o pensamento simbólico e, com ele, o surgimento de cientistas, artistas, teólogos etc., até os grandes desenvolvimentos da ciência, com especial atenção para a física quântica. Para executar esse projeto, Mlodinow nos conduz por um belo passeio pela antropologia, arqueologia, história e, é claro, ciência, que é a sua área de especialidade.
Uma das preocupações do autor é limpar a história da ciência dos mitos que nela colaram, como a ideia de que foram os bicos dos tentilhões de Galápagos que levaram Darwin a desenvolver a teoria da seleção natural -na verdade, as cracas foram muito mais importantes. Para fazer isso, ele produz estimulantes biografias de figuras como Darwin, Galileu, Newton e Lavoisier, entre outros.
Embora Mlodinow tenha dito, num livro que escreveu com Stephen Hawking, que a filosofia estava morta, ele não se furta a abordar os aspectos mais filosóficos da mecânica quântica. Conclui que ela é ao mesmo tempo uma descoberta (ninguém queria encontrar suas bizarrices) e uma invenção (há três formulações totalmente distintas da teoria), no que não deixa de estar em linha com as ambiguidades da matéria.'
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Deus evoluiu de um chimpanzé sagrado, afirma jornal satírico
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