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Na Bolívia, ex-alunos de colégio acusam superior dos jesuítas de ser 'cúmplice' de padres pedófilos

Advogado das vítimas informou que abriu processos judiciais contra oito ex-provinciais da congregação, mas por enquanto a principal denúncia é contra Bernardo Mercado


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Ex-alunos do colégio Juan XXIII denunciaram na terça-feira, 3 de outubro, o superior dos jesuítas bolivianos, Bernardo Mercado, pelos casos de pedofilia envolvendo vários padres, alguns falecidos, e nos quais salientam que a ordem tinha uma responsabilidade institucional.

“A denúncia é contra o superior” da Companhia de Jesus, mas também se estende aos “cúmplices e corretivos”, disse José Luis Gareca à agência de notícias EFE. 

Gareca é o advogado dos ex-alunos. Ele disse que o processo inclui oito ex-provinciais da congregação religiosa que “vão entrar como cúmplices”, mas que inicialmente a acusação é dirigida à atual autoridade máxima da instituição.

Mercado é apontado como
o responsável por acobertar
padres abusadores
FOTO: FACEBOOK

Os casos de pedofilia na Companhia de Jesus vieram à tona em maio de 2023, quando o meio de comunicação espanhol El País publicou numa investigação o conteúdo do diário do jesuíta espanhol Alfonso Pedrajas, no qual ele relata os supostos abusos que cometeu contra menores na Bolívia. 

Nesse texto, o religioso falecido em 2009 refere-se aos supostos abusos que cometeu contra dezenas de crianças quando era responsável pela Escola Juan XXIII, na cidade de Cochabamba, desde 1971.

O advogado esclareceu que a denúncia contra o superior jesuíta na Bolívia se baseia no bloco constitucional, pois considera que os membros da organização religiosa cometeram “violações sistemáticas” contra uma população específica e são considerados “contra a humanidade”, uma vez que não prescrevem.

O anúncio da denúncia foi feito às portas da igreja da Companhia de Jesus, em Cochabamba, onde foram colocados na fachada do templo retratos dos padres acusados ​​de pedofilia junto com os ex-provinciais acusados ​​de encobrir os crimes, fatos e detalhes dos casos. 

Em meados 2023, o Ministério Público iniciou uma investigação em várias regiões do país sobre denúncias de pedofilia.

Em maio, o governo de Luis Arce apresentou um projeto de lei para que não prescrevam crimes sexuais contra menores, que foi rejeitado pelo Parlamento há poucos dias, o que gerou protestos de vários setores que defendem as crianças e os adolescentes.

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