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Crentes e ateus matam, mentem e roubam da mesma forma

Título original: Ler ou não ler, eis a questão

por Luiz Felipe Pondé para Folha

Dostoiévski
Você gosta de Dostoiévski? Se a resposta for "não", o problema está em você, nunca nele. Uma coisa que qualquer pessoa culta deve saber é que Dostoiévski (e outros grandes como ele) nunca está errado, você sim.

Se você o leu e não gostou, minta. Procure ajuda profissional. Nunca diga algo como "Dostoiévski não está com nada" porque queima seu filme.

Costumo dizer isso para meus alunos de graduação. Eles riem. Aliás, um dos grandes momentos do meu dia é quando entro numa sala com uns 30 deles. Inquietos, barulhentos, desatentos, mas sempre prontos a ouvir alguém que tem prazer em estar com eles. Parte do pouco de otimismo que experimento na vida (coisa rara para um niilista... risadas) vem deles.

Devido a essa experiência, costumo rir de muito blá-blá-blá que falam por aí sobre "as novas gerações".

Um exemplo desse blá-blá-blá são os pais e professores dizerem coisas como: "Essa moçada não lê nada".

Na maioria dos casos, pais e professores também não leem nada e posam de cultos indignados. A indignação, depois da Revolução Francesa, é uma arma a mais na mão da hipocrisia de salão.

Mas há também aqueles que dizem que a moçada de hoje é "superavançada". Não vejo nenhuma grande mudança nessa moçada nos últimos 15 anos. Mesmas mazelas, mesmas inquietações do dia a dia.

Nada mais errado do que supor que eles exijam "tecnologia de ponta" na sala de aula (a menos que a aula seja de tecnologia, é claro). Atenção: com isso não quero dizer que não seja legal a tal "tecnologia de ponta". Quero dizer que "tecnologia de ponta" eles têm "na balada". O que eles não têm é Dostoiévski.

O "amor pela tecnologia" é sempre brega assim como constatamos o ridículo de filmes com "altíssima tecnologia de ponta" comum nos anos 80 e 90 (tipo "Matrix"). Hoje, tudo aquilo parece batedeira de bolo dos anos 50. O que hoje você acha "sublime" na histeria dos tablets, amanhã será brega como os computadores dos anos 80.

Dostoiévski é eterno como a morte. Mas eis que lendo uma excelente entrevista com um psicólogo professor de Yale na página de Ciência desta Folha da última terça (19) encontro um dos equívocos mais comuns com relação a Dostoiévski.

O professor afirma que agir moralmente bem não depende de crenças religiosas. Corretíssimo. Qualquer um que estudar filosofia moral e história saberá que acreditar em Deus ou não nada implica em termos de "melhor" comportamento moral. Crentes e ateus matam, mentem e roubam da mesma forma.

E mais: se Nietzsche estivesse vivo veria que hoje em dia -época em que ateus são comuns como bananas nas feiras- existe também aquele que vira ateu por ressentimento.

Nietzsche acusa os cristãos de crerem em Deus por ressentimento (o cristianismo é platonismo para pobre). Temos medo da indiferença cósmica, daí "inventamos" um dono do Universo que nos ama e, ao final, tudo vai dar certo.

Quase todos os ateus que conheço o são por trauma de abandono cósmico. Se o religioso é um covarde assumido, esse tipo de ateu (muito comum) é um "teenager" revoltado contra o "pai".

Mas voltando ao erro na leitura de Dostoiévski. Do fato que religião não deixa ninguém melhor, o professor conclui que Dostoiévski estava errado quando afirmou que "se Deus não existe, tudo é permitido". Erro clássico.

Essa afirmação de Dostoiévski não discute sua crença, nem o consequente comportamento moral decorrente dela (como parece à primeira vista). Ela discute o fato de que, pouco importando sua crença, se Deus não existe, não há cobrança final sobre seus atos. O "tudo é permitido" significa que não haveria "um dono do Universo" para castiga-lo (ou não), dependendo do que você fizesse.

Claro que isso pode incidir sobre seu comportamento moral, mas apenas secundariamente. A questão dostoievskiana é moral e universal, não pessoal. Pouco importa sua crença, a existência ou não de Deus independe dela, e as consequências de sua existência (ou não) cairão sobre você de qualquer jeito. O problema é filosófico, e não psicológico.

O cineasta Woody Allen entendeu Dostoiévski bem melhor do que o professor.

Não há nenhuma grande inteligência em ser ateu.
dezembro de 2009

Artigos de Luiz Felipe Pondé.    Ateísmo.

Comentários

Eli Vieira disse…
Tão engraçado esse tipo de intelectual que acha que há sempre um sentido mais profundo em frases de efeito que só ele entende...

A suposta frase do Ivan Karamazov (que não está assim no livro, podem procurar), segundo Pondé, não significa que ateu é imoral, mas sim que a imoralidade do ateu vai ser cobrada "após a morte" por um déspota infinito. AH SIM, obrigado por compartilhar esta ENORME DIFERENÇA conosco, ó mestre Pondé.
Ricardo Wagner disse…
Além de ser mais um texto repleto de lugares-comuns, parece que Pondé tem fixação pela palavra "brega" (vide entrevista dele, deste mês, concedida a Veja). Infantilmente revoltado é ele ao atribuir de antemão -- erro clássico -- um sentido pejorativo ao adjetivo "revoltado" quando trata de descrença.

RW.
Ari Gomes disse…
Os ateus acima criticaram Pondé, mas não o que o texto diz no essencial, que crentes e ateus mentem e matam da mesma forma.

Ninguém pode advogar superioridade moral pelo fato de seu ateu, claro. Mas os ateus acham que sim, do mesmo jeito que, por outros motivos, acreditavam os facínoras históricos à direita e à esquerda.

Esse tipo de gente me dá medo.
Anônimo disse…
Pondé é a reencarnação de Schopenhauer, nota -se perfeitamente a semelhança!
Anônimo disse…
Pondé é chato e queima a ruela...
Anônimo disse…
Olhem a marginal do Tietê às 5:30 da tarde, o rebanho voltando do querer, eles querem, não se sabe oq, mas querem, todos querem, não acontece um suicídio coletivo pq os enganados vão querer pela manhã de novo, o Pondé quer, assalariado, vcs ai tb querem! Ao diabo Dostoiévski! Eu não faço nada, como é sabido. Mas vejo as horas passarem – o que é bem melhor do que tentar preenchê-las CIORAN
AlyneS2 disse…
Nossa até parece que isso é uma grande novidade. Ateus e Crentes cometem coisas ruins da mesma forma. A diferença é que os religiosos acham que estão certos e ateus se acham melhor que eles. Claro não todos. Mas sempre existirá pessoas boas e pessoas más.
Anônimo disse…
Pondé é a reencarnação do Anders Breivík, nota-se perfeitamente a semelhança!
Fernando disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernando disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse…
Lamaçal do pecado?? Nietzche estava certo!!
Porque não concordam com a palavrão do alcorão.
Anônimo disse…
Corrigindo:
Palavra do alcorão.
Headbanger Ateu disse…
Pondé. Obsoleto como uma ceroula, crítico como um comentarista de futebol. De filósofo esse aí não tem nada.

Se o Brasil tivesse um presidente como Jair Bolsonaro, ele seria o Hitler brasileiro. Se Pondé fosse alguém influente nesse fictício governo, seria alguém como Joseph Goebbels. De tão retórico e falacioso e enganador que é.

E ainda há quem o compare a Schopenhauer. Schopenhauer sim, era filósofo. Influenciou nomes como Nietzsche e Freud. Instituiu o Budismo na metafísica alemã. Contribuiu com o pensar em diversas áreas. Pondé nada mais é uma metralhadora crítica de disparates pessoais e social-políticos anti-esquerda. Muito mais semelhante a alguém como Goebbels.

Desse tópico, só concordo com o título. O resto é retórica descolada para tolo ver.
Ricardo disse…
Ultimamente o Pondé anda me dando um sono... Ele tenta ser engraçadinho, mas não consegue. Tenta imitar o Paulo Francis e o Nelson Rodrigues, idem. Ele está se tornando uma caricatura de si mesmo. Quem assiste a uma palestra dele e já o conhece, sabe exatamente o que ele vai dizer, quem ele vai atacar, com que argumentos etc. Até gostaria de assistir uma aula dele, que dizem ser muuuuuito concorrida, só pra ver como é. Porque o colunista já deu o que tinha que dar faz tempo.
Anônimo disse…
Pondé tomou um show da Marcia Tiburi numa palestra que deu dó!
Yuri S. C. disse…
"esse tipo de ateu (muito comum) é um "teenager" revoltado contra o "pai"."

KKKKKKKK
Rachei de rir!!!
Para serem tão bestas assim, só podia ser algo como "teenager"
KKKKKKKK
Anônimo disse…
á alguns anos, me dei ao trabalho de reler Os Irmãos Karamazov para ver se Dostoievski havia realmente escrito tal bobagem. Não encontrei. O russo refere-se a Deus, é verdade, mas também à imortalidade. Ou seja, o tudo é permitido depende de castigo ou recompensa no Além. A simples idéia de Deus não é suficiente como sanção. Sem a referência à imortalidade, Dostoievski está deturpado.

Psicanalista e sedizente filósofo, doutorado em Filosofia pela USP/Universidade de Paris e pós-doutorado em Epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, professor convidado nas universidades de Marburg e de Sevilha, Pondé tem em sua bibliografia um ensaio intitulado Filosofia da Religião em Dostoievski. Só parece não ter lido Dostoievski atentamente.

Como já vai longe a época em que os jornalistas tinham alguma cultura geral, estas bobagens saltam na imprensa como pipocas numa panela. Que um jornalista pouco afeito à grande leitura profira tal asneira, até que se entende. Para um acadêmico com tantos títulos, fica feio, muito feio.


Pondé o senhor foi desmoralizado por Janer Cristaldo
Headbanger Ateu disse…
O agnóstico ri do ateu justamente por não ter ainda - ou mesmo, não ter - a disposição intelectual para averiguar a dicotomia a qual está envolvido.

É o gato em cima do último galho da árvore em chamas e que ainda não tomou uma decisão. E há diversas opções; mas o gato tem problemas quanto a si mesmo e não faz nada. Enquanto as chamas avançam...

Risus ad extremum.
Ricardo disse…
Anônimo 19:27

Existe algum vídeo dessa palestra? Tem no Youtube?
Só tem um problema. Esta afirmação "se Deus não existe, tudo é permitido" não é de Dostoievski. Ela foi dita por Sartre. Dostoievski jamais afirmou isto. O Pondé não deve ter lido os irmãos karamazov e quis mostrar erudição que não possui.
Ricardo disse…
Pera-lá! Então o Pondé citou uma frase de um livro (do qual supostamete ele é doutor) sem embasamento concreto?? Calma lá, gente, a coisa é mais complexa do que parece.
Pondé falacioso é quase um clichê, mas impostor é outra coisa completamente diferente! Se ele o for, sugiro que façamos um levante para expor esta falaciosidade do Pondé, conforme o escrito no original e o dito por ele.

PS: Podem chamar de inttinto feminino, embora eu seja homem, o Pondé sempre me pareceu ter algo podre em seu discurso, que não corresponde à realidade concreta, mas sim à SUA realidade.
Yuri S. C. disse…
"Risus ad extremum."

O ateu acha que o agnóstico ri do ateu retardado "teenager" por falta de disposição intelectual.
Imagima... geralmente quando agnósticos caçoam ateus é porque os ateus sao teenagers retardados.

E tome a internet como prova da existencia de ateu assim.

Quanto ao gato, chama o bombeiro.
Ui! kkkkkk
Anônimo disse…
A gente tem que tomar cuidado com esses caras que querem aparecer em veículos midiáticos.

Eu, que fui acadêmico, sei bem o quanto é que custa você defender uma posição lá dentro, o quanto que custa você conseguir atingir uma determinada formação. E o quanto que isso custa em termos de você ter de abrir mão de outras leituras e outros autores. Ou seja, não dá tempo de ler o que você tem que ler, imagine ler outras coisas, 'ter outras visões'!

Em suma, quem quer aparecer, 'para o espetáculo', geralmente é um farsante.
Anônimo disse…
Ricardo, dê uma olhada que babaca ,http://www.cpflcultura.com.br/site/2009/11/02/cafe-filosofico-especial-filosofia-na-alcova-com-luiz-felipe-ponde-e-marcia-tiburi/
[thg] disse…
"Quase todos os ateus que conheço o são por trauma de abandono cósmico. Se o religioso é um covarde assumido, esse tipo de ateu (muito comum) é um "teenager" revoltado contra o "pai"."

Putz... acho que o Pondé anda convivendo demais com seus alunos adolescentes e deixou escapar a noção da realidade.
Ricardo disse…
Olhem que engraçado. O Pondé tenta, assumidamente, exercer o papel que Paulo Francis exerceu no jornalismo brasileiro até meados dos anos 1990. Pois bem, Paulo Francis também tentava emular o maior jornalista estadunidense de todos os tempos, H.L. Mencken, que considerava Dostoiévski o escritor mais CHATO de todos os tempos. Isso está escrito no seu famoso Livro dos Insultos, publicado no início do século XX.
Isso só vem mostrar que Pondé, além de chato, é um extremo egocêntrico, arrivista, misógino e que busca o reconhecimento a qualquer custo. Bem, resumindo, ele é que costumamos chamar de chato de galochas.
Ricardo disse…
O que me deixa um pouquinho contente é que, aqui neste espaço, nem todos concordam com as ideias fascistoides de Pondé. Muito pelo contrário, algums se mostram contra, com argumentos bem elaborados e convincentes.
Ningué aqui trata Pondé como a última bolacha do pacote da filosofia brasileira, e isso é muuuito bom. Porque é isso que ele acha de si mesmo. Vejam a entrevista na Veja desta semana. É o Pondé em sua forma mais virulenta e arrivista. Um arremedo de filósofo, um sujeitinho "do contra" porque é bonitinho ser do contra. Não se deixem enganar pela elegância de sua retórica. É pura farsa.
Anônimo disse…
E o ricardão entrou apenas para atacar a pessoa de Pondé.

E com relação ao dito por THG, duvido que pondé esteja fora da realidade, pois se os jovens são como ponde disse, já seria o suficiente para estar bem dentro da realidade.

FOra da realidade é quem acha que não existe ateu bundão.
Ricardo disse…
Para as pessoas que ficam dizendo que "tem que se argumentar com lógica" os comentários do Pondé: o cara escreve em suas colunas, assumidamente, filosofia para as massas (seja lá que diabo for isso), pois ficou cansado da coleira da academia. Tudo bem. Mas se ele escreve de forma propositalmente rasteira em suas colunas, porque alguém deveria rebater com argumentos lógicos, complicados e acadêmicos? Se ele se dispõe a descer do pedestal e falar para os mortais comuns não vejo problema alguma em alguém chamá-lo de otário, pura e simplesmente.
Anônimo disse…
bem, que o crente e o ateu roubam isto é fato. mas Jesus ensinou que crescem, o joio e o trigo, pois bem, a "crentes" que roubam e há crentes que amam Cristo e viver o mandamento de Deus, não roubar. Generalizar que todo crente ou ateu roubam, só ofendem o que é honesto, pois o joio não importa com o estrago.
Cara Pálida disse…
Primeiro quero parabenizar o Sr. Pondé pela
polêmica que provoca. Gosto de quem age de
maneira provocativa e isso ele faz bem (mesmo quando não é proposital)
Independente de concordar ou não com o que ele diz acho o um tanto quanto instigante e nós pobres mortais precisamos disso . Pra terminar la vai uma frase tipo assim (ops!)óbvia: "Faça o que incomoda, pois o que não incomoda já está feito" (Thomas Lee).
THIAGO HENRIQUE DANIEL disse…
Muito obrigado Luiz Fútil Pondé... estudou tanto pra ser mais um trouxa tentando influenciar outro bando de trouxas, enquanto que o Mestre Jesus só precisou de 3 dias pra fazer vc viver um monte de tempo estudando pra tentar provar o contrário!!
Mujica disse…
Bem colocado "Cara pálida"
É inútil contestar o óbvio...
Não tenho dificuldade para entender o Pondé...
E seus textos impregnados de alfinetadas morais...

Tudo muito pertinente...
Até mesmo a sua suposta ignorância...
Ele dá as alfinetadas...
Os atingidos podem até gritar...
Mas isto não vai alterar o discurso...
ALÊ disse…
Concordo com Cara Pálida e com Mijuca:

"Primeiro quero parabenizar o Sr. Pondé pela
polêmica que provoca. Gosto de quem age de
maneira provocativa e isso ele faz bem "


"Não tenho dificuldade para entender o Pondé...
E seus textos impregnados de alfinetadas morais...

Tudo muito pertinente...
Até mesmo a sua suposta ignorância...
Ele dá as alfinetadas...
Os atingidos podem até gritar...
Mas isto não vai alterar o discurso..."

Perfeitos seus comentários!!!
ALÊ disse…
Mas também concordo com o Ricardo Wagner:

"Infantilmente revoltado é ele ao atribuir de antemão -- erro clássico -- um sentido pejorativo ao adjetivo "revoltado" quando trata de descrença."
Unknown disse…
A verdade doí e o Pondé tem razão. Concordo que nós ateus e os crentes matamos ou deixamos de matar pelo mesmo motivo: fundamentalismo.
nina nunes disse…
Concordo com você, Papp. A paixão excessiva na defesa de um ponto de vista ou de uma crença causa o mesmo efeito nas pessoas. Um exemplo bem próximo está justamente nos comentários em blogs e perfis de redes sociais, onde todo mundo pode se manifestar, inclusive sobre crenças e religiões. Neste de Paulo Lopes, mais especificamente, suponho que de cada 50 comentários, três são sensatos. O restante fica nos esperneios e comentários desrespeitosos contra crentes, personagens das matérias e/ou seus respectivos autores.
Anônimo disse…
tomou um show?!Engraçado ,eu pensei exatamente o contrario.

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