O taxista Paulo Roberto Soares se emocionou nesta segunda (1) ao se defrontar pela primeira vez com os PMs suspeitos de matarem o seu filho João Roberto Amaral, de 4 anos.
Durante a audiência no 1º Tribunal do Júri, no Rio, ele gritou:
"Assassinos. O que vocês fizeram foi covardia. Mataram meu filho, uma criança indefesa. Não consigo mais dormir, não consigo mais comer. Foi covardia, assassinos."
O taxista teve de ser retirado do Tribunal pelos seus advogados. Ele foi ao Tribunal acompanhar a sua mulher, a advogada Alessandra, que prestou depoimento como testemunha ao juiz Paulo de Oliveira Lanzellotti Baldez. O juiz ouviu outras cinco pessoas.
No domingo 6 de julho, às 19h40min, dois PMs metralharam o carro de Alessandra, confundindo-o com o veículo em fuja de dois bandidos. Dentro do carro, além de Alessandra, estavam um bebê de 9 meses e João Roberto (foto), que foi alvejado por três tiros: um no glúteo esquerdo, outro na orelha esquerda (de raspão) e o terceiro na parte frontal do cérebro. O menino morreu no hospital.
Defronte ao hospital, Soares fez um comovente depoimento aos jornalistas: “Eles [os PMs] não tiveram piedade, eles não tiveram pena, eles vieram para executar, que polícia é esta?” (vídeo abaixo).
Os acusados pela morte do menino são o cabo Willian de Paula e o soldado Elias Gonçalvez da Costa, do 6º Batalhão da PM.
João Tancredo, advogado do casal, disse que, pelo comandante do 6º BPM, coronel Ruy Loury, soube que somente após esse caso que os soldados da PM começaram a fazer reciclagem de abordagem.
Os suspeitos estão presos e ainda não há previsão da data do julgamento.
> Pai desespera-se com a morte do filho metralhado por PMs. (7 de julho de 2008)
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