
O slogan do Unibanco é “nem parece banco”. Há aí implícita a confirmação de que banco é uma instituição associada à burocracia, ao péssimo atendimento e à exploração dos correntistas. Na tv, campanha publicitária martela que o Unibanco não é nada disso, porque dá um atendimento digno aos correntistas. Nem parece banco...
Agora, o Santander manifesta o mesmo constrangimento existencial. Na tv, diz que não é um banco como outros, que crescem e constroem elevados edifícios, ficando a “200 metros de distância” do público. Trata-se de uma das tantas bobagens que saem da cabeça dos publicitários, que, no caso, tentam vender a idéia de que o atendimento bancário tem a ver com a altura dos edifícios dessas instituições. Publicitários e o Sandanter devem achar que o brasileiro é imbecil.
Este tipo de propaganda, a do Unibanco e a do Santander, é típica da esperteza dos bancos, porque todos são iguais –incluindo os estatais– quando se trata de explorar o povaréu, porque a classe média alta e os ricos têm tratamento e taxas de serviço diferenciados em qualquer instituição, independente em que andar são atendidos.
A verdade é que os bancos funcionam como um cartel, porque, a rigor, não há concorrência entre eles. Isso todo mundo sabe, e autoridade alguma tem coragem de peitá-los, embora os juros por eles cobrados não estejam acompanhando as baixas do Selic (taxa básica fixadas pelo Banco Central).
A mídia também não se toca, porque afinal os bancos são grandes anunciantes e credores dos grupos de comunicação.
O resultado é que os bancos vêm obtendo lucros recordes porque, entre outras causas, reajustaram as taxas de serviços bem acima dos índices inflacionários. E ninguém diz nada, repito.
Eu, como a maioria dos brasileiros, suponho, estou acostumado com o mau atendimento e a exploração dos donos do dinheiro, até porque não tenho a quem recorrer. O que não consigo agüentar mesmo é a propaganda hipócrita.
xxx
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