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Por mais espiritualizada que pareça, a consciência religiosa é primitiva

Com os ritos das crenças, a consciência implacável dos seres humanos referencia a logo do sacrifício


Danilo Robson
colaborador

A matança de animais esconde o fundamento espúrio de toda religião: viver implica numa culpa a ser expiada pela morte.

Viver sem culpa exigiria, portanto, uma sucessão infinita de mortes, ou de substitutos mortais, no caso as vítimas animais. Ou uma morte eternamente rememorada e comemorada (?) de um infinito suposto redentor ao mesmo tempo morto e vivo, no caso da vítima simbólica do Cristo Morto e Ressuscitado.

É claro que não há Deus nenhum a exigir isso, e sim a consciência implacável dos seres humanos, que obtêm, com o sangue, a violência e dor, o aplacar da fúria do seu inconsciente ávido de morte e reparação pelo “sacrifício”.

A doutrina do sacrifício, estudada pelos antropólogos sérios como Eliade, Mauss, dentre outros, demonstra o quanto a consciência religiosa é primitiva, por mais espiritualizada que pareça.

Uma crença que se deve matar ou morrer para justificar a vida é absurda e só poderia ter surgida na consciência dos primitivos, cuja identificação com a vida e a morte mediante a matança e comensalismo era uma analogia nutricional espiritual com aquilo que se pensava adquirir com a incorporação dos elementos mágicos. Assim julgavam assimilar a força, a coragem, a bravura dos vencidos e das feras, comendo-lhes.

Os religiosos de hoje julgam aplacar a ira do seu Deus, quando é a sua própria ira que eles desejam ver acalmada. Só isso.

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