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‘Apanhei da polícia para assumir nove assassinatos'

O motoboy M.L., 28, foi preso em 2003 sob a acusação de nove assassinatos, todos na zona sul de São Paulo. À Folha, M.L. disse que confessou o crime porque foi submetido a torturas por policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

"Levei choque quanto fui preso na rua, levei choque no carro e na delegacia. Usavam uma maquininha preta para dar choque. Doeu tanto que caí de joelho no chão. Na delegacia, apanhei de mão. Davam soco, chutes nas costas", falou.

Mas todo criminoso diz ser inocente, não é mesmo? Mas no caso de M.L., veja só, cinco das acusações caíram por falta de sustentação como “areia em dia de chuva”, escreve o repórter Mario Cesar Carvalho.

Em um dos casos, o juiz descobriu que um suposto companheiro de crime de M.L. o conhecera havia pouco tempo: foi dentro das instalações da polícia, como presos.

Em outra acusação, o motoboy teria matado um rapaz que roubara um passe de ônibus de uma senhora. Mas o filho dela disse à Justiça que a sua mãe usava carteira de idosa – ela não precisava gastar com a compra de passes.

Mas se M.L. afirma que foi torturado, por que nada consta no exame do IML (Instituto Médico Legal), ao qual todo preso é obrigado a se submeter?

O motoboy conta que o exame foi feito assim: ele foi levado ao instituto e, diante de policiais, o médico lhe perguntou se tinha sofrido maus-tratos, sem verificar se havia marcas em seu corpo. Para não apanhar mais, o motoboy disse que não tinha sofrido nada. Essa versão é confirmada por V.T., que também estava lá. Ele foi acusado de ser comparsa do motoboy em um dos homicídios.

M.L. responde às acusações que sobraram em liberdade, mas ficou preso dois anos e meio, embora, de acordo com sua advogada, Alexandre Szafir, tenha sido apontado autor de nove homicídios “porque é abusado e respondão”.

O responsável pelas investigações é o delegado José Vinciprova. Ele nega ter obtido as confissões sob tortura.

Hoje, ele recebeu o prêmio 'Policial do Mês' da Delegacia Geral de Polícia de São Paulo, por ter esclarecido, juntamente com sua equipe, a morte de quatro peruanos envolvidos com traficantes internacionais.  

> Vítima: 'Não foi ele'. Mas mesmo assim juíza condena suspeito. (setembro de 2008)

> Juiz inocenta mãe acusada de pôr cocaína em mamadeira. (setembro de 2008)

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