Livro mostra o drama desses pequenos cetáceos capturados por acidente em atividades pesqueiras nas regiões costeiras do Brasil, Uruguai e Argentina
Golfinhos de rios só existem na América do Sul |
JORNAL DA USP
A toninha é um pequeno golfinho que ocorre, exclusivamente, em águas litorâneas do Sudeste e do Sul do Brasil, do Uruguai, e do norte da Argentina. O maior fator de mortalidade da toninha é o acidente operacional quando redes de pesca buscam capturar pescado.
Mesmo com sistema de ecolocalização, a toninha se emaranha em redes de pesca e, por não conseguir subir à superfície da água para respirar, ela morre”, alertam os autores do e-book Toninha, um pequeno cetáceo ameaçado de extinção, disponível gratuitamente no site do Laboratório de Biologia da Conservação de Mamíferos Aquáticos (LABCMA) do Instituto Oceanográfico (IO) da USP.
O livro é resultado do estudo Avaliação sobre o estado da arte dos conhecimentos com vistas à conservação da toninha, Pontoporia blainvillei, um pequeno cetáceo ameaçado de extinção, vinculado ao Programa de Iniciação Científica e de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da USP, com autoria de Isabela Rugitsky Domingues, do Instituto de Biociências da USP, sob orientação do professor Marcos César de Oliveira Santos, do Instituto Oceanográfico da USP.
O livro é resultado do estudo Avaliação sobre o estado da arte dos conhecimentos com vistas à conservação da toninha, Pontoporia blainvillei, um pequeno cetáceo ameaçado de extinção, vinculado ao Programa de Iniciação Científica e de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da USP, com autoria de Isabela Rugitsky Domingues, do Instituto de Biociências da USP, sob orientação do professor Marcos César de Oliveira Santos, do Instituto Oceanográfico da USP.
A meta dos autores é que o material, produzido em língua portuguesa e de livre acesso, tenha um alcance maior e mais efetivo a membros da sociedade não acadêmica sul-americana. “Se depender apenas dos cientistas, a toninha não será salva da extinção”, alertam.
O professor reitera, em entrevista ao Jornal da USP, que a reversão do processo de extinção da toninha passa, primeiramente, pelo processo de se furar uma bolha que engloba apenas cientistas e agentes de meio ambiente.
A toninha, também conhecida como “franciscana” e “La Plata dolphin”, é um pequeno cetáceo endêmico da costa da América do Sul. Apesar de ser considerada uma das cinco espécies existentes de “golfinhos de rio”, a toninha habita preferencialmente a costa marinha, com duas populações descritas para águas estuarinas.
Golfinho do rio
A toninha, também conhecida como “franciscana” e “La Plata dolphin”, é um pequeno cetáceo endêmico da costa da América do Sul. Apesar de ser considerada uma das cinco espécies existentes de “golfinhos de rio”, a toninha habita preferencialmente a costa marinha, com duas populações descritas para águas estuarinas.
A espécie é caracterizada por um tamanho relativamente pequeno, quando comparada a outros membros da ordem Cetacea. Seu comprimento na idade adulta pode variar entre 113 cm e 136 cm para os machos, e 129 cm e 180 cm para as fêmeas, e sua coloração é amarronzada no dorso, com tons acinzentados.
Elas costumam viver em pequenos grupos, compostos de dois a cinco indivíduos, mas já foram avistados grupos maiores na costa do Rio de Janeiro, chegando a 15 indivíduos, e no complexo estuarino de Paranaguá, com 12 indivíduos.
Elas costumam viver em pequenos grupos, compostos de dois a cinco indivíduos, mas já foram avistados grupos maiores na costa do Rio de Janeiro, chegando a 15 indivíduos, e no complexo estuarino de Paranaguá, com 12 indivíduos.
Sua alimentação é composta, preferencialmente, de peixes e lulas, e sua predação ocorre por espécies como os tubarões-tigre e as orcas. A expectativa de vida para a espécie é de cerca de 20 anos.
A toninha é o pequeno cetáceo mais ameaçado de extinção no Atlântico Sudoeste, segundo informações do livro. Atualmente, é classificada como “ameaçada e vulnerável à extinção” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
A toninha é o pequeno cetáceo mais ameaçado de extinção no Atlântico Sudoeste, segundo informações do livro. Atualmente, é classificada como “ameaçada e vulnerável à extinção” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
No Brasil, até 2018, a espécie se encontrava na categoria “criticamente em perigo”, no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, conforme o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), como informam os autores na introdução.
Preocupação ecológica
Não há dados do número real de toninhas. “A maioria dos registros efetuados até o momento leva em conta somente animais encontrados encalhados e, portanto, quando comparada com o acompanhamento da frota pesqueira e avistamentos de toninhas presas em redes, a mortalidade acidental acaba sendo subestimada”, apontam os pesquisadores.
A captura acidental ocorre ao longo de todo o ano na costa brasileira e principalmente no verão e primavera no Uruguai e na Argentina.
Como salvá-las?
Como salvá-las?
Segundo o professor Santos, é preciso políticas públicas com a participação de cientistas e agentes de meio ambiente, assim como dos representantes estaduais na costa dos Estados, regiões, municípios e províncias.
O professor Marcos Santos lembra que esse processo deve ser acompanhado por um programa educacional básico e padronizado para que as três referidas nações adotem a toninha como um símbolo de proteção ao oceano.
> Para baixar o e-book Toninha, um pequeno cetáceo ameaçado de extinção clique aqui.
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