O criminalista Roberto Podval (foto), 44, defensor do casal Nardoni, criticou em artigo na Folha de hoje o juiz Maurício Fossen, sem citar o nome dele, por ter indeferido o pedido para que o julgamento de seus clientes fosse televisionado. Ele lembrou que STF (Supremo Tribunal Federal) já transmite as suas sessões.
Na madrugada de 27 de março, Fossen anunciou a condenação de Alexandre Nardoni, 31, e de sua mulher Anna Carolina Jatobá, 26, pela morte em 2008 de Isabella, 5, filha do réu e enteada dela.
O advogado argumentou que, com a transmissão do julgamento, a opinião pública teria “outra visão” do caso, havendo, assim, uma contraposição ao clamor pré-julgatório “que se acumulou durante dois anos, entre a morte da Isabella e o início do julgamento.
“Como esperar neutralidade de jurados que passaram dois anos sob cobertura jornalística pouco técnica, embora legítima e cada vez mais profissional?”
Por isso, escreveu Podval, a decisão do juiz em não autorizar que as emissoras de TV acompanhassem ao vivo o julgamento “pareceu sem sentido, simbólica de um desajuste entre a instantaneidade dos meios de comunicação e o anacronismo de certo pensamento jurídico”.
“O surpreendente é que, tendo negado nosso pedido, o juiz autorizou a transmissão da sentença, ao final do julgamento, por microfone e caixas de som instaladas na rua. O público não pôde acompanhar a defesa, mas, sob fogos de artifício, ouviu a condenação ser proferida, acirrando os ânimos e sentimentos mais primitivos dos populares ali presentes.”
Podval terminou o artigo com a afirmação de que “quanto mais prejulgados forem os acusados, mais efetiva defesa merecerão”.
> Íntegra do artigo. > Caso Isabella.
Comentários
Estranhas imagens harmonicas horas antes no supermercado, outros laudos não foram considerados, o forum não foi isolado o que permitiu, gritos e até agressões aos advogados de defesa, jurado que cochilou.Tudo um festival bizarro de uma justiça corporativa,nepótica,corrupta em quem não podemos confiar,
Wander
E não precisa ser especialista para saber que esse caso, como outros foram pré-julgados.
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