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Ateus contam no Facebook da Atea como a intolerância os atinge


Página mantida
por colaboradores da 
associação atrai uma
 parcela significativa
 de descrentes

Desde que revelou ser ateia, a jovem Laura Bisinella tem sido vítima de intolerância religiosa na escola e em sua sua família, que a pressiona para que volte a ser cristã. Ela contou que é forçada a frequentar a igreja. Ela postou na página da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) do Facebook o seu desabafo. “Isso me conforta”, disse.

Outros ateus têm usado o Face da Atea para denunciar os preconceitos que sofrem. Esse é o caso de Izabella Palis Fernandes.

Ela era espírita, e sua família agora se esforça para que volte a frequentar o centro de sessões. Além disso, nas redes sociais, algumas pessoas a excluíram de sua lista de “amigos”, porque, argumentou Izabella, “‘desrespeitar’ as religiões parece ser algo inadmissível”. Afirmou que deixa de se sentir sozinha quando acessa a página da Atea porque lá encontra outros ateus, alguns deles, inclusive, vítimas de intolerância, como ela.

Marcela Valino também frequenta a página para não se sentir só, embora acredite que os ateus precisam de mais união entre eles.

O Facebook da Atea tem neste momento 333 mil seguidores — a associação é “meio satânica”, informou a página, fazendo uma brincadeira com o número da besta, o 666, de acordo com a tradição cristã.

Certamente nem todos que acompanham a página da associação são ateus ou agnósticos, mas ainda assim trata-se de um número significativo, levando em conta que, de acordo com o Censo de 2010, o Brasil tinha naquele ano 615,1 mil ateus e 124,4 mil agnósticos. O que significa que uma parcela expressiva dos descrentes brasileiros acessa a página do Face da Atea.


A página se propõe a ser na rede social um endereço de ativismo ateísta, humor e informação, entre outros temas de interesse dos céticos. Ela é alimentada por voluntários.

Os posts de humor costumam ser os mais polêmicos. Alguns deles são criticados até por ateus e outros levantam ira de religiosos, que julgam haver desrespeito para com sua crença.

Algumas ilustrações de humor, de fato, extrapolam o bom gosto, mas o que parece orientar esses posts é a postura da nova geração de descrentes segundo a qual a religião deve ser questionada com contundência, sem dó nem piedade, quando for preciso, como ocorre, aliás, com qualquer outro tema que seja objeto de debate público.

Para esses ateus, a religião não desfruta de um tratamento diferenciado que a exclui do crítica mais contundente e até do escracho. Por esse ponto de vista, a religião pode ser sagrada para seus seguidores, e não, evidentemente, para os descrentes. Os crentes nem sempre entendem isso.

O Face da Atea é a parte mais visível das atividades da associação.

No relatório de 2013 de atividades da associação constam, por exemplo, a participação do presidente Daniel Sottomaior em debate sobre o preconceito contra ateus e sobre diversidade sexual e seminários sobre intolerância religiosa.

Sottomaior falou em várias ocasiões à imprensa e escreveu artigos. Ele ainda participou de programa na TV como o "Super Pop", da Rede TV!, "Mulheres", da TV Gazeta e "Em Revista", da Rede Brazil.

A Atea também protocolou representação no Ministério Público pedindo providência para acabar com a ostentação de símbolos religiosos em escola pública de Formiga (MG). Encaminhou pedido à direção de um colégio de Esteio (RS) para que impeça bullying a um estudante ateu.

Acionou o Ministério Público contra o custeio de evento religioso com verba pública na cidade de Vargem Alta (ES).

Eu julho promoveu em cinco cidades ato de “desbatismo” contra a visita do papa Francisco.

Participou em protestos contra a presença do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

A associação responde diariamente a centenas de e-mails. Muitas das respostas precisam de auxílio jurídico e encaminhamentos.

A Atea é a única entidade que sistematicamente combate a discriminação contra ateus e defende a laicidade do Estado.


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