Pular para o conteúdo principal

Indiano luta na Justiça para obter reconhecimento oficial de que é ateu

Ravi Kumar acrescentou
 ao final de seu nome a
palavra 'Ateu'

[texto opinativo] O indiano Ravi Kumar (foto) conseguiu em 2017 na Justiça mudar o seu nome, com o acréscimo da palavra "Ateu". Em 29 de abril de 2019 ele obteve do governo de sua província um documento atestando que ele não pertence a "nenhuma casta, nenhuma religião e nenhum Deus". Mas um semana depois as autoridades revogaram o documento com a alegação de que os funcionários que o emitiram "excederam sua jurisdição".

Ravi Kumar Ateu se negou a devolver o documento e agora está recorrendo ao Governo e à Suprema Corte para que seja reconhecida a condição de não crer em deuses.

Ele tem 33 anos, abandonou a faculdade, é pintor de parede e mora em Tohana, a 250 km de Deli, a capital.

Nos antebraços tatuou "ateu", o que, em um país de fortíssima tradição religiosa, pode ser considerado um ato de coragem ou de coerência com o que pensa ou ainda de fanatismo na descrença, dependendo do ângulo que se observa.

O fato é que ele se considera ateu desde sete anos.

Ele lembra que quando era criança o seu pai rezava para a deusa Lakshmi ganhar na loteria, mas nunca foi atendido.

Uma vez o próprio Ravi rezou para o Senhor Krishna, quando apanhava de quatro garotos.

De nada adiantou a oração e ele continuou levando pontapés e socos.

Então ele chegou a uma conclusão lógica à qual a maioria resiste: deuses não existem.



"Ninguém foi capaz de provar a existência de Deus" porque não existe Deus. Deus é criação do homem. Deus não existe. É apenas uma palavra".

Ravi Kumar já entrou com recurso no Supremo Tribunal de Punjab e Haryana, que rejeitou pedido de reconhecimento do documento de ateu.

O Supremo local comunicou que de fato não há requisitos legais para emissão de uma comprovação desse tipo.

Ravi não aceita essa a validade jurídica dessa argumentação porque, raciocina ele, o Estado emite documentação de crentes a quem pleiteia benefício destinados às castas mais baixas. Na Índia, o sobrenome da pessoa e a sua religião são determinantes na classificação do sistema de castas.

Agora Ravi vai apelar à Suprema Corte da Índia e já apresentou a sua reivindicação ao presidente Ram Nath Kovind.

"Quando o governo emite certificados de religião ou de casta para as pessoas, eu também tenho o direito de ter um certificado que me identifique como ateu. Também sou cidadão deste país."

Com 1,3 bilhão de pessoas, só existem 33.000 ateus na Índia.

Ravi Kumar Ateu pode não conseguir a validação do seu certificado de descrente, mas talvez ele já tenha obtido algo maior: a divulgação na imprensa internacional do seu caso mostra a discriminação aos ateus, que certamente são mais do que registram as estatísticas oficiais, e coloca em destaque o absurdo e desumano sistema de casta associado à religião.

Atestado de ateu que foi revogado



Com informação da BBC Ásia e de outras fontes.



Ateus da Índia são apenas 0,0027% da população

Padre da Índia aconselhará autistas aos quais ele chama de 'animais'

Rituais do hinduísmo poluem importante rio da Índia

Na Índia, bebê com deformidade é adorado como se fosse deus




Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Padre afirmava que primeiros fósseis do Brasil eram de monstros bíblicos, diz livro de 1817

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

'Meu filho gay não representa nenhuma ameaça à humanidade'

por Paulo R. Cequinel  em resposta a um leitor no post Milhares de europeus católicos e protestantes pedem desbatismo Para que as coisas todas fiquem sempre muito claras, prezado Jefferson, devo dizer que meu filho mais novo é gay e que decidiu viver sua sexualidade abertamente. Como pai tenho o dever incontornável de, enquanto eu estiver por aqui, defender os valores, a honra, a imagem e a vida do meu menino. Eu, imoral? Meu filho, imoral e anticristão? A cada 36 horas uma pessoa LGBTT é assassinada neste país, e uma das razões, a meu juízo, é a evidente legitimação social que a LGBTT-fobia de origem religiosa empresta aos atos de intolerância e de violência contra essas pessoas que são, apenas, diferentes. Meu filho não ameaça nenhuma família ou a humanidade, como proclamou o nazistão do B16 recentemente. Aos 18, estuda muito, já trabalha, é honesto, é amoroso, é respeitado por seus companheiros de escola (preside o grêmio estudantil) e é gay, e não se esconde, e não

Alunos evangélicos de escola de Manaus recusam trabalho de cultura africana

Comissão vai apontar religiosos que ajudaram a ditadura

Pinheiro disse ser importante revelar quem colaborou com os militares A Comissão Nacional da Verdade criou um grupo para investigar padres, pastores e demais sacerdotes que colaboraram com a ditadura militar (1964-1985), bem como os que foram perseguidos. “Os que resistiram [à ditadura] são mais conhecidos do que os que colaboraram”, afirmou Paulo Sérgio Pinheiro (foto), que é o coordenador desse grupo. “É muito importante refazer essa história." Ele falou que, de início, o apoio da Igreja Católica ao golpe de Estado “ficou mais visível”, mas ela rapidamente se colocou em uma “situação de crítica e resistência.” O bispo Carlos de Castro, presidente do Conselho de Pastores do Estado de São Paulo, admitiu que houve pastores que trabalharam como agentes do Dops, a polícia de repressão política da ditadura. Mas disse que nenhuma igreja apoiou oficialmente os militares. No ano passado, a imprensa divulgou o caso do pastor batista e capelão Roberto Pontuschka. De dia ele co

Milagrento Valdemiro Santiago radicaliza na exploração da fé

Pastor homofóbico vai presidir Comissão de Direitos Humanos

Feliciano ficou famoso por seus twitters preconceituosos O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) vai ser o próximo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Feliciano é conhecido por suas afirmações homofóbicas e preconceituosas. Em 2011, no Twitter, ele escreveu que os resultados de um relacionamento amoroso entre duas pessoas do mesmo sexo são ódio, crime e rejeição. A comissão tem sido presidida por um deputado do PT, mas agora o partido cedeu o cargo para o PSC (Partido Social Cristão), que é da base de apoio do governo. O PSC ainda não anunciou oficialmente a indicação de Feliciano, mas o pastor-deputado confirmou ao Estadão que a escolha do seu nome já foi decidida. A igreja de Feliciano é a Ministério de Avivamento, de Orlândia (SP). Ele dedica a maior parte do seu tempo, como pastor e deputado, a combater o movimento gay pela igualdade de direitos. Em 2012, por exemplo, ao participar do Congresso dos Gideões Missionários de

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Comentaristas da Jovem Pan fazem defesa vergonhosa do cristianismo bolsonarista

Pastora Sarah Sheeva fala da época em que era 'cachorrete'

Sarah Sheeva (foto), 39, contou um pouco sobre como era a sua vida de “cachorrete”, de acordo com seu vocabulário, quando acabou o seu casamento. “Eu era igual a sabonete de rodoviária”, disse. “Eu passava de mão em mão e era arrogante quando falava dos meus pecados.” Nesta época, foi ninfomaníaca.