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Nada na civilização faz sentido, exceto à luz da evolução de Darwin

Há consenso na comunidade científica que a vida emergiu de matéria inanimada, em uma lenta e “contínua transformação de matéria ‘regular’ em matéria replicativa"


José Eli da Veiga 
professor sênior do Instituto de Estudos Avançados da USP

Jornal da USP

Há pouco mais de 90 dias recebi a seguinte mensagem por e-mail:

Prezado José Eli.

Meu nome é Ivan Frederico Lupiano Dias. Sou físico, atuei como professor/pesquisador na UEL (Universidade Estadual de Londrina), tendo me aposentado há 10 anos. Após a aposentadoria me concentrei em leituras sobre evolução, antropologia, complexidade, história da ciência em geral, entre outras.

- Li seu livro “O Antropoceno e as Humanidades”, do qual gostei muito. Me abriu um enorme caminho para autores pouco citados – como Patrick Tort, Peter Corning – e para o trabalho de Darwin de 1871, também muito pouco referenciado. Li o livro do Corning e “L’effect Darwin”, de Tort, achando este último um livro maravilhoso!

Acumulando tais leituras, preparei um ensaio – ainda necessitando de aprofundamento – que gostaria de lhe apresentar e ter sua apreciação (Eventualmente ser transformado em artigo? Estendido livro?).

O pretensioso título é “Nada na civilização faz sentido, exceto à luz da evolução”, parafraseando o artigo de Dobzhansky, de 73.

Grande abraço e parabéns pelo seu trabalho!!

Ivan Dias


- Desnecessário tentar explicar o quanto fiquei feliz em receber tão preciosa repercussão de meu livro de 2023. Talvez baste dizer que se seguiu um longo e intenso diálogo sobre o texto enviado pelo autor. Cujo resultado — em sua décima oitava versão —, me parece merecer publicação pelo Jornal da USP.

José Eli da Veiga



Darwin: seu legado
deu um nacaute
na concepção
religião do
surgimento
do homem

Nada na civilização faz sentido, exceto à luz da evolução
Ivan F. L. Dias

Em embate com criacionistas, a célebre tese de que todos os aspectos da biologia devem ser interpretados à luz da evolução foi defendida pelo biólogo ucraniano Theodosius Dobzhansky, no início da década de 1970. 

Dobzhansky, analisando a diversidade e a unidade dos seres vivos, aponta como a evolução darwiniana proporciona um processo gradual de adaptação das espécies ao seu meio ambiente, processo este crucial para compreender a vida na Terra.

A dinâmica da vida foi tratada no livro de Darwin, publicado em 1859, “A Origem das Espécies”. Todavia, a obra que tratou da espécie humana e de sua dinâmica civilizadora, “The Descent of Man”, publicada em 1871, permanece relativamente desconhecida.

 A forte celeuma provocada pelo primeiro livro, com suas implicações para a natureza da espécie humana, tomou tal projeção que obscureceu esta sua outra seminal contribuição.

Por incrível que pareça, o altíssimo valor cognitivo desta segunda grande obra de Darwin só começou a ser evidenciada em 1983, por Patrick Tort, historiador das ciências, filósofo e linguista, fundador do Instituto Internacional Charles Darwin, na França.

Vários foram os esforços para discutir a abrangência da evolução e/ou procurar fatores comuns a todas as dinâmicas: inorgânicas, biológicas e sociais. Principalmente parâmetros físicos como a energia, energia/unidade de massa, etc. ou leis gerais, na tentativa de identificação desses fatores.

A cooperação tem sido, cada vez mais, entendida como um fator comum à evolução, abrangendo desde moléculas auto-replicantes até a civilização. 

Peter Corning, em seu livro de 2018, “Synergistic Selection”, chega a citar que “parece haver uma maré mais favorável atualmente na biologia evolucionária” no entendimento do papel essencial da cooperação em comparação ao que ocorreu quando da publicação de seu livro “The Synergism Hypothesis” em 1983.

A relação competição/cooperação, entretanto, presente nas duas grandes obras do Darwin, embora com ênfases quase inversas, ganhou sua devida importância somente a partir dos trabalhos de Tort e Corning, no início da década de 1980.

O campo de estudo da complexidade acrescentou a tais pesquisas ferramentas matemáticas que possibilitam a análise de fenômenos denominados “sistemas complexos”, contribuindo para a procura de “leis universais do crescimento, inovação, da sustentabilidade e do ritmo de vida em organismos, cidades, economias, empresas”.

Neste texto, baseado em pesquisas científicas bem recentes, busca-se, mediante a análise de processos naturais comuns às várias etapas que compõem a história humana — em especial a cooperação — discutir evidências do papel da evolução nas várias dinâmicas e, em especial, na dinâmica da civilização.
Antes da conclusão, os principais argumentos aparecem em sequência definida pelas diferentes dinâmicas e as questões que as envolvem, a) a da vida, b) a da natureza humana, c) evolução e civilização, d) cooperação e civilização, e) complexidade.

A vida

Hoje, há um consenso na comunidade científica que a vida emergiu de matéria inanimada, em uma lenta e “contínua transformação de matéria ‘regular’ em matéria replicativa – desde que sob um fluxo persistente de energia”. Intensos estudos têm sido feitos sobre a etapa físico-química imediatamente anterior à vida. 

Entretanto, não há ainda concordância sobre em qual cenário isto ocorreu, se baseado em sistemas replicadores ou em sistemas metabólicos. Ou onde ocorreu: em “chaminés” no fundo dos oceanos ou em águas rasas expostas à luz UV.

Há questionamentos se estes processos orgânicos pré-bióticos obedecem aos princípios da evolução darwiniana. Por outro lado, alguns trabalhos enfatizam a cooperação como algo comum a todo o processo evolutivo, desde o surgimento das primeiras moléculas replicantes. É a cooperação o fator principal para as transições maiores, que ocorreram em determinados momentos da história evolutiva, superando o gradualismo. 

Como a que levou aos primeiros seres unicelulares: “A vida nasceu em cadeias compostas por polímeros biológicos formados de unidades cooperantes, não cadeias de escravidão”.

Interações entre sistemas componentes da vida no planeta Terra, em vários níveis, alavancam sua sobrevivência, sua reprodução e seu aumento de complexidade, por meio da cooperação.

Nos seres vivos, em determinado momento da etapa de sua história biológica, surge a simbiogênese. A teoria, criticada quando surgiu, mas hoje plenamente aceita, diz que certas estruturas dentro das células, como as mitocôndrias e os cloroplastos, resultam da absorção de células por outras células, estabelecendo-se uma sinergia nessa relação que propicia uma estrutura de maior complexidade, mais apta a sobreviver, desenvolver e evoluir.

A cooperação simbionte, entretanto, é muito mais abrangente e “está se tornando o núcleo principal da biologia contemporânea”. 

Há inúmeros exemplos de simbiose envolvendo relações entre animais e algas, entre plantas e fungos (líquens), entre animais e fungos. Mais: “[…] desde a criação das primeiras células nucleadas, há dois bilhões de anos, a vida na Terra tem se processado por meios de arranjos progressivamente mais intrincados de cooperação e coevolução” (Capra e Luisi em “A Visão Sistêmica da Vida”).

O conceito de “individualidade” está até mesmo se expandindo com a visão de que os animais são complexos simbióticos e há um regime de coevolução entre espécies no mesmo organismo. 

A ideia da cooperação como um dos dois principais fatores de nossa evolução, entretanto, esteve à margem da discussão científica, devido à preponderância, por um bom tempo, da concepção do gene egoísta, que colocava a competição como carro-chefe da evolução.

A natureza humana

A expansão das similaridades da espécie humana com outros animais foi levantada há bastante tempo. Darwin, em meados do século 19, já indicava o vínculo do ser humano com o Reino Animal: “O homem deve ser incluído, junto com os seres orgânicos, em qualquer conclusão geral a respeito de sua forma de aparição nesta Terra”.

Ainda no mesmo trabalho, quanto à cognição: “Apenas poucas pessoas, atualmente, negam que os animais possuem poder de raciocínio. Os animais podem, constantemente, ser vistos ao parar, deliberar e resolver. É um fato significativo que, quanto mais hábitos de um animal particular são estudados por um naturalista, mais ele os atribui à razão e menos aos instintos”. E quanto à inteligência dos animais: “Não há diferença fundamental entre os homens e os mamíferos superiores em suas faculdades mentais”.

As análises são ainda mais estendidas: “Não é exagero dizer que a extremidade da radícula, […] dotada como é da capacidade de dirigir os movimentos das partes adjacentes, atua como o cérebro de um dos animais inferiores, situando-se o cérebro na extremidade anterior do corpo, a receber impressões dos órgãos dos sentidos e a dirigir os diversos movimentos”. Em suma, o ser humano está próximo, em termos cognitivos, de todos os seres vivos do planeta Terra.

Estudos recentes sobre os hábitos dos seres vivos só demonstram as afirmações de Darwin, verificando níveis de inteligência, cognição e incipientes estruturas sociais, algo antes característico somente do Homo sapiens. Seja para os animais de modo geral, seja para os específicos das aves e, até mesmo, para as plantas. 

Estes estudos aproximam o ser humano de outros seres vivos de forma incontestável e a cooperação surge como um fator comum desde as moléculas auto-replicantes à civilização.

Evolução e civilização

De acordo com a Teoria da Evolução de Darwin, as espécies se desenvolvem ao longo do tempo por meio de um processo denominado seleção natural. As variações aleatórias que surgem nos organismos conferem a alguns vantagens adaptativas em relação às pressões ambientais, favorecendo sua sobrevivência e reprodução. Variações endógenas, aleatórias, e pressões exógenas atuam como limite à diversidade. 

Apenas os indivíduos mais adaptados conseguem transmitir suas características às futuras gerações. Com o tempo, surgem novas espécies e outras se extinguem.

Além disso, de acordo com a teoria, todas as formas de vida que conhecemos compartilham um ancestral comum, que, após um longo processo de adaptação e mudança, resultante da interação entre variabilidade e as condições ambientais impostas, leva à diversidade biológica.

Na seminal contribuição de Darwin, em seu livro “A Origem das Espécies”, a competição é enfatizada pela seleção natural; na segunda, “The Descent of man”, é a cooperação que, a partir da própria seleção, ganha mais relevância. 

A ideia da cooperação, entretanto, foi obliterada temporariamente devido à apropriação indevida das ideias de Darwin para sustentar argumentos baseados na competição, na lei do mais forte: “elitismo social, dominação de raça, dominação de classe ou sexo, escravagismo, eliminação dos mais fracos”.

É Patrick Tort quem recupera e interpreta corretamente a contribuição de Darwin de 1871, ao mostrar que a seleção natural atua no sentido de sua própria superação, levando à civilização. A seleção natural, atuando na eliminação dos menos aptos, leva a um processo que depois se desenvolve no sentido oposto a essa eliminação. 

A evolução mostra um efeito reversivo, causado pela própria seleção natural, a eliminação da eliminação (“l’élimination de la élimination”): “Em termos simplificados, a seleção natural seleciona a civilização que se opõe à seleção natural”.

Tort mostra que “na realidade a civilização, nascida da seleção natural dos instintos sociais e da inteligência, promove a proteção dos mais fracos através da emergência dos sentimentos afetivos, do direito e da moral”.

Uma forma de relação social em que a cooperação ganha relevância em contraponto à competição, em que se protege os mais fracos, é selecionada pela seleção natural, dando à espécie que a desenvolve a superação da luta pela existência, levando ao desenvolvimento de instintos sociais que levam ao senso moral e, enfim, à civilização.

A cooperação entre os mais fracos entra na dinâmica evolutiva dos mesmos, permitindo-os conviver em agrupamentos cada vez maiores, superando suas fraquezas, colocando-os em vantagem comparativa em relação aos grupos menos cooperativos. “O social surge assim de uma propriedade emergente do biológico, se manifestando em um processo reverso em relação ao biológico”.

Cooperação e civilização

A integração crescente é que leva a organizações cooperativas complexas. De processos moleculares auto-reprodutivos para os primeiros seres unicelulares, destes para as células eucariotas mais complexas, destas para seres multicelulares e, destes, para organismos multicelulares, a cooperação se estabelece pela aglomeração crescente e leva-a para maiores níveis de complexidade.

Porém, tal processo não está somente associado à evolução baseada em genes. Vale também em processos culturais: de pequenos grupos familiares integrados em bandos, bandos em tribos, tribos em comunidades maiores, como cidades, reinos e em estados-nação. 

A cada passo, vale a pena para as novas partes “entificadas” cooperar (é mais econômico) para manter o todo. A evolução, através da seleção natural, não está, portanto, fadada somente ao conflito, à competição, sendo a cooperação essencial à vida.

Propriedades ditas emergentes de diferentes sistemas, de células a sociedades humanas, surgem quando as partes que os compõem interagem de modo a produzir um resultado maior que o produzido pela soma das partes. Essas propriedades, especialmente as associadas a interações cooperativas, são comuns em biologia e podem ser encontrados em todos os níveis de organização.

As ferramentas matemáticas para sua análise pertencem a um campo de estudo denominado complexidade.

Complexidade

Um sistema complexo pode ser definido como: “Um sistema no qual redes de componentes, sem nenhum controle central, e com regras simples de operação, adotam comportamentos coletivos, processamento sofisticado de informação e adaptação via aprendizado ou evolução. Sistemas com comportamento organizado, sem controle externo ou líder, são algumas vezes chamados de auto-organizados. 
Desde que regras simples produzam comportamento complexo, de difícil predição, o comportamento macroscópico desses sistemas é algumas vezes denominado de emergente. Isto leva a outra definição de sistemas complexos: um sistema que exibe comportamentos não triviais, emergentes e auto-organizados” (Mitchell, em “Complexity: A Guided Tour”).

São exemplos sistemas tão díspares como organismos, colônias de insetos, o cérebro, o sistema imune, a economia, cidades, a internet, entre vários outros.

Há assim uma ferramenta científica, matemática, na identificação do que há de comum entre esses sistemas tão díspares, incluindo alguns característicos do que denominamos civilização, propondo-se “leis universais” para descrevê-los.

A vida das cidades e empresas tem muitas coisas em comum com organismos e ecossistemas, pois “metabolizam energia e recursos, produzem resíduos, processam informação, crescem, adaptam-se e evoluem, sendo que, no caso das companhias, elas eventualmente morrem”.

Percebeu-se ainda que leis de escala “valem essencialmente para todas as quantidades fisiológicas e eventos da história da vida, incluindo taxa de crescimento, taxa cardíaca, taxa evolutiva, comprimento do genoma mitocondrial, densidade de massa cinzenta cerebral, expectativa de vida, altura das árvores e até mesmo o número de folhas” (West e Brown, em “A General Model for the Origin of Allometric Scaling Laws in Biology”).

Não há ainda uma maneira precisa de mensurar a complexidade, mas o fato relevante é o de haver similaridades nas características dos diferentes sistemas e dos processos que levam a um aumento dessa complexidade. Há processos equivalentes ocorrendo ao longo da evolução desses sistemas, que parecem, cada vez mais, obedecer a alguma lei universal.

Conclusão

Os estudos citados apontam, portanto, para processos comuns a todas as etapas do desenvolvimento humano na natureza: “Não tem cabimento a ideia de que sejam três compartimentos estanques, sem transições, com suas continuidades e descontinuidades”. “Então, mesmo que a melhor teoria sobre a evolução tenha sido proposta para a segunda dinâmica – a da vida – talvez também possa ser verdadeira, mesmo que de outras maneiras, para a dinâmica precedente (inorgânica) e para as subsequentes (natureza humana e processo civilizador)” (José Eli da Veiga, em “O Antropoceno e as Humanidades”).
Chaisson chama a atenção, em “Cosmic Evolution”, que “o conceito de evolução se tornou um potente fator unificador em toda a ciência”. E acrescenta, em “Epic of Evolution: Seven Ages of the Cosmos”: “A despeito da compartimentalização da ciência acadêmica de hoje, a evolução não conhece fronteiras disciplinares”.

A evolução, sustentada pela dicotomia competição/cooperação, surge, então, como fundamental em todas as dinâmicas e processos abordados. 

Os estudos apontados ao longo do texto nos dão essa perspectiva no contexto do que Darwin, em seu trabalho de 1871, antecipava e que Tort colocou em evidência. Em resumo, parafraseando Theodosius Dobzhansky: “Nada na civilização faz sentido, exceto à luz da evolução”.

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