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Livro mostra a relação no Rio do tráfico com igrejas evangélicas



A pesquisadora e socióloga Christina Vital da Cunha conta no livro “Oração de Traficantes” como se deu a partir de 2.000 em favelas do Rio a aproximação entre traficantes e evangélicos pentecostais.

Trata-se de uma relação conturbada, disse, porque há pastores que continuam resistindo aos traficantes, mas a colaboração entre uns e outros têm ocorrido por um motivo forte: traficantes e religiosos da teologia da prosperidade gostam muito de dinheiro.

Traficantes e pastores
gostam muito da mesma
coisa: dinheiro

Em entrevista ao G1, Christina disse que a partir de um determinado momento os traficantes passaram a financiar cultos ao ar livro e a pagar artistas famosos para show gospel em favelas. Os chefões do tráfico também pagam dízimo às igrejas.

“Os traficantes gostam de dinheiro e atuam na vida do crime, onde rola muito dinheiro. E os evangélicos não negam o dinheiro. Então, a passagem da vida do crime para a vida moral não implica abrir mão do que conseguiu. Todo aquele dinheiro vai ser purificado. O mundo é uma batalha, mas, por outro lado, não precisa se recusar o dinheiro”, disse.

“No catolicismo, a gente não deve buscar bens na terra e deve privilegiar coisas no céu. Os evangélicos dizem: não, aqui também. Mostrar o dinheiro é uma forma de mostrar a graça de Deus na vida.”

Ela disse que traficantes evangélicos têm expulsado de favela seguidores de religiões de matriz africana.

Acrescentou que, ao menos nas favelas que visitou durante anos para escrever o livro, a expulsão ocorre mais por conta dos evangélicos do que dos traficantes.

“Há uma identificação de que esses religiosos são moralmente inferiores e ligados ao mal.”



Pastores usam chefes do tráfico para acabar com terreiros

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