Pular para o conteúdo principal

Insegurança alimentar e nutricional afetou um em cada quatro adolescentes na pandemia

Mais de um terço dos adolescentes pretos relataram insegurança alimentar e nutricional em 2020


Agência Bori
serviço de apoio à imprensa na cobertura da ciência

A falta de acesso regular e permanente a alimentos saudáveis em quantidade adequadas, chamada de insegurança alimentar e nutricional, atingiu cerca de 26% dos adolescentes brasileiros segundo estudo realizado durante a pandemia de Covid-19. 

Deste grupo, os mais afetados foram adolescentes pretos e pardos, assim como estudantes de escolas públicas. 

As conclusões são de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e estão em artigo publicado na revista científica “Saúde em Debate” nesta sexta (21).

Mais de um terço dos adolescentes pretos que responderam à pesquisa relataram insegurança alimentar e nutricional em 2020 (cerca de 38%), enquanto quase 30% dos pardos foram afetados. 

Assim, a condição foi quase duas vezes mais prevalente entre adolescentes pretos do que entre brancos – destes, cerca de 19% relataram insegurança alimentar e nutricional.

Cerca de 28% dos estudantes de escolas públicas reportaram o problema, quase três vezes mais do que estudantes de escolas privadas — grupo no qual a prevalência de insegurança alimentar foi de cerca de 10%.

Os cientistas avaliaram dados de 9.470 adolescentes de diferentes regiões do país com idades entre 12 e 17 anos, coletados entre junho e outubro de 2020 por meio de questionário online. 


Objetivo do estudo
foi avaliar a falta de
acesso regular e
permanente a 
alimentos de 
qualidade entre
os adolescentes

O estudo averiguou também se a insegurança alimentar e nutricional esteve associada à presença de comportamentos de risco para a saúde nesta faixa etária — considerando que muitas das escolhas autônomas relativas à saúde são formadas na adolescência, frequentemente continuando pela vida adulta.

Apontou que a insegurança alimentar e nutricional esteve associada a comportamentos de risco para a saúde, como o menor consumo regular de hortaliças e frutas, o maior uso de cigarros e bebidas alcoólicas e a prática reduzida de atividades físicas. 

O tabagismo, por exemplo, foi constatado cerca de duas vezes mais entre esses adolescentes com insegurança alimentar do que entre aqueles que não relataram essa condição.

Em 2020, 116,8 milhões de brasileiros não tinham acesso pleno e regular a alimentos, segundo relatório da Rede Penssan divulgado em 2021. Desses, 43,5 milhões, ou seja, 20% da população brasileira, estavam em situação de insegurança alimentar grave ou moderada, pois não contavam com alimentos em quantidade suficiente. 

Os dados que registraram o avanço da fome no período da pandemia também revelam um recorte racial: em 2022, 65% dos lares comandados por pessoas pretas ou pardas conviviam com algum tipo de restrição alimentar.

“As dificuldades enfrentadas durante o período de emergência sanitária podem comprometer a saúde atual e a longo prazo desses jovens”, explica Crizian Saar Gomes, pesquisadora da UFMG e uma das autoras do estudo. 

“Isso aponta para a importância de uma assistência adequada, junto da integração de políticas públicas intersetoriais para a redução de desigualdades socioeconômicas que se agravaram ainda mais com a pandemia de Covid-19”, avalia.

A pesquisadora destaca que os adolescentes são um grupo negligenciado quando se fala de insegurança alimentar e nutricional, visto que a maioria dos programas e esforços de pesquisa é voltada a adultos e crianças. Futuros estudos devem contemplar todas essas faixas etárias, aponta Gomes.

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Defensores do Estado laico são ‘intolerantes’, diz apresentadora

Para Rachel, liberdade e honestidade são princípios do cristianismo A apresentadora evangélica Rachel Sheherazade (foto), do SBT Brasil, acusou ontem (30) os defensores do Estado laico de “intolerantes” por “voltarem sua ira contra a minúscula citação ['Deus seja louvado'] nas notas do real”. Para ela, os laicistas estão perseguindo o cristianismo, porque querem acabar com o ensino religioso e tirar o crucifixo das repartições públicas. Rachel fez esses comentários após ler a notícia de que a juíza Diana Brunstein, da 7ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, tinha negado pedido do MPF (Ministério Público Federal) para a supressão da referência a Deus das cédulas do real. A apresentadora disse que os defensores do Estado laico são ingratos para com o cristianismo, que, segundo ela, é o responsável por princípios como liberdade, honestidade, respeito e justiça. “É no mínimo uma ingratidão à doutrina que inspirou nossa cultura, nossos valores e até mesmo a nossa própri

Mudanças climáticas ameaçam reduzir áreas das espécies silvestres de mandioca até 2100

'Não entendo como alguém pode odiar tanto quem é diferente'

por Concebida Sales Batista a propósito de Associação de gays pede a retirada do ar do programa do Malafaia Escreverei pessoalmente à procuradora [Gilda Pereira de Carvalho], e em acordo com as dificuldades de saúde que atravesso, sob autorização médica, irei à Brasília obter audiência particular com ela. Perdi um filho no passado por crime de homofobia e recentemente um amigo muito íntimo, por bullying acadêmico, pelas mesmas razões, só que por homofobia inversa, que é praticada por homossexuais que se disfarçam de heterossexuais e ocupam cargos nas universidades e igrejas. Eles perseguem quaisquer jovens talentosos que lhes pareça ameaçar a vida dupla que levam, aliciando outros incompetentes por critérios sexuais e temendo serem descobertos, alijam os possíveis e eventuais discordantes, fazendo-o previamente pela perseguição odiosa. Meu amigo era também um colaborador assíduo deste site, e perdi-o para sempre. Deus sabe as razões por que abandonou a faculdade, não me pr

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Ateus de 25 cidades confirmam participação em encontro

Encontro também se destina a agnósticos e humanistas em geral Até o momento, jovens ateus, agnósticos e humanistas de 25 cidades de diferentes regiões do Brasil já confirmaram participação no 2º Encontro Nacional de Ateus. O encontro será realizado no dia 17 de fevereiro de 2013 em cada uma das cidades inscritas, sob a coordenação da SR (Sociedade Racionalista). Trata-se de uma entidade que defende os princípios do laicismo, mas não é antirreligiosa, até porque, de acordo com seu site, cultiva o pluralismo de ideias. O vídeo institucional do evento reproduz áudio de uma entrevista onde Drauzio Varella diz que os ateus hoje estão tendo a coragem de “sair do armário”. Também destaca uma famosa frase do cientista britânico Richard Dawkins segundo a qual todos são ateus em relação ao deus ou deuses dos outros. Segundo ele, a diferença em relação aos que se assumem como ateus é que estes não acreditam em deus algum. Segue a relação das cidades já confirmadas, com seus respectiv

Vídeo de pastor mostra criança em situação de constrangimento

Imagens pegam menina em close se contorcendo no chão Um vídeo de 3 minutos [ver trecho abaixo] do ministério do pastor Joel Engel, do Rio Grande do Sul, expõe uma criança em situação de constrangimento ao mostrá-la se contorcendo no chão ao lado do seu pai, em uma sessão de descarrego. Pelo artigo 232 do Eca (Estatuto da Criança e do Adolescente), comete crime quem submete menor de idade sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexames ou constrangimento. É o caso deste vídeo. Na gravação, a mãe diz o nome da filha. Ao final, Engel afirma: “O que Deus está fazendo aqui é impressionante”. Em outra oportunidade, Angel já tinha passado por cima do Eca ao pegar como oferta o único par de tênis de um menino, deixando-o descalço e com o rosto de choro. . Se o Conselho Tutelar e o Ministério Público tivessem enquadrado na época o pastor, ele certamente agora pouparia a menina do vexame. Imagens vexatórias Pastor Joel Engel pega como oferta único par de tênis de

Música gravada pelo papa Francisco tem acordes de rock progressivo. Ouça

Limpem a boca para falar do Drauzio Varella, cristãos hipócritas!

Varella presta serviço que nenhum médico cristão quer fazer LUÍS CARLOS BALREIRA / opinião Eu meto o pau na Rede Globo desde o começo da década de 1990, quando tinha uma página dominical inteira no "Diário do Amazonas", em Manaus/AM. Sempre me declarei radicalmente a favor da pena de morte para estupradores, assassinos, pedófilos, etc. A maioria dos formadores de opinião covardes da grande mídia não toca na pena de morte, não discutem, nada. Os entrevistados de Sikera Júnior e Augusto Nunes, o povo cristão da rua, também não perdoam o transexual que Drauzio, um ateu, abraçou . Então que tipo de país de maioria cristã, tão propalada por Bolsonaro, é este. Bolsonaro é paradoxal porque fala que Jesus perdoa qualquer crime, base haver arrependimento Drauzio Varella é um médico e é ateu e parece ser muito mais cristão do que aqueles dois hipócritas.  Drauzio passou a vida toda cuidando de monstros. Eu jamais faria isso, porque sou ateu e a favor da pena de mor

Escola despreza Estado laico ao adotar projeto ‘Bíblia Sagrada’

  Em vez de estimular o pensamento crítico, escola faz lavagem cerebral nas crianças    Em vez de ensinar os alunos a respeitarem a Constituição, a escola pública de primeiro grau Monteiro da Silva, de Mimoso do Sul, transgride-a com a adoção do projeto “Bíblia Sagrada”, em atividades que incluíram proselitismo de pastores de diversas igrejas. Com cerca de 26 mil habitantes, a cidade fica no extremo sul do Espírito Santo. O prefeito é Ângelo Guarçoni Júnior (PMDB). A escola passou por cima do artigo 19 da Constituição, que veta o envolvimento direta ou indiretamente de qualquer instância do Estado brasileiro com crenças religiosas. O Mimoso Online informou que o projeto foi realizado na semana passada, havendo durante o horário das aulas, no salão da escola, louvores, pregação da palavra de Deus e teatro bíblico. O site destacou que o projeto foi uma iniciativa da diretora Elizabeth Astolpho para incutir nas crianças o “habito de se buscar a Deus, algo que é indispensável par