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Avanço da secularização no Canadá. Quebec limita oração pública

O governo diz agir contra “ocupação” de ruas por religiosos. Oposição vê manobra eleitoral. Medida segue suspensão de professores que impunham crenças islâmicas


A província de Quebec vai restringir orações em locais públicos e eliminar menus religiosos exclusivos em instituições governamentais. A medida afeta refeições como kosher e halal. O objetivo é fortalecer o secularismo na região.

O governo chama a nova fase de “secularismo 2.0”. O projeto amplia a lei de 2019. A norma atual já proíbe juízes, policiais e professores de usarem símbolos religiosos, como o hijab, durante o horário de trabalho.

As novas regras estendem a proibição de símbolos a funcionários de creches subsidiadas. Estudantes e trabalhadores não poderão cobrir o rosto desde a pré-escola até o ensino superior.

A lei barra “práticas religiosas coletivas” em parques e praças sem autorização prévia dos municípios. O ministro Jean-François Roberge afirma que a mudança respeita tanto os direitos individuais quanto os coletivos.


Roberge explica que os limites à oração pública reagem a protestos recentes. Grupos religiosos bloquearam o trânsito e ocuparam espaços públicos para rezar durante manifestações na província.

“É chocante ver pessoas bloqueando o trânsito e transformando nossas ruas e parques em locais de culto”, disse o ministro. Ele defende que o espaço público não deve ser apropriado por religiões.

A oposição critica a iniciativa. O Partido Quebequense acusa o governo de criar divisão para ganhar votos na próxima eleição. O Conselho Nacional de Muçulmanos vê uma “política de identidade” para recuperar a confiança pública.

A tensão sobre o secularismo persiste. Onze professores foram suspensos no ano passado em Montreal. Um relatório apontou que eles criaram um ambiente tóxico e evitaram aulas de ciências e educação sexual.

O primeiro-ministro François Legault afirmou que esses docentes tentaram introduzir crenças islâmicas nas escolas. Ele prometeu reforçar as medidas de neutralidade religiosa no sistema de ensino.

Um comitê recomendou em agosto o fim do financiamento público para escolas religiosas privadas. O governo também aprovou recentemente uma lei que proíbe estudantes de cobrirem o rosto em sala de aula.

A Suprema Corte do Canadá analisará a contestação legal contra a lei de símbolos religiosos no início do próximo ano.

> Com informação da BBC e de outras fontes.

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