O procurador Francisco Cembranelli já tinha comentado: os advogados de defesa de Alexandre Nardoni, pai de Isabella, e Anna Jatobá, madrasta, estão procurando retardar o andamento da ação penal.
Pois bem: ontem, a perita Delma Gama (foto), 67, contratada pela família Nardoni, faltou pela segunda vez a uma audiência marcada para às 9h com a Justiça em Salvador – domicílio dela.
Como da primeira vez, em 21 de agosto, ela alegou estar doente. Mas o juiz da 1ª Vara de Salvador, Cássio Miranda, determinou que à tarde uma junta médica fosse à casa dela para verificar a sua saúde.
E o que a dona Delma fez?
Embora tenha alegado que não podia se locomover para se apresentar ao juiz, ela, mais que depressa, pegou o seu carro, tentou fugir da perícia e bateu em um carro policial que acompanhava os médicos. Das testemunhas, só falta a Delma para ser ouvida.
Se a atitude da perita fizer parte da estratégia dos advogados Ricardo Martins e Marco Pólo Levorin e do pai de Alexandre, o Antônio (também advogado), como sugere Cembranelli, trata-se então de um jogo sujo que só vai piorar a imagem da família Nardoni diante da opinião pública e provavelmente diante dos futuros componentes do júri.
“Considero este caso inusitado”, disse o juiz Miranda, a propósito da tentativa da fuga da perita. “Como a perícia não comprovou a incapacidade de ela se locomover, em tese ela estará incorrendo em um crime de desobediência à Justiça.”
A nova audiência foi marcada para logo, para sexta agora, 12. Se ela não se apresentar ao juiz por livre e espontânea vontade, será pela força policial. E, depois de prestar o depoimento, a Delma corre o risco ser presa.
Cembranelli acredita que os advogados da defesa procuram ganhar tempo porque contam com a possibilidade de que surja um foto novo que desvie a atenção da população do caso da menina que na noite de 29 de março deste ano foi jogada pela janela do sexto andar do apartamento do seu pai.
ATUALIZAÇÃO
Ao final da manhã desta terça (9), Delma Gama saiu de cadeira de rodas da clínica onde se internou alegando dores do corpo, após tentar fugir de uma junta médica nomeada pela Justiça para examiná-la.
Ainda na clínica, ela foi visitada pelo delegado Joelson Reis, que lhe comunicou que tinha sido indiciada por flagrante de desobediência judicial.
Ela foi escoltada até a 1ª Delegacia, onde prestou depoimento ao delegado titular Omar Andrade. Delma negou que tenha sido desobediente para com a Justiça.
Por duas vezes ela deixou de comparecer à audiência, alegando problemas médicos.
De acordo com relato do Globo Online, o promotor Jânio Braga fez ironia: “Pela quantidade de atestados médicos, não sei como ela está viva”.
Comentários
Força para o promotor Cimbranelli, homem digno de verdade, o que está faltando nesse país. Mais força para a mãe da menina, que jamais deixe de lutar pela justiça.
Repúdio aos advogados dos assasinos e mais repúdio ainda ao Antônio Nardonni, que de mafioso parece que não só tem o nome.
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