Andrade disse que previa
apenas um 'castigo' aos jovens
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Em seu depoimento ontem à Justiça, o tenente do Exército Vinicíus Ghidetti Moraes Andrade (foto) chorou quando fez referência a sua família. A TV mostrou a cena. Deve ter sido constrangedor para os oficiais durões da Aman (Academia das Agulhas Negras), onde Andrade passou por rígido treinamento para, entre outras coisas, agüentar todas as possíveis pressões.
Mas homem chorar, seja ou não fardado, não é vergonha.
Vergonha mesmo foi a tentativa de o tenente colocar a culpa em seus subordinados por ele ter entregue três jovens da favela do Morro da Providência a traficantes da favela do Morro da Mineira, no Rio. Um dia depois, os corpos dos três jovens foram encontrados em um lixão da Baixada Fluminense com 47 tiros.
O tenente disse ao juiz Marcello Granado, da 7ª Vara Criminal Federal, que sofreu pressão dos subordinados para dar os jovens aos traficantes como um “presentinho”.
O tenente disse ao juiz que não esperava que houvesse o assassinato dos três jovens, mas apenas um “castigo” por eles terem desacatado a tropa, como se os traficantes, além de serem solidários para com o Exército, fossem do tipo de puxar as orelhas ou dar três coques na cabeça de seus desafetos.
Quando ele e o seu grupo detiveram os três jovens – e há testemunhos de que estes apanharam --, o capitão de plantão determinou a liberação dos rapazes. Mas tenente Andrade, segundo o testemunho de um soldado, teria dito que “estava cagando para o capitão”. E deu no que deu.
Consta que o Alto Comando ficou desolado com o estrago que o episódio tem feito à imagem do Exército.
Seria o caso de se concluir que Exército que tem oficial assim, tão mal formado, não precisa de inimigos.
ATUALIZAÇÃO
Diante do juiz, o tenente Ghidetti chorou, mas quando entregou os três rapazes aos traficantes ele riu, e não foi só uma vez, foram duas. É o que consta no depoimento que o soldado Rafael Costa Sá prestou ao juiz nesta sexta (4). O tenente riu ao colocar os jovens no carro que os transportaria à favela do Morro da Mineira e quando os entregou aos bandidos, dizendo o seguinte: "'Tá' aqui um presentinho para vocês". O soldado Sá é um dos 11 dos militares indiciados pela morte dos rapazes. A informação é da Folha Online.Acompanhe o caso.
Comentários
Que vergonha pro exército.
A mídia não deve perdoar ninguém.
Fatos como estes tem que ser divulgados mesmo até a exaustão.
A postura dele é a mesma de sua instituição, débil e incoerente, incapaz de gerir ou atuar na segurança pública. Lugar de exército é dentro de quartel, lá eles podem brincar em seu mundo imaginário onde até os traficantes lhe obedecem.
Um abraço! E que Deus tenha misericórdia desses militares porque o Judiciário vai vir com tudo.
Eo capitão?porque não fiscalizou a atitude de seu comandado?
Está certo, uma coisa não justifica a outra mas deixemos de ser alienados e vamos parar de dar atenção à esses blogueiros que se escondem atrás de um monitor e nunca cingiram os lombos de responsabilidades que podem redundar em vida ou morte. Estes não deveriam ter sequer o direito de opinar (principalmente com esse sensacionalismo ridículo) sobre tais questões.
Vista você, escritor, uma farda, empunhe um fuzil, suje-se de lama e sangue. Sim, de lama e sangue tanto daqueles que ameaçam a nossa soberania, quanto daqueles que cerram conosco fileiras.
Certamente que há um ponto de equlíbrio e justiça dentro dessa questão. Porém, duro é ter que "ouvir" o questionamento de ignorantes, repito ignorantes como esse tal de Paulo Lopes, de acordo com sua ótica desprovida de experiências.
Você não passa de mais um, capaz de criticar e incapaz de fazer.
Sou militar, sou Oficial e nem por isso digo que este Capitão agiu corretamente. Não, meu corporativismo não é maior do que a verdade.
Mas você, Paulo Lopes, você não é nada além de um crítico.
E se algum dia, suas decisões forem capazes de traçar destinos, se suas ordens forem capazes de fazer com que fiéis homens vão de encontro à morte juntamente com você, sim quando este dia chegar pense muito antes de falar e principalmente de escrever.
Do contrário, enquanto você só for capaz de fazer o que faz (escrever) engula suas pobre e amargas críticas.
Esses "garotos" eram 3 vagabundos!morreram tarde.
E quem quiser falar merda pra mim tá aí meu twitter @douglaslaurindo
Uma história com vários culpados. Uns tiveram a pena de morte, mesmo fora dos termos da lei. Outros acabaram com suas carreiras.
O problema não está no Exército, mas sim nas entranhas da nossa sociedade, onde a lei de Gerson prevalece acima de tudo. Inclusive este mesmo Exército muito contribuiu para o nosso país, mesmo com o investimento quase que inexistente por parte do Governo. É injusto culpar a instituição pelo desvio de caráter desses indivíduos (incluindo aqui os subalternos).
Nesta terra onde o malandro se gaba por ter arrumado um jeitinho e se dado bem, infelizmente acontecem coisas desse tipo.Paciência... A lição a História já nos ensinou e vai continuar ensinando.
Se o inimigo é o mosquito da dengue, o treinamento é dar tapa no mosquito. Para derrotar o inimigo é necessário matar o inimigo.
Quer dizer que nesse caso os subordinados pressionaram o superior e o superior não aguentou a pressão.
Será que pra ser admitido na AMAN, ele imaginou as respostas dos testes e acertou na sorte?
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