Pular para o conteúdo principal

Islâmicos da Rússia apoiam a invasão da Ucrânia

Putin destaca que nenhum país muçulmano aderiu às sanções a Moscou


BENJAMIN OUÉNELLE

A população islâmica na Rússia é de 15 a 20 milhões, formam a espinha dorsal do regime de Putin e são os maiores apoiadores da sua “operação militar especial” na Ucrânia.

A cidade de Kazan, a capital da semiautônoma República do Tartaristão no sudoeste do território russo, é o símbolo das relações quentes entre cristãos e muçulmanos no país com o maior território do mundo.

E é às margens do Rio Volga que o governo russo tem estabelecido a maior reaproximação com o mundo islâmico.

Os domos da catedral ortodoxa da cidade e os minaretes da grande mesquita coexiste pacificamente. E há séculos o Kremlin de Kazan permanece como uma cidadela na qual os edifícios do poder político e religioso estão unidos.

É uma situação única na Rússia.

Esta região, cerca de 700 km a leste de Moscou, adotou o Alcorão há 1.100 anos.

E segundo o presidente russo, Vladimir Putin, isso “teve um impacto significativo na formação de nossa pátria como um estado multi-religioso”.

Ele disse isso em uma mensagem enviada ao fórum “Rússia-Mundo Islâmico”, que ocorreu no início de maio deste ano em Kazan. 1.100 figuras religiosas de 76 regiões russas e cinco países muçulmanos estiveram presentes.

Nenhum país muçulmano impôs sanções a Moscou

Há 15-20 milhões de muçulmanos vivendo na Federação Russa. E em um país isolado internacionalmente pelo Ocidente devido a sua “operação militar especial” na Ucrânia, Putin não deixou de destacar sua aproximação com o mundo islâmico.

Ele enfatizou que nenhum país muçulmano impôs sanções a Moscou.

“Juntos, nos opomos ao uso de chantagem, medidas discriminatórias e ao diktat político e econômico nas relações internacionais”, disse Putin.

Ele também elogiou a “firmeza, coragem e altruísmo” dos soldados muçulmanos da Rússia que atualmente lutam na Ucrânia.

Durante o fórum de Kazan, autoridades locais e representantes muçulmanos, um após o outro, defenderam a narrativa das autoridades russas.
10 mil soldados muçulmanos
 da Chechênia reforçam as
 forças russas na Ucrânia

“Estes são tempos difíceis. Devemos nos unir em torno do chefe de nosso estado”, disse Rustam Minnikhanov, presidente da República do Tartaristão.

“O Ocidente está tentando impor seus valores”, ele atacou.

Esse é um tema que Putin vem repetindo nos últimos anos. Ele destacou a integração bem-sucedida dos muçulmanos na Rússia para mostrar que, em sua luta contra o Ocidente e seu suposto declínio de valores, ele tem o Islã do seu lado.

Os muçulmanos russos são uma preciosa reserva de votos eleitorais para o regime de Putin, desempenhando um papel fundamental na defesa dos valores conservadores.

O “renascimento espiritual” da Rússia

Shaykh al-Islām Talgat Tadzhuddin, um mufti que chefiou o Diretório Espiritual Muçulmano Central da Rússia, teve palavras ainda mais duras do que as oficiais durante o fórum de Kazan.

Ele disse que a Rússia estava orando por “nossos soldados mobilizados” na Ucrânia e depois afirmou que o governo de Kiev “está organizando um retorno ao nazismo e realizando genocídio, com a ajuda do Ocidente, orquestrando o avanço da Otan”.

O líder religioso muçulmano agradeceu então a Putin por ter permitido o “renascimento espiritual”, “o confronto entre verdade e falsidade” e “a unidade da Rússia” diante de “uma Europa que está perdendo o rumo”.

Suas palavras foram calorosamente aplaudidas.

“O muro do silêncio”

“Aparentemente, a comunidade islâmica apoiando o presidente. Mas o muro de silêncio é tal que qualquer oponente da guerra, ortodoxo ou muçulmano, não pode mais se expressar livremente”, alertou um observador de assuntos religiosos russos da Europa Ocidental com sede em Moscou.

“Você também tem que ler nas entrelinhas”, disse ele.

Mas durante o fórum de Kazan, o mufti supostamente pragmático fez um discurso mais moderado.

Sheikh Ravil Gaynutdin, presidente do Conselho de Muftis da Rússia, elogiou o “estado multi-religioso e tolerante” construído pelo Kremlin.

Mas ele evitou cuidadosamente falar sobre a crise na Ucrânia, limitando-se a propostas concretas como construir novas mesquitas no país, fortalecer os laços internacionais com o mundo islâmico, criar “um grande mercado econômico”, etc.

> Com tradução de Wagner Fernandes de Azevedo para o IHU Online. Título original do texto é O islã é outro pilar do Kremlin contra o Ocidente. A foto é reprodução da rede social.

• Igreja Ortodoxa da Rússia abençoa tanques da invasão à Ucrânia


• Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa ama luxo,Youtube e Putin

Comentários

Anônimo disse…
Os câncersavadores bozistas brasileiros poderiam dar as mãos para eles e ir lá lutar pelo comunismo islâmico.

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Vicente e Soraya falam do peso que é ter o nome Abdelmassih

Ateísmo faz parte há milênios de tradições asiáticas

Chico Buarque: 'Sou ateu, faz parte do meu tipo sanguíneo'

Físico afirma que cientistas só podem pensar na existência de Deus como hipótese

Santuário Nossa Senhora Aparecida fatura R$ 100 milhões por ano

Basílica atrai 10 milhões de fiéis anualmente O Santuário de Nossa Senhora de Aparecida é uma empresa da Igreja Católica – tem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) – que fatura R$ 100 milhões por ano. Tudo começou em 1717, quando três pescadores acharam uma imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba do Sul, formando-se no local uma vila que se tornou na cidade de Aparecida, a 168 km de São Paulo. Em 1984, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) concedeu à nova basílica de Aparecida o status de santuário, que hoje é uma empresa em franca expansão, beneficiando-se do embalo da economia e do fortalecimento do poder aquisitivo da população dos extratos B e C. O produto dessa empresa é o “acolhimento”, disse o padre Darci José Nicioli, reitor do santuário, ao repórter Carlos Prieto, do jornal Valor Econômico. Para acolher cerca de 10 milhões de fiéis por ano, a empresa está investindo R$ 60 milhões na construção da Cidade do Romeiro, que será constituída por trê...

Cinco deuses filhos de virgens morreram e ressuscitam. E nenhum deles é Jesus

Padre acusa ateus de defenderem com 'beligerância' a teoria da evolução

Roger tenta anular 1ª união para se casar com Larissa Sacco

Médico é acusado de ter estuprado pacientes Roger Abdelmassih (foto), 66, médico que está preso sob a acusação de ter estuprado 56 pacientes, solicitou à Justiça autorização  para comparecer ao Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de São Paulo de modo a apresentar pedido de anulação religiosa do seu primeiro casamento. Sônia, a sua segunda mulher, morreu de câncer em agosto de 2008. Antes dessa união de 40 anos, Abdelmassih já tinha sido casado no cartório e no religioso com mulher cujo nome ele nunca menciona. Esse casamento durou pouco. Agora, o médico quer anular o primeiro casamento  para que possa se casar na Igreja Católica com a sua noiva Larissa Maria Sacco (foto abaixo), procuradora afastada do Ministério Público Federal. Médico acusado de estupro vai se casar com procuradora de Justiça 28 de janeiro de 2010 Pelo Tribunal Eclesiástico, é possível anular um casamento, mas a tramitação do processo leva anos. A juíza Kenarik Boujikian Fel...

Médico acusado de abuso passa seu primeiro aniversário na prisão

Roger Abdelmassih (reprodução acima), médico acusado de violentar pelo menos 56 pacientes, completou hoje (3) 66 anos de idade na cela 101 do pavilhão 2 da Penitenciária de Tremembé (SP). Foi o seu primeiro aniversário no cárcere. Filho de libaneses, ele nasceu em 1943 em São João da Boa Vista, cidade paulista hoje com 84 mil habitantes que fica a 223 km da capital. Até ser preso preventivamente no dia 17 de agosto, o especialista em reprodução humana assistida tinha prestígio entre os ricos e famosos, como Roberto Carlos, Hebe Camargo, Pelé e Gugu, que compareciam a eventos promovidos por ele. Neste sábado, a companhia de Abdelmassih não é tão rica nem famosa e, agora como o próprio médico, não passaria em um teste de popularidade. Ele convive em sua cela com um acusado de tráfico de drogas, um ex-delegado, um ex-agente da Polícia Federal e um ex-investigador da Polícia Civil. Em 15 metros quadrados, os quatros dispõem de três beliches, um vaso sanitário, uma pia, um ch...