Piora saúde de mulher que faz Itália discutir a eutanásia

Eluana Englaro, 35, encontra-se em estado vegetativo há 16 anos. Nesta sábado, 11, uma hemorragia complicou a saúde dela. A informação é da AP.

Antes de sofrer um acidente de carro, em 1992, Eluana tinha visitado um amigo em coma e ela disse que não gostaria de passar por aquilo – preferiria morrer.

Por isso, Beppino (foto), seu pai, recorreu à Justiça para que a filha fosse submetida à eutanásia. Ficou anos à espera de uma sentença, que só saiu recentemente: a Corte de Milão permitiu que Eluana deixasse de receber tratamento porque na Itália a eutanásia é proibida (como em todos os países, creio).

Se antes militantes católicos já faziam campanha pela continuidade da vida de Eluana, a decisão da Justiça levou-os às ruas em apelo para que as máquinas que mantêm a moça respirando não sejam desligadas. E Beppino prometeu aguardar uma segunda decisão da justiça. Obtida a sentença, talvez ele próprio esteja tendo dificuldade para aceitar a eutanásia.

A questão é complicada, porque envolve vários fóruns, passando pelo religioso, moral, ética médica. Na Justiça, para a fúria dos católicos, há uma tendência pró-eutanásia.

Em outubro de 2007, a Justiça inocentou o médico Mario Ricco por ter tido em dezembro de 2006 desligado o respirador do tretaplégico Piergiorgio Welby. Ricco tomou a decisão só depois de insistentes pedidos do paciente, que não mais agüentava anos de sofrimento.

A Igreja Católica se opus firmemente ao pedido de Welby, a ponto de o próprio papa se envolver.

Quando Welby morreu, veja só, a igreja não permitiu que a família dele realizasse uma cerimônia religiosa. Ainda que Cristo tenha pregado o perdão.

> Justiça inocenta médico que desligou respirador de paciente. (outubro de 2007)