Pular para o conteúdo principal

Igreja alemã recua em acordo para apurar casos de pedofilia

por Frédéric Lemaître para Le Monde

Diocese que foi de Ratzinger não
aceitou independência de instituto


Será que um dia saberemos a verdade sobre os atos de pedofilia cometidos durante décadas por representantes da Igreja católica alemã? Desde quarta-feira (9) uma grande dúvida se instalou. A Igreja anunciou ter rompido o contrato que a associava a uma equipe de pesquisadores encarregados de investigar o assunto.

O escândalo veio à tona em janeiro de 2010, quando a direção do prestigioso colégio jesuíta Casinius de Berlim revelou que nos anos 1970-1980 mais de uma centena de jovens haviam sido abusados por dois professores. Desde então, rompeu-se o silêncio e a Igreja católica alemã passou a enfrentar sua pior crise moral desde 1945. Mais de 180 mil fiéis a deixaram, somente no ano de 2010.

Para tentar esclarecer a situação, a Igreja havia decidido no verão de 2010 abrir seus arquivos para uma equipe de investigadores do Instituto de Criminologia da Baixa-Saxônia. Segundo o contrato de pesquisa, ela deveria abrir os arquivos de suas 27 dioceses. Todos os documentos desde 2000 deveriam permanecer acessíveis em 18 dioceses e até mesmo desde 1945 em outras nove. Para garantir o anonimato, somente ex-magistrados aposentados tinham acesso aos arquivos.

Eles tinham por missão torná-los anônimos antes de confiá-los aos pesquisadores. Quanto à restituição dos resultados, foi combinado que a Igreja teria o direito de torná-los públicos e interpretá-los antes que, oito meses mais tarde, os investigadores pudessem por sua vez publicá-los e comentá-los.

Na quarta-feira, a Conferência Episcopal avaliou que "a relação de confiança entre o diretor do Instituto e os bispos alemães havia sido rompida" e que ela estava procurando outra instituição.

O diretor em questão, o professor Christian Pfeiffer, tem outra versão: os bispos, influenciados pela diocese de Munique e de Freising, lhe pediram para submeter suas pesquisas "para aprovação" antes de publicá-las. Essa diocese é conhecida por ter acolhido um padre pedófilo nos anos 1980 que ali perpetrou seus crimes.



Nessa época, o arcebispo era o cardeal Josef Ratzinger, que se tornou Bento 16. O vigário-geral da diocese, no entanto, afirmou que o futuro papa não sabia nada sobre esse caso.

"Quando ouvi rumores a respeito da destruição de certos documentos nas dioceses, escrevi a eles perguntando se era verdade, mas não recebi nenhuma resposta", diz Pfeiffer, "a não ser que o simples fato de eu levantar a questão destruía a confiança necessária".

De 2010 até agora, 25 mil fiéis deixaram a diocese de Ratzinger
junho de 2011

Padres pedófilos

Comentários

Anônimo disse…
Lógica da igreja: quando o assunto é ciência ou pedofilia, nós só aceitamos as conclusões que nos agradam...
Anônimo disse…
hahaha acho muito boa a atitude da igreja catolica
pois com essa atitude ela esta semeando sua propria destruição.

NA europa, onde o povo é bem instruido e contesta o que acha errado, a ICAR está perdendo força e em breve isso tbm vai acontecer nos países subdesenvolvidos.

Anônimo disse…
E pensar que essa instituição ja perdura por longos dois mil anos...
Tenho vergonha de pertencer à raça humana.
Anônimo disse…
Moro aqui na Alemanha. Há a hipótese de que dioceses querem queimar ou queimaram documentos para ocultar os culpados.
Anônimo disse…
A igreja católica é uma piada!! Acreditar em algo tão ilusório e ultrapassado p/ mim é coisa de gente ignorante que tem preguiça de pensar...

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Mulher morre na Irlanda porque médicos se negam a fazer aborto

da BBC Brasil Agonizando, Savita aceitou perder o bebê, disse o marido  Uma mulher morreu em um hospital [católico] da Irlanda após ter seu pedido de aborto recusado pelos médicos. A gravidez de Savita Halappanavar (foto), de 31 anos, tinha passado dos quatro meses e ela pediu várias vezes aos funcionários do Hospital da Universidade de Galway para que o aborto fosse realizado, pois sentia dores fortes nas costas e já apresentava sintomas de um aborto espontâneo, quando a mãe perde a criança de forma natural. Mas, de acordo com declarações do marido de Savita, Praveen Halappanavar, os funcionários do hospital disseram que não poderiam fazer o procedimento justificando "enquanto houvesse batimento cardíaco do feto" o aborto não era possível. O aborto é ilegal na Irlanda a não ser em casos de risco real para a vida da mãe. O procedimento é tradicionalmente um assunto muito delicado no país cuja maioria da população é católica. O que o inquérito aberto pelo gover...

BC muda cédulas do real, mas mantém 'Deus seja Louvado'

Louvação fere o Estado laico determinado pela Constituição  O Banco Central alterou as cédulas de R$ 10 e R$ 20, “limpou” o visual e acrescentou elementos de segurança, mas manteve a expressão inconstitucional “Deus seja Louvado”.  As novas cédulas, que fazem parte da segunda família do real, começaram a entrar em circulação no dia 23. Desde 2011, o Ministério Público Federal em São Paulo está pedindo ao Banco Central a retirada da frase das cédulas, porque ela é inconstitucional. A laicidade determinada pela Constituição de 1988 impede que o Estado abone qualquer tipo de mensagem religiosa. No governo, quanto à responsabilidade pela manutenção da frase, há um empurra-empurra. O Banco Central afirma que a questão é da alçada do CMN (Conselho Monetário Nacional), e este, composto por um colegiado, não se manifesta. Em junho deste ano, o ministro Marco Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que a referência a Deus no dinheiro é inconcebível em um Estado mode...

Cinco deuses filhos de virgens morreram e ressuscitam. E nenhum deles é Jesus

Fundamentalismo de Feliciano é ‘opinião pessoal’, diz jornalista

Sheherazade não disse quais seriam as 'opiniões não pessoais' do deputado Rachel Sheherazade (foto), apresentadora do telejornal SBT Brasil, destacou na quarta-feira (20) que as afirmações de Marco Feliciano tidas como homofóbicas e racistas são apenas “opiniões pessoais”, o que pareceu ser, da parte da jornalista,  uma tentativa de atenuar o fundamentalismo cristão do pastor e deputado. Ficou subentendido, no comentário, que Feliciano tem também “opiniões não pessoais”, e seriam essas, e não aquelas, que valem quando o deputado preside a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, da Câmara. Se assim for, Sheherazade deveria ter citado algumas das opiniões “não pessoais” do pastor-deputado, porque ninguém as conhece e seria interessante saber o que esse “outro” Feliciano pensa, por exemplo, do casamento gay. Em referência às críticas que Feliciano vem recebendo, ela disse que “não se pode confundir o pastor com o parlamentar”. A jornalista deveria mandar esse recado...

Livros citados neste site

Mais contradições bíblicas: vire a outra face aos seus inimigos e olho por olho e dente por dente

Crânio de 20 milhões de anos registra começo da evolução do cérebro

Adventistas vão intensificar divulgação do criacionismo

Consórcio vai investir em pesquisa na área criacionista A Igreja Adventista do Sétimo Dia anunciou o lançamento de um consórcio para intensificar a divulgação do criacionismo no Brasil e em outros países sul-americanos. Na quinta-feira (13), em Brasília, entidades como Sociedade Criacionista Brasileira, Núcleo de Estudos das Origens e Museu de Geociências das Faculdades Adventistas da Bahia assinaram um protocolo para dar mais destaque à pesquisa criacionista e às publicações sobre o tema. Os adventistas informaram que o consórcio vai produzir vídeos para adolescentes e jovens explicando a criação e como ocorreu o dilúvio e um plano piloto de capacitação de professores. O professor Edgard Luz, da Rede de Educação Adventistas para oitos países sul-americanos, disse que o lançamento do consórcio é um “passo muito importante”, porque “o criacionismo está ligado à primeira mensagem angélica da Bíblia”. Com informação do site da Igreja Adventista . Colégio adventista de ...

Arcebispo defende permanência de ‘Deus’ em notas do real

Dom Scherer diz que descrentes não deveriam se importar   Dom Odilo Scherer (foto), arcebispo metropolitano de São Paulo, criticou a ação que o MPF (Ministério Público Federal) enviou à Justiça Federal solicitando a determinação no sentido de que a expressão “Deus seja louvado” deixe de constar nas cédulas do real. Em nota, Scherer disse: "Questiono por que se deveria tirar a referência a Deus nas notas de real. Qual seria o problema se as notas continuassem com essa alusão a Deus?" Argumentou que, “para quem não crê em Deus, ter ou não ter essa referência não deveria fazer diferença. E, para quem crê em Deus, isso significa algo”. O promotor Jefferson Aparecido Dias, autor da ação, defendeu a supressão da expressão porque o Estado brasileiro é laico e, por isso, não pode ter envolvimento com nenhuma religião, mesmo as cristãs, que são professadas pela maioria da população. Scherer, em sua nota, não fez menção ao Estado laico, que está previsto na Constituição. E...