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Juiz inocenta mãe acusada de pôr cocaína em mamadeira

Danielle
Daniele foi espancada na cadeia e perdeu uma visão
por Fabiana Marchezi, do Estadão

A Justiça de São Paulo inocentou na última sexta-feira, 29, a dona de casa Daniele Toledo do Prado (foto), 23, que em outubro de 2006 ficou 37 dias presa, acusada de matar a filha Vitória Maria do Prado Iori Camargo, de 1 ano, por colocar cocaína no leite da mamadeira.

De acordo com a Justiça, o juiz Marco Antônio Montemór, da Vara Criminal de Taubaté, no Vale do Paraíba, considerou a denúncia improcedente. Em sua sentença, o magistrado diz que "não foi convencido da materialidade do crime e não há provas diretas ou indiretas que incriminem a acusada".

A absolvição de Daniele foi pedida, inclusive, pelo promotor João Carlos Camargo Maia, que a havia denunciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio cruel, pedindo pena de 280 anos de cadeia. Na época, a denúncia foi feita com base em laudo preliminar, que acabou desqualificado quando o Instituto Médico Legal e uma contraprova deixaram claro que não havia cocaína na mamadeira.

Ainda na sentença, o juiz declarou que "não se mostrou, ainda e finalmente, que alguma ação ou omissão materna tenha relevância causal inequívoca (ou suposta que fosse, ainda que por mera suspeita), com o resultado morte, cuja causa também é desconhecida".

Daniele Toledo do Prado foi acusada de colocar cocaína na mamadeira da própria filha. A menina, de 1 ano e 3 meses, morreu em outubro de 2006. Acusada e presa, ela sofreu diversos traumas na cadeia. Foi espancada e perdeu parte da visão e da audição do lado direito.

No entanto, as agressões a Daniele começaram antes dela ser presa. Quando ainda lutava pela vida da filha, entre uma internação e outra no Hospital Universitário de Taubaté, diz que foi abusada sexualmente por um estudante de Medicina. Daniele deixou de sair de casa com medo de ser agredida na rua.

A filha de Daniele, morreu em 29 de outubro, quando estava internada no Pronto-Socorro de Taubaté. Uma médica levantou a hipótese de cocaína na mamadeira. Um exame preliminar usado comumente pela Polícia Civil apontou a presença do entorpecente, e Daniele acabou presa em flagrante. Ela foi colocada em uma cela com 18 presas na cadeia feminina de Pindamonhangaba que, informadas do suposto crime, partiram para a agressão.

No espancamento, Daniele teve uma caneta enfiada no tímpano. Só no dia seguinte às agressões foi hospitalizada e, depois, transferida para o presídio de Tremembé, onde ficou 36 dias, até que outros exames feitos na mamadeira e nas vísceras da criança mostraram que não havia cocaína."

> Juíza manda prender mãe que tentou furtar roupa para filhos. (agosto de 2010)

> Justiça gastou R$ 3.775 em caso de furto de R$ 10. (junho de 2010)

Comentários

Anônimo disse…
Poxa, q história mais estranha... há justiça no Brasil??? Esses fatos têm que ser mesmo bem apurados, ninguém têm o direito de sair acusando alguém sem provas concretas e depois simplesmente dizer que errou...
Anônimo disse…
isso foi uma puts injustiça
com ela.
não tinham nem certeza se era mesmo cocaína e prenderam ela .
só que agora ninguém vai tarzer a filha dela de novo.
REALIDADE CRUEL
Anônimo disse…
É ai que devemos pensar...
Quando a prisão preventiva é boa? quando a pessoa demonstra um risco para a sociedade se ficar solta... mas como uma mãe passa 37 dias presa sem terem feito um exame correto para saber qual substância foi encontrada?
Unknown disse…
Injustiça, cotidiano no Brasil, para os mais pobres.
A imprensa no Brasil precisa ser reformulada e ter um órgão fiscalizador, pelas matérias que são publicadas sem uma investigação mais detalhada do caso concreto.
As matérias e as acusações condenando sem o devido processo legal, e o princípio da presunção da inocência, fazem o pré-julgamento das pessoas, condenando perante a opinião pública inocêntes, como a do caso em tela.
A responsabilidade civil deve recair sobre todos que pré-julgaram e denegriram a honra e o caráter desate vítima.
A responsabilidade cívil deve recair sobre o Estado, swobre os meios de comunicações que divulgaram o fato, para o Brasil, sobre o hospital, e principalmente sobre a médica que pré-julgamento sem uma perícia.
O Ministério público deve ter um órgão fiscalizaor para evitar que alguns menbros deste corpo fação dnúncias sem uma análise e perítos sobre determinados fatos, mesmo ele sendo pró-sociedade,devem ser seus membros responsabilizados por fatos que ferem a dignidade da pessoa humana.

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