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Dekasseguis fujões deixaram no Brasil 350 famílias no abandono

Descendentes de japoneses, o marido foi trabalhar no Japão com plano de buscar a mulher e a filha. Mas algum tempo depois ele parou de mandar dinheiro e notícias. A mulher foi para o Japão saber o que estava ocorrendo e reatar o relacionamento ou chegar à melhor solução possível. Ela arrumou lá um emprego e tentou uma negociação por três anos. Seu empenho foi em vão. Ela voltou ao Brasil, comprou imóveis para a filha com o dinheiro que economizara e se matou.

Esse caso reflete o drama das famílias que são abandonadas no Brasil pelos dekasseguis (descendentes de japoneses que vão para o Japão trabalhar).

Trata-se de um drama cuja dimensão envolve sentimentos, como o de se sentir rejeitado, e penúria. As famílias – ou seja, mulheres, na maioria dos casos, e filhos – ficam sem amparo financeiro e têm dificuldade para o seu sustento.

Existem pelo menos 315 famílias nessa situação, de acordo com o cadastro da Associação das Famílias Abandonadas por Dekasseguis. Desse total, 60% das mulheres abandonadas não têm descendência japonesa, 35% têm e 5% são maridos com ou sem raízes nipônicas.

Quem não volta é porque constituiu lá nova família, na maior parte dos casos.

A covardia dos fujões tem contado com o descaso das autoridades do Brasil e do Japão, porque não há entre os dois países um acordo que viabilize ações jurídicas que obriguem o pagamento de pensão.

O autônomo Djalma Straube, 61, um dos fundadores da associação, afirma que a insensibilidade do governo japonês é ainda maior porque até hoje não aderiu à Convenção sobre Prestação de Alimentos no Estrangeiro, que foi concluída em 1956 em Nova Iorque. “Trata-se de uma postura inexplicável neste século 21”, diz Straube.

Quando o cônjuge abandonado descende de japonês, ele pode ir ao Japão tentar um acordo amigável ou na justiça daquele país. Mas isso dificilmente ocorre porque é preciso ter dinheiro para a viagem e se manter no Japão.

Para quem não tem origem japonesa, mesmo que consiga algum empréstimo, por exemplo, para a viagem, o sentimento de abandono é total, porque não existe essa possibilidade.

O máximo que os abandonados podem fazer é enviar carta rogatória, mas que só serve para pressionar os fujões, porque não tem poder de execução. Além disso, a morosidade da justiça brasileira é tanta, que um documento como esse demora um ano para ser encaminhado. “É uma perversidade”, diz Straube.

De acordo com dados de 2005 do Tribunal de Justiça de São Paulo, só naquele ano foram emitidas 2.425 cartas rogatórias. Delas, 1.122 reclamavam o pagamento de pensão alimentícia, 509 eram de divórcio, 570 de reconhecimento de paternidade e 224 de questões criminais. Os destinatários não foram encontrados em 80% dos casos. E mesmo se o fossem, eles poderiam se recusar a receber a carta.

Os rejeitados ficam profundamente abalados. “Mães entram em depressão e os filhos culpam-nas pelo abandono do pai ou odeiam o pai pela rejeição”, afirma Straube.

Straube com as filhas. Foto de 2008
O jornal Estadão relatou recentemente o caso de Mario Kayaki, que foi para o Japão em 1995. Em 1999, ele passou a se comunicar menos com Aparecida Margarete, sua mulher, e seus dois filhos, ambos adolescentes. Hoje, Aparecida não sabe onde Kayaki se encontra, e ela não tem como pedir divórcio e pensão.

No caso de Straube, a sua mulher foi para o Japão em 1993 com a promessa de buscá-los o mais breve possível. Na época, uma de suas filhas tinha 5 anos e outra, um. Em 1995, interrompeu os contatos com família. Em 2000, pediu o divórcio e se comprometeu a pagar pensão de US$ 300 (R$ 528 na cotação atual) para cada uma das meninas. Em 2003, interrompeu o pagamento que já vinha falhando.

A Associação das Famílias Abandonadas por Dekasseguis foi criada em 1992. Ou seja, o problema é antigo. E de lá para cá nada foi decidido para resolvê-lo.

Com informação da Associação das Famílias Abandonadas por Dekasseguis, do jornal Estado de S.Paulo e do G1.

Pai devedor de pensão vai para a lista do SPC, decide TJ-SP.
julho de 2010

Casos de pensão alimentícia. 

Comentários

Anônimo disse…
um homen e uma mulher um vagabundo e uma vagabunda no japão isso e uma coisa natural familas chegam para trabalhar no japão e esquecem de viver casa trabalho , trabalho casa isso vira um ritina muito grande ate que um explode com o outro marido pega a mulher com outro mulher pega marido com outra e ai vai virando um circo vicioso muitos brasileiros que esta no japão se esqueceram para que vierão para no japão trabalhar eter uma vida mais decente no brasil comprar uma casa ter seu proprio negocio mas quando chegam aqui isso tudo muda os filhos começa a dar trabalho não quer estudar so fica em turminhas começa a rolar as drogas e os pais não tem controle sobre os filho o casal começa a brigar atoa ai termina o relacionamento e se forma outra familia isso vira um crco vicioso ..aqui e assim marido vem trabalhar forma outra familia aqui a mulher a mesma coisa vem e esquece ta familia que ficou no brasil... ja estou no japão com a minha esposa a mesma a 21 anos ja vim muito disso principalmente entre casal novos . isso e a vida vem e vai ...
Anônimo disse…
Eu sei como é essa história. Meu pai foi pra la quando eu tinha 2 anos de idade, em 92. Ele só veio me visitar uma vez, em 96. Toda vez que ele ligava, minha mãe falava que a pensão que ele mandava não dava para quase nada. Então ele passou a ligar só quando ela não estava em casa, e depois parou de telefonar. Hoje só mantenho contato com ele por e-mail. Não sei mais como ele se parece, pois ele não manda nenhuma foto de si mesmo. Raramente manda noticias. Ele mantem contato so com os primos dele aqui, que por sinal, não gostam muito de mim. Não fazem questão de manter contato comigo. Não mantive muito contato com essa parte da minha familia, a não ser quando alguem vem do Japão, eu vejo a pessoa 1 ou 2 vezes e só. Meu pai mesmo não vem mais. Não sei como é a vida dele la, nem se arranjou mulher ou tem algum outro filho la. Eu conheço outras pessoas que tem parente la e não passam por isso. O pai telefona, vem pro Brasil as vezes, e envia a pensão direitinho. Eu sempre me achei a unica abandonada, até ler essa matéria. Seria bom conhecer pessoas dessa associação. Não pretendo cobrar nada do meu pai, ja sou maior de idade, e mesmo com dificuldades, eu e minha mãe (que não é descendente), levamos uma vida modesta e com muita luta. Não sei o que seria de mim sem ela. Mas pelo menos sei que não fui a unica a ficar nessa situação. Alguns estão até pior, porque não sabem nem o paradeiro da pessoa. Mesmo em pouca quantia, meu pai mandava a pensão até eu completar 18 anos. Eu penso se isso é da própria pessoa, ou se é o Japão que faz elas mudarem. Mais do que dinheiro, a gente sente falta também de ter uma familia normal. Mas para essas pessoas que foram embora, isso não importa. Acho que pra essas coisas não acontecerem, o casal tem que ir junto. Fazer o que. Só Deus sabe.
Anônimo disse…
Covarde é a palavra certa para essas pessoas.Eu trabalhei no Japão durante 5 anos, e posso dizer que a vida lá é muito fácil, por isso é que essas pessoas não querem mais voltar. Abandonam os pais, os filhos e cônjuges e pensam que podem simplesmente ter uma nova vida sem nenhuma preocupação com os dependentes no Brasil. A associação deveria entrar em contato com o consulado do Brasil e tentar resolver estas questões, porque para a polícia do Japão, é muito fácil achar esses dekasseguis.
Anônimo disse…
eu sou mais uma abandonada pelo meu marido "" ainda"" ja q nunca volto pra s divorciar é criei meus filhos sozinha. não existe interesse de orgão publico algum em solucionar este tipo de problemas. é lamentavel. porq sei existem muitas maes e filhos esquecidos no brasil por cobardes como meu marido que arrumam amantes peruanas e novos filhos....... mais acredito nas ley de DEUS!!
Anônimo disse…
Mulheres.. estudem, tenham uma profissão, sejam independentes que qualquer homem.
mulheres, que querem ser donas de casa, e viver, do trabalho do marido, correm o risco do que esta acima.
infelizmente esta é uma saida covarde, mas uma saida, agora, se um dia o cidadão voltar ao Brasil, tá ferrado. mas até lá.....
Anônimo disse…
Triste uma pessoa largar filhos aqui no Brasil
arrumam outra familia e esqueçem os daqui,tive sorte minha ex noiva foi e não voltou,arrumou outro lá.rs.Ele ganha em iene eu em real..
Anônimo disse…
Mulheres e homens sem carater.mas aqui se faz aqui se paga
Anônimo disse…
Eu conheço uma mulher que levou um filho e deixou o outro aqui no Brasil.arrumou outro marido teve mais um filho e o que ficou a vó cuida ,que mulher honesta né?
Anônimo disse…
meus pais me abandonaram no japao com 15anos de idade.
Anônimo disse…
O pior de tudo isso é que um dia ,esse mesmo pai que abandona o filho aqui vai retornar ,porque no Japão é muito dificil uma pessoa de idade conseguir se sustentar.
Anônimo disse…
O primeiro caso eu acho que a mulher no brasil chifrou o cara, ele descobriu ou falaram e por isso ele cortou o relacionamento, sobre o cara achar mulher nova no japão isso é mais dificil porque é muito trampo e pouco lazer, agora chifrar no brasil é super facil

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