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Pesquisa mostra não haver um renascimento religioso nos EUA e confirma consolidação do ateísmo

Os jovens são significativamente menos religiosos do que as gerações mais velhas e menos religiosos do que os jovens de décadas passadas  


Houve nos Estados Unidos uma estabilidade no período 2020-2025, interrompendo um declínio acentuado de décadas da religião e do crescimento rápido dos sem religião, de acordo com dados do Pew Research, cuja atenção neste estudo se voltou para os mais jovens.

O relatório desmistifica a ideia de um “reavivamento religioso” ao nível nacional, apontando que as principais medidas de religiosidade se mantiveram estáveis desde 2020, seguindo um longo período de declínio. 

Para ateus e agnósticos, o cenário é de consolidação. O crescimento explosivo dos anos anteriores pausou (estabilidade 2020–2025), mas a estrutura demográfica sugere que os EUA não estão voltando a ser mais religiosos. 

Observa-se, agora, que a secularização entre mulheres jovens e a contínua substituição de gerações mais velhas por gerações mais seculares sugerem que a influência da religião continuará a enfrentar desafios demográficos significativos no futuro próximo.


Os dados
confirmam
que os jovens
adultos de
hoje são
significativamente
menos religiosos
do que as gerações
mais velhas e
menos religiosos
do que os jovens
de décadas passadas.

A diferença de gênero na religiosidade diminuiu entre os jovens, mas isso se deve à queda da religiosidade feminina e não ao aumento da masculina, com o Cristianismo enfrentando perdas líquidas por meio de conversões. 

O texto do Pew Research Center, intitulado “Religion Holds Steady in America” (A Religião Permanece Estável na América), apresenta uma análise detalhada das tendências religiosas nos Estados Unidos, com foco particular nos jovens adultos. 

O que houve 2020–2025
com ateus, agnósticos
e pessoas “sem religião”?

1. Estabilidade após um longo crescimento Durante décadas, os indicadores de religiosidade nos EUA caíram, enquanto o número de pessoas sem afiliação religiosa crescia. No entanto, entre 2020 e 2025, essa tendência desacelerou e se estabilizou. 

A porcentagem de adultos norte-americanos que se identificam como “sem religião” (grupo que engloba ateus, agnósticos e aqueles que respondem “nada em particular”) permaneceu praticamente inalterada nas pesquisas mais recentes;

2. Os “nones” (sem religião) continuam a ganhar adeptos via conversão Apesar da estabilidade geral nos números totais, a dinâmica interna de mudança religiosa continua a favorecer o secularismo, especialmente entre os jovens. O cristianismo perde muito mais pessoas do que ganha.

--   Entre adultos de 18 a 24 anos, 25% tornaram-se “sem religião” (ateus, agnósticos ou nada em particular) após não terem sido criados como tal;

--   Em contraste, apenas 5% deixaram de ser “sem religião” para adotar uma fé.

3. A população de ateus e agnósticos é alimentada por uma substituição geracional. Os adultos jovens continuam sendo muito menos religiosos do que os norte-americanos mais velhos;

 --   Enquanto 59% dos adultos mais velhos dizem orar todos os dias, apenas 30% dos jovens nascidos entre 1995 e 2002 dizem o mesmo.

--   A “lacuna de gênero” na religiosidade está desaparecendo entre os jovens. Historicamente, as mulheres eram mais religiosas, mas as mulheres jovens tornaram-se menos religiosas, igualando-se aos níveis de irreligiosidade dos homens jovens.

Perspectivas para os próximos 5 anos

As fontes indicam não haver evidências claras de um “renascimento religioso” nacional, sugerindo que a população secular deve se manter forte ou crescer lentamente devido à demografia.

1. O efeito da “Substituição Geracional” continuará O declínio religioso de longo prazo nos EUA foi impulsionado pelo fato de que coortes de nascimento mais antigas (altamente religiosas) estão morrendo e sendo substituídas por coortes mais jovens (muito menos religiosas). Como os jovens de hoje são menos religiosos do que os jovens de uma década atrás (por exemplo, 56% dos jovens de 18-24 anos hoje têm uma religião, contra 74% em 2007), a tendência estrutural aponta para uma manutenção ou crescimento gradual da população não religiosa à medida que esses jovens envelhecem.

2. Cuidado com a “miragem” de religiosidade nos mais jovens (18-22 anos) Os dados mostram que os adultos mais jovens (nascidos após 2003) parecem, à primeira vista, tão religiosos ou ligeiramente mais religiosos que os jovens de 20 e poucos anos. No entanto, o relatório alerta que isso provavelmente não é uma mudança permanente:

• Muitos desses jovens ainda vivem na casa dos pais e seguem os costumes familiares.

• Historicamente, à medida que esses jovens saem de casa e envelhecem, sua religiosidade tende a cair, criando a lacuna observada nas gerações anteriores;

• Portanto, a perspectiva é que os níveis de crença e prática religiosa desse grupo diminuam nos próximos anos, alinhando-se à tendência secular.

3. Não há indicação de que jovens homens (ou mulheres) estejam se convertendo ao cristianismo em grandes números, contrariando alguns relatos da mídia. O saldo líquido de “troca religiosa” continua resultando em perdas para o cristianismo e ganhos para os não afiliados.



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