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Juiz autoriza transfusão de sangue e salva bebê filho de Testemunhas de Jeová

O Ministério Público argumentou que, pela Constituição, é dever do Estado assegurar o direito à vida às crianças 


O juiz Marcelo Geraldo Lemos concedeu liminar (medida provisória e de urgência) para transfusão de sangue em um bebê prematuro, salvando-o de profunda anemia. Não havia nesse caso tratamento alternativo.

Por serem da religião fundamentalista Testemunhas de Jeová, os pais da criança estavam impedindo que o Hospital de Clínicas da UFTM (Universidade Federal do Triangulo Mineiro), em Uberaba (MG), adotasse esse procedimento comprovado pelo método científico.

Para os TJs, na interpretação deles da Bíblia, é pecado receber sangue humano, e o paciente perde, assim, na morte, a possibilidade de ter uma vaga no Paraíso. O castigo vale até mesmo para um nenê que, obviamente, não se definiu por nenhuma religião.

Casos como esse, envolvendo crianças, são frequentes em hospitais de todo o mundo. Geralmente, as famílias, mesmo se opondo aos hospitais é às decisões judiciais, são discriminadas pelas congregações, incorporação uma maldição.

Prematuro, o bebê
estava com anemia
profunda
FOTO: REDE SOCIAL  

O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) solicitou a manifestação da Justiça por ser informado que o nenê corria "iminente risco de morte", e o Estado tem de intervir, considerando haver exceção na regra de que cabe aos pais a criação e educação dos filhos.

O Ministério Público, pelo promotor Thiago de Paula Oliveira, acionou a Justiça citando trecho da Constituição: "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".

O promotor ressaltou que apesar de os pais terem direito de "dirigir aos seus filhos a criação e a educação", e o Estado ter o dever de respeitá-los, "essa regra admite exceção, quando o paciente se encontra em iminente risco de morte"

"Percebe-se, como demonstram os documentos médicos, que a falta das intervenções indicadas atinge o bem-estar da criança, intensificando seu sofrimento sem que haja uma justificativa para sua negativa. Sendo assim, é imperioso verificar-se que não se pode restringir o direito da criança a ter sua saúde protegida, por conta da convicção religiosa dos pais", afirmou

Comentários

CBTF disse…
Agora vão abandonar o filho e tratar pra vida toda como pecador, religião é veneno.
Os ditos "responsáveis" acham que são "proprietários" da prole. E o Estado apenas consideram os direitos das crianças (e adolescentes) quase sempre em situações extremadas. Doutrinar às sandices religiosas está liberado, assim como preconeitos num forte viés machista, patriarcalista, cisgenerista e heterossexista. Aliás, desde quando família educa? Salvo raríssimas excessões, quase sempre se limitam ao tal "bons modos": limpe os pés, peça licença para mexer nas coisas alheias etc.
Pior que essa tal "Esquerda" acha lindo a tal "liberdade" religiosa que permite doutrinar crianças e adolescentes. Depois reclamam quando as causas sociais continuam sempre tão ruins em nosso país. Deu uma queda com Bolsonaro e apenas voltamnos a mediocridade de sempre. Sem rigor no Laicismo (ou Secularismo), progresso real é uma impossibilidade.

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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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