Pular para o conteúdo principal

Escola Estadual Igreja Evangélica muda de nome e deixa de afrontar o Estado laico

A inconstitucionalidade em nome de escola na cidade de Barra do Bugres, no Mato Grosso, só chamou a atenção com a inauguração de novo prédio


Em fevereiro de 2023, o governador Mauro Mendes (União Brasil), do Mato Grosso, reinaugurou em prédio novo em Barra do Bugres, cidade a 169 hm de Cuiabá, um estabelecimento de ensino que chamava a atenção pelo seu nome: Escola Estadual Evangélica Assembleia de Deus.

Tratava-se de uma antiga afronta à laicidade de Estado, desde 1986, e o governo perdeu a ocasião para mudar o nome da escola, reafirmando, assim, uma inconstitucionalidade.

    FOTO: DIVULGAÇÃO

Novo nome do
estabelecimento
é Escola Estadual
Deputado Renê Barbour

Houve, na época, repercussão negativa. André Trapani, professor de direito constitucional, por exemplo, argumentou que “o nome da escola, que é pública, deve respeitar a laicidade do Estado e pode ser sensível a pessoas de outras religiões que queiram matricular seus filhos lá”.

Um internauta escreveu: “Escola é escola, lugar de alfabetização, aprendizado e conhecimentos gerais. Religião, cada família tem a sua”.

O Ministério Público do Mato Grosso ameaçou levar essa inconstitucionalidade à Justiça, e agora, cerca de 18 meses depois, Otaviano Pivetta (Republicanos), governador em exercício, assinou decreto mudando o nome para Escola Estadual Deputado Renê Barbour, em homenagem a um político da região morto em 2007.

Com a construção de novo prédio para a escola, o governo gastou R$ 5,4 milhões, para atendem 1.300 alunos em três turnos de estudantes do 7º ao 8º ano do Ensino Fundamental, o Ensino Médio e a modalidade de Educação de Jovens e Adultos.

> Com informação do Diário Oficial do Mato Grosso e de outras fontes.

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Drauzio Varella afirma por que ateus despertam a ira de religiosos

MP pede prisão do 'irmão Aldo' da Apostólica sob acusação de estupro

Líder de igreja é acusado de abusar de dezenas de fiéis

Ateus são o grupo que menos apoia a pena de morte, apura Datafolha

Pastor americano de ‘cura’ gay é acusado de abusar de dois fiéis

Pastor pedia que fiéis se masturbassem  para avaliar "força espiritual" deles O reverendo Ryan J. Muelhauser (foto), 44, está respondendo à Justiça de Minnesota (EUA) à acusação de ter abusado sexualmente de dois fiéis, em diferentes ocasiões, durante sessões de "cura" gay. Ele é pastor sênior da Lakeside Christian Church's , que é uma denominação conhecida por oferecer reversão da homossexualidade por intermédio de orações e aconselhamento. Os relatos dos denunciantes se assemelham. Um deles falou que o pastor pedia que ele colocasse o pênis para fora da calça e se masturbasse, de modo a demonstrar a sua “força espiritual”. Ambos os fiéis afirmaram que Muelhauser os acariciava durante as sessões. O assédio do pastor ocorreu ao longo de dois anos em um local dentro da igreja e na casa de um parente de um dos denunciantes. Na avaliação de autoridades judiciais, o fato de ter havido consentido para o assédio, pelo menos até um certo momento, não ser...

Iemanjá decapitada teria sido vítima de intolerância religiosa

A cabeça da deusa foi deixada intacta na base da estátua A estátua de Iemanjá que fica defronte a uma praia turística de Cabo Branco, em João Pessoa (PB), foi decapitada no início da semana por pessoas sobre as quais a polícia não conseguiu obter informações. A imagem de 2,5 metros de altura tem cerca de 20 anos. A cabeça foi deixada intacta, na base de concreto da deusa das águas. Instalada na Praça Iemanjá, a imagem nunca tinha sofrido atos de vandalismo. Mãe Renilda, presidente da federação de cultos afro-brasileiros da Paraíba, afirmou que a decapitação “foi intolerância religiosa”. “Estamos tristes e indignados”, disse. “Por que decapitar e deixar a cabeça certinha no chão?” O Conselho Estadual dos Direitos Humanos, presidido pelo padre João Bosco, publicou nota repudiando "o desrespeito à diversidade religiosa". Fernando Milanez Neto, chefe da Coordenadoria do Patrimônio Cultural da prefeitura, afirmou que gostaria de acreditar que a violência contra a ima...

Evangélicos de escola de música de universidade do Rio se recusam a cantar Villa-Lobos

Músicas de Villa-Lobos são executadas por orquestras  internacionais, mas enfrentam  resistência no Brasil  por motivo religioso Pode parecer absurdo que alunos de música de uma universidade do país se recusem a tocar ou cantar músicas do genial compositor Heitor Villa-Lobos (1887-1959), mas isso está ocorrendo com frequência.

Seleção feminina de vôlei não sabe que Brasil é laico desde 1891

Título original: O Brasil é ouro em intolerância Jogadoras  se excederam com oração diante das câmeras por André Barcinski para Folha Já virou hábito: toda vez que um time ou uma seleção do Brasil ganha um título, os atletas interrompem a comemoração para abrir um círculo e rezar. Sempre diante das câmeras, claro. O mesmo aconteceu sábado passado, quando a seleção feminina de vôlei conquistou espetacularmente o bicampeonato olímpico em cima da seleção norte-americana, que era favorita. O Brasil é oficialmente laico desde 1891 e a Constituição prevê a liberdade de religião. Será mesmo? O que aconteceria se alguma jogadora da seleção de vôlei fosse budista? Ou mórmon? Ou umbandista? Ou agnóstica? Ou islâmica? Alguém perguntou a todas as atletas e aos membros da comissão técnica se gostariam de rezar o “Pai Nosso”? Ou será que alguns se sentiram compelidos a participar para não destoar da festa? Será que essas manifestações públicas e encenadas, em vez de prop...