
Em sua primeira coluna, publicada neste domingo, o novo ombudsman da Folha, Mário Magalhães (foto), disse, com chamada na primeira página, que o jornal se tornou previsível nos últimos anos. E isso pode ser bom ou ruim. Ele explica:
O bom jornal previsível contém o que os leitores esperam: assuntos, abordagens, serviços, até idiossincrasias. (...) No mau jornal previsível escasseiam as surpresas. Ele não é curioso ou provocador. Soa tristonho, apático e sem graça.
Para Magalhães, a Folha “se fez mais previsível no sentido jornalístico indesejável”, ou seja, tornou apático, embora o ombudsman comece a coluna dizendo que não sabe se o jornal melhorou ou piorou nos últimos anos.
A afirmação de Magalhães coloca em questão a serventia do próprio ombudsman, porque 18 anos é o tempo que tal figura existe dentro do jornal, o qual, mesmo assim, se tornou acomodado.
Ok, eu sei: ombudsman pode pouco, porque afinal ele é apenas um intermediário entre os leitores e os jornalistas. Mas ainda assim lhe cabe parte da responsabilidade de o jornal ter-se tornado apático.
Aliás, nunca entendi por que não se deu à função o nome de “ouvidor do leitor”, em vez de “ombudsman”, palavra estrangeira que muitas pessoas não conseguem pronunciar direito.
Na coluna de hoje, Magalhães usou uma vez a palavra “ouvidor”. Sugiro que ele consiga que a direção da Folha desista do nome “ombudsman” e adote “ouvidor”. Já seria um começo de combate à pasmaceira, pelo menos na área dele.
xxx
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