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Jornal americano relata como os 'Soldados de Jesus' atormentam minorias religiosas

Bandidos pentecostais se
tornaram em cruzados que
levaram uma guerra santa
para morros e baixada do Rio

Em longa reportagem, o jornal Washington Post relata como neopentecostais armados, denominados 'Soldados de Jesus", têm expulsado no Grande Rio sacerdotes de religiões de origem africana.

A partir de Duque de Caxias, o correspondente Terrence McCoy assim começa o texto:

Houve uma batida na porta. Estranho, o sacerdote pensou: ele não estava esperando ninguém.

Marcos Figueiredo correu para a entrada do templo [terreiro] de sua casa e a abriu.

Armas. Três deles. Tudo apontando para ele.

Os "soldados de Jesus" haviam chegado — três membros de uma gangue de cristãos evangélicos extremistas que haviam assumido o controle do empobrecido bairro do Parque Paulista, em Duque de Caxias. 





Primeiro, eles ergueram barreiras para afastar policiais e criar um paraíso para narcóticos a uma hora de carro do Rio de Janeiro. Agora eles estavam mirando em alguém cuja fé não se alinhava à sua. Isso significava exigir o fechamento de templos que praticavam religiões de influência africana, como o candomblé de Figueiredo.

"Ninguém quer macumba aqui", disse um deles a Figueiredo, usando um insulto étnico, de acordo com testemunhos que ele forneceu às autoridades. "Você tem uma semana para parar tudo isso."

Eles dispararam no ar e partiram, deixando Figueiredo com uma escolha impossível: sua fé — ou sua vida."

O que o jornal americano informa não é novidade para os brasileiros.

"Os Soldados de Jesus", nem sempre com esse nome, não surgiram rapidamente, das trevas para o dia.

Mas os terreiros sempre existiram no Grande Rio e na periferia das grandes cidades brasileiras.

Em determinados lugares houve desde sempre um estranhamento, mas só recentemente, nos últimos anos, com o crescimento dos evangélicos, os terreiros entraram na mira da intolerância mais explícita, a da ameaça à integridade física.

Assim como Figueiredo, muitos pais de santo tiveram de sair de terreiros tradicionais, levando seus santos para lugares menos perigosos.

McCoy informa os americanos que o Brasil tem passado por uma mudança religiosa abrupta, em apenas uma única geração.

"Em 1980, cerca de 9 em cada 10 pessoas aqui identificadas como católicas. Mas essa proporção chegou a 50% e em breve será superada pelo evangelicalismo, que agora representa um terço da população."

David Bledsoe, um missionário americano que ficou dois anos no Rio, contou ao correspondente do WP que a crescente violência dos "Soldados de Jesus" (ou "Traficantes de Jesus") "horrorizou os evangélicos tradicionais".

Mas o próprio Bledsoe fornece uma pista para que os bandidos de Jesus não estejam sendo devidamente combatidos.

Ele disse admitiu que há mesmo "uma influência demoníaca lá [no Rio]".

Certamente as autoridades brasileiras, cada vez mais evangélicas, também acham isso e, no fundo, acreditam que os cruzados pentecostais estão certos.

Com informação do Washington Post.



Bandidos evangélicos expulsam mães de santo de favelas do Rio

Livro mostra a relação no Rio do tráfico com igrejas evangélicas

'Bandidos de Jesus' destroem terreiro de candomblé na Baixada Fluminense

Traficantes evangélicos proíbem no Rio cultos de matriz africana




Comentários

Emerson Santos disse…
Cade o Leandro Bueno pra falar sobre isso ??? kkkkk .. Pimenta nos olhos dos outros é refresco .... :)

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