Com atraso de duas semanas, Carlos Raimundo Lucas Batista, adjunto da Delegacia de Homicídios de Goiânia (GO), concluiu nesta segunda (2 de setembro) o relatório do inquérito do assassinato de Cara Marie Burke, 17.
O atraso deve-se ao fato de que apenas hoje ter saído o laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML), que foi anexado ao relatório.
Pelo laudo, a inglesa morreu de anemia aguda decorrente da perda de sangue pelo corte da faca que atingiu o seu pulmão esquerdo e parte do coração.
O suspeito Mohammed D'Ali Carvalho dos Santos, 20, confessou ter matado e esquartejado a jovem que ele conhecera em Londres e tinha convidado para passar as férias no Brasil.
Santos disse à polícia que matou a inglesa para que ela não contasse à mãe dele, que então morava em Londres, o seu envolvimento com drogas.
O crime chocou o Brasil e foi destaque na imprensa da Grã-Bretanha pelos requintes de crueldade e frieza do acusado. Santos chegou a tirar fotos do corpo esquartejado para mostrá-lo a amigos.
O laudo revelou que Cara Marie não estava sob o efeito de drogas quando recebeu a facada pelas costas.
Mohammed dos Santos foi indiciado pela polícia por homicídio qualificado, vilipêndio e ocultação de cadáver e corrupção ativa (tentou subornar os PMs que o prenderam). Poderá ser condenado até a 48 anos de prisão.
O promotor de vendas Cristiano Cardoso da Silva, 27, amigo de Santos, foi indiciado como co-autor do crime de ocultação de cadáver. Foi ele quem emprestou o carro a Santos para a retirada do corpo desmembrado do apartamento.
Santos colocou o tronco da Cara Marie dentro da mala de viagem dela e o jogou em um rio que passa por dentro de Goiânia. A cabeça e membros da inglesa ele jogou-os a 30 quilômetros da cidade.
O crime ocorreu no dia 26 de julho, um sábado, e o esquartejamento, um dia depois.
Amanhã, o delegado Batista entreguará o relatório do inquérito ao juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia. Nos próximos dias, o Ministério Público formalizará uma denúncia (acusação) a Santos, dando início à tramitação de ação penal. Não há previsão de quando o acusado irá a julgamento.
O argumento do advogado de defesa tem sido de que Santos estava drogado quando matou a inglesa e, portanto, sem, portanto, condições de avaliar a gravidade de seus atos.
Ivany Carvalho, mãe de Santos, e o irmão Bruce Lee, 22, voltaram de Londres para o Brasil. Eles estão em Goiânia para acompanhar a tramitação do caso de Mohammed.
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