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Conselho proíbe menores em unidades terapêuticas que 'cura' com o fanatismo religioso

Entidades ligadas a igrejas recebem verba oficial para tratar dependentes químicos, principalmente com o poder da fé


O Conanda (Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes) proibiu que as comunidades terapêuticas acolham menores de 16 anos para protegê-lo do fanatismo religioso que se aplica nesses locais como forma de cura.

Igrejas (na maioria evangélicas) administram cerca de 84% das comunidades terapêuticas subsidiadas pelo governo.

Elas são criticadas por entidades médicas, inclusive para cuidar de adultos, porque tentar curar dependentes de drogas com orações, leituras bíblicas e o poder da fé, sem comprovação científica, não considerando o tratamento recomendado pela reforma psiquiátrica.

A Resolução 249 do Conanda cita 37 justificativas, entre as quais o fanatismo religioso, para vetar o internamento de jovens nessas comunidades.

    FOTO: REPRODUÇÃO DO FANTÁSTICO / 2022

Na Fundação Doutor Jesus,
na Bahia, os internos rebeldes
recebem o castigo de ler a
Bíblia o dia todo, conforme
reportagem do Fantástico

Para o Conselho, a responsabilidade de cuidar de crianças e adolescentes em situação de drogas é da família e do Estado.

Não há informação sobre quantos jovens estão sendo submetidos aos "tratamentos espirituais" dessas comunidades que, geralmente, lotam seus aposentos porque, quanto mais pacientes, mais verbas obtêm.

O governo criou um grupo de trabalho para tirar os menores de idade dessas entidades, mas se trata um problema que se estende por anos e não indício de que desta vez se obtenha um avanço.

A procura de dependentes de drogas pelas comunidades terapêuticas religiosas é grande porque o governo de décadas nunca encarou a questão com seriedade, não conseguindo sequer acabar com as chamadas cracolândias em grandes cidades, como São Paulo.

> Com informação de Resolução do Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes e de outras informações.

Comentários

Dr. Ronnie disse…
1) Funciona.

2) Fora os evangélicos e alguns outros grupos religiosos, ninguém se importa.

Ninguém deveria reclamar.

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