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Entidade critica Conselho de Medicina por equiparar a ciência a opiniões pessoais de médicos

A ciência já comprovou a eficiência da vacina obrigatória contra a Covid-19. Apesar disso, o Conselho Federal de Medicina está fazendo uma pesquisa para saber a opinião dos médicos


VINICIUS LISBOA
jornalista

Agência Brasil
empresa financiada pelo governo brasileiro

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) criticou em nota uma pesquisa conduzida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para saber a opinião dos médicos sobre a obrigatoriedade da vacinação de crianças de 6 meses a menos de 5 anos contra a Covid-19.

No formulário disponível, o CFM alega que está conduzindo a pesquisa "para entender a percepção dos médicos brasileiros" sobre a obrigatoriedade da imunização de crianças, e afirma que a opinião dos profissionais "é fundamental para enriquecer a análise e contribuir para a tomada de decisões futuras".

Para a SBIm, a pesquisa equipara as crenças pessoais dos médicos à ciência, o que pode gerar insegurança na comunidade médica e afastar a população das salas de vacinação.

"A SBIm entende que a pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) não trará nenhum benefício à sociedade", afirma instituição científica.

Por que CFM quer
questionar uma
 vacinação que é
obrigatória por lei?
FOTO: TÂNIA REGO / AGÊNCIA BRASIL

Mortes por Covid-19

A SBIM lembra que a Covid-19 foi responsável por 5.310 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e 135 mortes entre crianças menores de 5 anos no Brasil em 2023, conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que reúne dados até novembro.

Além disso, desde o início da pandemia, houve 2.103 casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), considerada uma manifestação tardia da Covid-19, com 142 mortes.

Diante disso, a sociedade ressalta que a vacinação contra a Covid-19 é uma estratégia comprovadamente eficaz e segura para a prevenção da doença, potencialmente fatal também entre crianças.

A segurança da vacina é reforçada pelo último boletim de monitoramento de Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação e à Imunização (Esavi) publicado pelo Ministério da Saúde. 

Segundo o documento, após a aplicação de mais de 47 milhões de doses em pessoas menores de 18 anos, entre 18 de janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2022, a grande maioria dos eventos propriamente ditos foram leves ou moderados, como dor de cabeça, febre, dor muscular e outras reações esperadas.

Além disso, a SBIM argumenta que o Brasil dispõe de pelo menos dois dispositivos legais que estabelecem a obrigatoriedade da vacinação de menores de 18 anos, os artigos 227 da Constituição Federal e 14 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que determina em parágrafo único que "é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias".

A Agência Brasil pediu um posicionamento ao CFM sobre as críticas e questionou por que a pesquisa está sendo realizada e como o conselho pretende divulgar e aproveitar o resultado. Até o fechamento desta reportagem, não houve retorno

• Bolsonarista se recusa a tomar vacina e morre de reinfecção de Covid-19

• Enfrentamento à Covid-19 evidenciou o poder da ciência

Comentários

Paulo Lopes disse…
Pelo jeito, o bolsonarismo continua no controle do Conselho Federal de Medicina. Que vergonha para os médicos! Que vergonha para o Brasil!
CBTF disse…
Não basta ter morrido um monte de crianças, querem saber a opinião dos médicos sobre uma vacina comprovada eficaz pela ciência, sendo que muitos médicos recomendaram remédio de carrapato pra combater vírus na pandemia, será que o bolsoburrismo não vai acabar nunca?

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