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64% dos brasileiros se declaram católicos em pesquisa do Datafolha

do Datafolha

Os católicos continuam sendo maioria na população brasileira, segundo estudo realizado pelo Datafolha a partir de dados consolidados de oito pesquisas nacionais realizadas em 2006 e em 2007, em um total de 44642 entrevistas. Esses dados revelam que os católicos são 64%, que os evangélicos pentecostais somam 17%, e os não pentecostais, 5%. Espíritas kardecistas ou espiritualistas são 3% e, umbandistas, 1%. Adeptos do candomblé e de outras religiões afrobrasileiras não chegam a 1% e outras religiões atingem 3%. Dizem não ter religião ou ser ateus 7%.

Quando o Datafolha fez essa pergunta aos brasileiros pela primeira vez, em agosto de 1994, 75% dos brasileiros se diziam católicos, 10% evangélicos pentecostais e 4% evangélicos não pentecostais.

A análise segmentada dos resultados mostra contrastes, principalmente, no que diz respeito às duas religiões com maior número de adeptos: o catolicismo e as igrejas evangélicas pentecostais.

Nas cidades localizadas no interior do país, o percentual de brasileiros que se declaram católicos é de 70%, seis pontos acima da média nacional. Nas capitais, essa taxa é de 56%, oito pontos abaixo da média. Nas cidades localizadas em regiões metropolitanas, capitais incluídas, ela também é de 56%; quando as capitais são excluídas da análise ela é de 55%.

Os evangélicos pentecostais se destacam nas regiões metropolitanas do país. São 20% entre os que moram nessas cidades, capitais incluídas. Quando se levam em consideração apenas as capitais, essa taxa é de 19%; no segmento de municípios localizados em regiões metropolitanas, mas sem contar as capitais, ela chega a 23%, seis pontos acima da média registrada nacionalmente.

No Nordeste, o percentual de brasileiros que se declaram católicos chega a 71%, sete pontos percentuais acima da média. No interior nordestino essa taxa chega a 75%, 11 pontos acima da média. Já nas capitais da região ela fica ligeiramente abaixo da média, sendo de 61%.

Esses percentuais se assemelham aos registrados entre os moradores da região Sul, onde 70% se declaram católicos, sendo que essa taxa é de 73% no interior e de 63% nas capitais.

Nessas regiões são registrados os menores percentuais de evangélicos pentecostais: 13% entre os moradores do Sul, 14% entre os nordestinos. Nas cidades localizadas no interior de ambas as regiões a taxa de moradores que se declaram evangélicos pentecostais é de 12%, cinco pontos percentuais abaixo da média nacional.

Nas regiões Norte e Centro-Oeste, o percentual de católicos fica dentro da média (62%), e a taxa de evangélicos pentecostais (20%) é ligeiramente maior do que a registrada no país como um todo, chegando a 23% nas cidades localizadas em regiões metropolitanas, excluídas as capitais.

No Sudeste, 59% se dizem católicos, taxa cinco pontos inferior à média nacional. Nessa região, os evangélicos pentecostais chegam a 20% (três pontos acima da média). A pesquisa permite uma análise, em separado, de três Estados dessa região: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Entre os paulistas, 59% se dizem católicos e 20% evangélicos pentecostais. Entre os que moram na cidade de São Paulo, 54% se declaram católicos (10 pontos abaixo da média nacional) e 20% se dizem evangélicos pentecostais. Entre os que residem no interior do Estado essas taxas são de, respectivamente, 64% e 19%. Nas cidades localizadas em regiões metropolitanas do Estado, sem contar as capitais, a taxa de evangélicos pentecostais chega a 24%, sete pontos maior do que a média nacional.

No Estado do Rio, a taxa de entrevistados que se declaram católicos fica 18 pontos abaixo da média, sendo de 46%. Essa diferença se distribui entre outras religiões e entre os que declaram não ter qualquer vínculo religioso, destacando-se os que se declaram evangélicos pentecostais (23%, seis pontos percentuais acima da média nacional), os evangélicos não pentecostais (7%), os espíritas (5%) e os que dizem não ter religião (12%, cinco pontos acima da média). Entre os que moram na capital, 45% são católicos e 24% são evangélicos pentecostais.

A exemplo do que ocorre em São Paulo, entre os moradores de municípios localizados em regiões metropolitanas do Estado do Rio de Janeiro, capitais excluídas, há mais evangélicos pentecostais. Nesse caso, eles são 29%, taxa 12 pontos superior à média nacional, e maior taxa verificada entre todos os segmentos analisados no estudo. Nessas cidades, a taxa de católicos é de 41%, 23 pontos abaixo da média do país, e a menor entre todos os segmentos analisados. Ateus e pessoas sem religião ficam acima da média, chegando a 13%.

Em Minas Gerais, 69% são católicos, 15% são evangélicos pentecostais e 5% são evangélicos não pentecostais. Contribuem para um percentual de católicos acima da média nacional as cidades do interior do Estado, nas quais 73% dizem seguir essa religião. Em Belo Horizonte, por outro lado, a taxa dos que se declaram católicos fica abaixo da média, sendo de 56%.

Quanto maiores a escolaridade e a renda do entrevistado, menor a adesão ao catolicismo. São católicos 67% dos que têm escolaridade fundamental, 62% dos que completaram o ensino médio e 59% daqueles com nível superior. Entre os brasileiros mais escolarizados 9% se declaram espíritas, taxa seis pontos superior à média nacional, e 11% não têm religião, quatro pontos acima da média. Entre os que têm renda familiar mensal até dois salários mínimos, 66% se declaram católicos. Essa taxa é de 63% entre os que têm renda na faixa de dois a cinco salários mínimos, de 61% entre os que têm rendimentos de cinco a dez salários mínimos e de 60% entre os que ganham mais de dez mínimos. Entre os brasileiros que se enquadram no segmento de maior renda, a taxa de espíritas é de 8% (cinco pontos acima da média) e a dos que não têm religião alguma chega a 11% (quatro pontos acima da média).

Entre os brasileiros com 60 anos ou mais, a taxa de católicos chega a 71%, dez pontos maior do que a registrada entre aqueles com idade de 16 a 24 anos (61%).

O percentual dos que se declaram evangélicos é ligeiramente maior entre as mulheres (19%) do que entre os homens (15%). Entre eles, 65% se dizem católicos, taxa que é de 63% entre as brasileiras.

O estudo também permite uma análise levando-se em consideração a ocupação dos entrevistados. Quando os dados são analisados dividindo-se os entrevistados entre aqueles que fazem parte da População Economicamente Ativa (PEA), como assalariados, freelancers e profissionais liberais, e os que não fazem parte dela (aposentados, donas de casa, pessoas que apenas estudam), de um modo geral, não se verificam maiores contrastes. Entre os que fazem parte da PEA, 63% se declaram católicos, 17% são evangélicos pentecostais e 5% são evangélicos não pentecostais. Entre os que não fazem parte da PEA essas taxas são de, respectivamente, 67%, 18% e 4%.

Contrastes são observados quando se consideram alguns segmentos específicos: entre os brasileiros desempregados, por exemplo, o percentual de católicos é de 59%, cinco pontos abaixo da média nacional, enquanto a taxa de evangélicos pentecostais fica ligeiramente acima da média, chegando a 20%. O percentual de adeptos da religião católica também fica abaixo da média entre os estagiários e aprendizes (53%) e entre os profissionais liberais (59%).

Entre os aposentados, 71% se declaram católicos, taxa sete pontos superior à registrada entre os brasileiros como um todo.

Entre as donas-de-casa 66% se dizem católicas, e a taxa de evangélicos fica quatro pontos acima da média, chegando a 21%. Dizem não ter religião 3% das donas-de-casa, taxa quatro pontos inferior à média nacional.

Por outro lado, o percentual de entrevistados que dizem não ter religião chega a 15% entre os estagiários e aprendizes e a 12% entre os que apenas estudam no momento, percentual idêntico ao observado entre os profissionais liberais. Entre os que fazem parte dessa categoria de profissionais a taxa dos que se declaram espíritas chega a 13%, 10 pontos percentuais acima da média nacional.

> Embora inoria, os evangélicos pentecostais pagam mais dízimo.
maio de 2007

Estatística das religiões.

Comentários

Anônimo disse…
Sem levar em conta que há muita mentira nessas pesquisas, muita manipulação em favor de determinado grupo ou opinião. Desses 64% pode-se afirmar que menos da metade é praticante, o resto é só de nome, não conhece nem a história da igreja que dizem frequentar.
Anônimo disse…
Sem levar em conta que há muita mentira nessas pesquisas, muita manipulação em favor de determinado grupo ou opinião. Desses 64% pode-se afirmar que menos da metade é praticante, o resto é só de nome, não conhece nem a história da igreja que dizem frequentar.

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