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Número de infartos em mulheres cresce e quase se equivale ao dos homens


As mulheres precisam ficar atentas aos sintomas, que em muitos casos se apresentam de forma diferente nelas do que nos homens

SIMONE LEMOS
jornalista
Jornal da USP

Foi-se o tempo em que os homens sofriam mais infartos do que as mulheres. Essa realidade mudou e a incidência é praticamente igual entre os dois sexos. A proporção é de seis homens para cada quatro mulheres.

O perfil das mulheres que infartam não mudou, o que acontece é que elas estão infartando mais jovens. A doença isquêmica, que é a consequência do infarto do miocárdio, está ocorrendo precocemente.

Walkiria Samuel Ávila, coordenadora do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Cardiopatia e Gravidez e Aconselhamento Reprodutivo do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que o estilo de vida das mulheres está mudando nestas últimas décadas, no sentido da competição no mercado de trabalho e da tripla função (elas continuam sendo mães, esposas e responsáveis pelos serviços domésticos). 

Por conta disso, elas têm um estilo de vida que não é confortável. Fumam mais, bebem mais, são sedentárias por não encontrarem tempo suficiente para cumprir todas as metas e as funções determinadas pela vida saudável.

Doenças cardiovasculares
são a principal causa de
morte entre as mulheres
 

As mulheres infartam como os homens, após a menopausa, por que há uma redução de estrógeno, responsável pela proteção dos vasos no organismo, protegendo as mulheres de um infarto. Os sintomas também se apresentam de forma diferente. 

A cardiologista lembra que os médicos não estão preparados para diagnosticar o problema. “As pessoas não costumam dar atenção aos sintomas, que podem se apresentar como uma dor no peito, ficam achando que são gases, dor de estômago e não passam por um médico para fazer um diagnóstico preciso.”

A Federação Mundial do Coração alerta que doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres no mundo. A mortalidade por infarto do miocárdio na mulher é, nos primeiros 30 dias de internação pós-infarto, maior do que a dos homens. Isso ocorre porque elas chegam tardiamente aos serviços de saúde.

Vale lembrar que em qualquer doença cerebrovascular, derrame, ou infarto do miocárdio quanto mais precoce for o atendimento, maior a chance de sobrevida e de não haver sequelas. “A mulher não faz a prevenção primária da doença cardiovascular, que deve ser feita após os 40 anos, com um check-up onde é verificado colesterol, glicemia e triglicérides, fazendo um perfil de saúde”, diz a especialista.

A doença cardíaca é a principal causa de morte, não obstétrica, durante a gravidez e no pós-parto, e para quem já apresenta o problema. Os contraceptivos podem contribuir para a ocorrência de doenças cardiovasculares, apesar de atualmente serem menos agressivos, mas, se forem mal indicados e mal controlados, também podem causar efeitos colaterais.

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