Pular para o conteúdo principal

Casas de mães solteiras da Igreja Católica da Irlanda ocultaram a morte de 9.000 crianças

Investigação do governo da Irlanda descobriu que entre 1920 e 1990 cerca de 9 mil crianças morreram em 18 casas de mães solteiras administradas pela Igreja Católica, com subsídios estatais.

As instituições ocultaram essas mortes, que só se tornaram públicas com a descoberta de esqueletos sem identificação em valas comuns.

A Igreja usava essas mulheres e seus filhos como mão de obras para lavanderias. O filme de 2001 The Magdalene Sisters ("Em Nome de Deus", na versão para o português) conta a história de quatro jovens dessas lavanderias. Três delas eram mães solteiras e uma fora estuprada.

Ao comentar relatório da investigação que já dura seis anos, o ministro Roderic O'Gorman, da Criança, comentou que vigorou na Irlanda "uma cultura sufocante, opressora e brutalmente misógina, em que uma estigmatização generalizada de mães solteiras e seus filhos roubou desses indivíduos sua dignidade e às vezes seu futuro".

Chamadas de Lares para Mães e Bebês ou de Lavanderias Católicas, as instituições escondiam da sociedade mães grávidas ou já com filhos.

Parentes das mulheres testemunharam que a crianças sofriam mal tratos por serem consideradas frutos do pecado e eram enjeitadas por uma sociedade extremamente católica. Muitas das mulheres eram vítimas de incesto.

Estima-se que pelas instituições passaram no período 56 mil mulheres e 57 mil crianças. Dessas, muitas eram adotadas e nunca ficaram sabendo quem eram suas mães biológicas. Algumas eram usadas como cobaias para teste de novos medicamentos sem o consentimento das mães.

O filme Philomena (2013), de Stephen Frears, conta história real de uma mulher que procura o filho que foi arrancado de seus braços 

Em nota, dom Eamon Martin, arcebispo de Armagh e primaz da Irlanda, dividiu a responsabilidade da Igreja com uma "cultura em que as pessoas eram 'estigmatizadas, julgadas e rejeitadas'" .

"[A Igreja] pede desculpas completas", diz o líder católico.

A descoberta dos esqueletos só foi possível porque em 2014 dois meninos da cidade de Tuam tropeçaram em ossos quando brincavam no quintal de uma antiga casa. A notícia chamou a atenção da pesquisadora Catherine Corless, que achou estranho ter existido no local um "lar" administrado por freiras da ordem Bon Secours.

Apenas na "casa de Tuam", como a imprensa passou a chamar o local, foram encontrados ossos de 802 crianças, incluindo de recém-nascidos.

O primeiro-ministro Micheal Martin prometeu indenizar os familiares das vítimas, manter a busca por mais ossos, com exumação e, quando possível, indentificar os restos mortais. 

O país está abalado com as novas revelações. A Irlanda já foi um dos países mais católicos do mundo. Os irlandeses se distanciaram da religião quando explodiram no país escândalos de padres pedófilos.

Irmãs enterraram os ossos sem identificação

Com informação do relatório do governo da Irlanda e de outras fontes e foto de arquivo.

Irlanda resgata a história da vergonha das lavanderias católicas 




Comentários

Paul Muadib disse…
Religião é uma ótima maneira de pessoas vis justificarem seus atos hediondos....

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Vicente e Soraya falam do peso que é ter o nome Abdelmassih

Ateísmo faz parte há milênios de tradições asiáticas

Chico Buarque: 'Sou ateu, faz parte do meu tipo sanguíneo'

Físico afirma que cientistas só podem pensar na existência de Deus como hipótese

Cinco deuses filhos de virgens morreram e ressuscitam. E nenhum deles é Jesus

Santuário Nossa Senhora Aparecida fatura R$ 100 milhões por ano

Basílica atrai 10 milhões de fiéis anualmente O Santuário de Nossa Senhora de Aparecida é uma empresa da Igreja Católica – tem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) – que fatura R$ 100 milhões por ano. Tudo começou em 1717, quando três pescadores acharam uma imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba do Sul, formando-se no local uma vila que se tornou na cidade de Aparecida, a 168 km de São Paulo. Em 1984, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) concedeu à nova basílica de Aparecida o status de santuário, que hoje é uma empresa em franca expansão, beneficiando-se do embalo da economia e do fortalecimento do poder aquisitivo da população dos extratos B e C. O produto dessa empresa é o “acolhimento”, disse o padre Darci José Nicioli, reitor do santuário, ao repórter Carlos Prieto, do jornal Valor Econômico. Para acolher cerca de 10 milhões de fiéis por ano, a empresa está investindo R$ 60 milhões na construção da Cidade do Romeiro, que será constituída por trê...

Padre acusa ateus de defenderem com 'beligerância' a teoria da evolução

Roger tenta anular 1ª união para se casar com Larissa Sacco

Médico é acusado de ter estuprado pacientes Roger Abdelmassih (foto), 66, médico que está preso sob a acusação de ter estuprado 56 pacientes, solicitou à Justiça autorização  para comparecer ao Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de São Paulo de modo a apresentar pedido de anulação religiosa do seu primeiro casamento. Sônia, a sua segunda mulher, morreu de câncer em agosto de 2008. Antes dessa união de 40 anos, Abdelmassih já tinha sido casado no cartório e no religioso com mulher cujo nome ele nunca menciona. Esse casamento durou pouco. Agora, o médico quer anular o primeiro casamento  para que possa se casar na Igreja Católica com a sua noiva Larissa Maria Sacco (foto abaixo), procuradora afastada do Ministério Público Federal. Médico acusado de estupro vai se casar com procuradora de Justiça 28 de janeiro de 2010 Pelo Tribunal Eclesiástico, é possível anular um casamento, mas a tramitação do processo leva anos. A juíza Kenarik Boujikian Fel...

Médico acusado de abuso passa seu primeiro aniversário na prisão

Roger Abdelmassih (reprodução acima), médico acusado de violentar pelo menos 56 pacientes, completou hoje (3) 66 anos de idade na cela 101 do pavilhão 2 da Penitenciária de Tremembé (SP). Foi o seu primeiro aniversário no cárcere. Filho de libaneses, ele nasceu em 1943 em São João da Boa Vista, cidade paulista hoje com 84 mil habitantes que fica a 223 km da capital. Até ser preso preventivamente no dia 17 de agosto, o especialista em reprodução humana assistida tinha prestígio entre os ricos e famosos, como Roberto Carlos, Hebe Camargo, Pelé e Gugu, que compareciam a eventos promovidos por ele. Neste sábado, a companhia de Abdelmassih não é tão rica nem famosa e, agora como o próprio médico, não passaria em um teste de popularidade. Ele convive em sua cela com um acusado de tráfico de drogas, um ex-delegado, um ex-agente da Polícia Federal e um ex-investigador da Polícia Civil. Em 15 metros quadrados, os quatros dispõem de três beliches, um vaso sanitário, uma pia, um ch...