Pereira admitiu que mantém sua filha presa desde 1998, mas negou que seja pai das crianças e que tentou estuprar duas de sua filhas-netas, uma de seis e outra de oito anos.
O caso lembra o do “monstro incestuoso” austríaco e engenheiro agrônomo Josef Fritzl, 74, que manteve uma filha presa no porão de sua casa por 24 anos e com ela teve sete filhos (um morreu ao nascer). A monstruosidade foi descoberta no ano passado, abalando a Áustria.
Pereira mora no interior do Maranhão, no povoado Experimenta da cidade de Pinheiros, em uma casa feita de barro, pedaços de madeira e palha. Fica a 300 km de São Luís, capital do Estado.
A primeira mulher de Pereira mora em São Luís, onde constituiu nova família. Ela disse não saber que sua filha era vítima de incesto.
No caso do “monstro austríaco”, houve quem duvidasse da mulher de Fritzl quando ela afirmou que nunca desconfiou que sua filha Elisabeth estivesse presa por tanto tempo no porão de sua casa. Fritzl tinha dito que a filha vivia em lugar não localizado, na comunidade de uma seita.
A polícia investigou Pereira por dois meses, após ter recebido uma denúncia anônima.
Sem registro em cartório, nenhuma das crianças frequentou a escola. Uma delas é surda-muda. “Fica até difícil de saber a idade exata de cada uma delas”, disse o delegado Jair Lima de Paiva Júnior.
Pereira será indiciado por estupro de crianças, abandono material e intelectual, maus-tratos e cárceres privado.
Fritzl foi condenado à prisão perpétua em um hospital psiquiátrico.
fevereiro de 2011
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