O MP (Ministério Público) pediu a condenação do representante comercial Juliano Gunelo, 37, e Kátia Marques por torturarem o menino de 5 anos Pedro Henrique Marques Rodrigues (foto), que morreu no dia 12 de junho vítima de insuficiência respiratória decorrente de embolia pulmonar.
Gunelo, o padrasto, e Kátia, a mãe, disseram à polícia que o garoto tinha ingerido um tira-mancha de roupa. Mas os peritos não encontraram no organismo do garoto nenhuma substância tóxica.
Em vez de indícios do tira-chama, o IML (Instituto Médico Legal) constatou no corpo 65 lesões e hemorragia no olho, no crânio e tórax. No pulso direito, havia uma fratura que tinha ocorrida entre 12 e 36 horas antes de Pedro Henrique morrer. Duas costelas tinham sido quebradas cerca de 30 dias antes.
Para os médicos, essas marcas de violência configuram o que eles de ‘síndrome da criança espancada’.
O casal negou que o garoto vinha sendo submetido a espancamento e disse que as fraturas ocorreram na ambulância em que o menino foi transportado para ser socorrido em um hospital. Claro, ninguém acreditou nisso.
Uma professora de Pedrinho contou que o menino aparecia na escola com marcas roxas no corpo e que ela perguntou à mãe o que era aquilo. Kátia teria admitido que o padrasto era “muito enérgico”.
O casal (foto) morava em um condomínio de classe média na cidade de Araraquara (SP). Vizinhos relataram que Juliano e Kátia discutiam muito. Em uma das vezes, o padrasto teria dito: “Não agüento mais; uma hora vou acabar matando esse moleque".
No dia em que Pedrinho morreu, Kátia teria gritado: ‘Pára, pára, chega, Juliano’.
Com base na perícia e em testemunhos, o promotor José Roberto Marques estima que a tortura ao menino tenha se prolongado por mais de um ano.
Na denúncia de 12 páginas que apresentou a Justiça, Marques escreveu que Gunello submetia o garoto “a tratamento físico desumano, mediante agressões múltiplas e graves, a título de correção e imposição de disciplina, com o consentimento da mãe, que a tudo assistia e de nada discordava.”
A pena mínima para tortura é de 9 anos e 4 meses de prisão.
> Padrasto amarra enteado de 2 anos na cama; mãe estava no bar. (agosto de 2008)
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