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Ateia, Kate foi convidada para madrinha de batismo. E agora?

Dilemas como esse têm sido frequentes em países europeus onde houve avanço da secularização da sociedade

A britânica Kate Hilpern se sentiu lisonjeada por ter sido convidada por Caroline, sua amiga desde a escola, para ser madrinha de batismo do bebê dela. Mas o convite não podia ser aceito.

"Eu sou ateia, você sabe”, disse Kate à amiga.

Com o avanço do secularismo em vários países, religiosos e ateus passaram a se defrontar com questões como essas, ao lado de antigas, como a da comemoração de datas religiosas, Natal, por exemplo.

Kate já tinha sido convidada havia alguns anos por um primo para ser a madrinha da filha dele, e ela aceitou. O primo não disse ao padre que ela era ateia.

Agora, ela chegou a considerar a possibilidade de repetir a experiência. “Eu só tenho de balbuciar algumas palavras na igreja e ver Mateus [o bebê] ser aspergido com água na testa.”

Mas desta vez ela resolveu não participar do algo com o qual não concorda, conforme relato que escreveu para o The Guardian.

Kate recusou o
convite da amiga:
'Criança já é pura'

Pelo dogma da igreja, as crianças têm de ser purificadas pelo batismo porque todos nascem pecadores. Para Kate isso não faz o menor sentido porque ela entende não haver ninguém mais puro do que um bebê. “Essa conversa sobre o pecado original é muito desconfortável.”

Kate é da mesma opinião do líder ateu Richard Dawkins, segundo o qual não se pode dizer que uma criança (e muito menos um bebê) seja cristã, por exemplo, porque ela obviamente não tem discernimento para decidir em que acreditar ou desacreditar. O correto, a rigor, é dizer que uma criança é filha de cristãos ou de muçulmanos etc.

Caroline disse à amiga não se importar dela ser ateia, e ambas resolveram que Kate seria tutora de Mateus. A exemplo, aliás, dos filhos de Kate -- em vez de padrinhos, eles têm tutores.

“No passado, muitas pessoas não religiosas participavam de batismo para não desagradar sua família”, escreveu. Mas isso está mudando.

No Reino Unido, segundo ela, tem aumentado o número de cerimônias de nomeação de tutores. O que ela entende ser um ganho para as crianças de uma sociedade cada vez mais pluralista, que, por isso mesmo, tem de cultivar a tolerância.

"Um ateu pode ter uma influência maravilhosa na vida de uma criança”, escreveu Kate.

> Com informação do The Guardian.

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