O governo concedeu hoje anistia a João Cândido Felisberto (foto), que passou para a história como o “Almirante Negro”.
Sob a liderança de Felisberto, durante seis dias de 1910, de 22 a 27 de novembro, houve um motim: dois mil marinheiros se insurgiram contra os castigos físicos dos quais eram vítimas por parte dos oficiais.
Abolidos em 1889, com a Proclamação da República, os castigos foi restabelecidos já no ano seguinte, com os seguintes critérios: "Para as faltas leves, prisão a ferro na solitária, por um a cinco dias, a pão e água; faltas leves repetidas, idem, por seis dias, no mínimo; faltas graves, vinte e cinco chibatadas, no mínimo."
Houve forte repressão ao motim e seis oficiais foram mortos; e a Marinha brasileira nunca mais seria mesma. Passou a ser referência de exemplo histórico de retrocesso no reconhecimento da dignidade humana.
Cândido escapou de ser assassinado e morreu de câncer aos 89 aos, no Rio.
A proposta de conceder indenização aos descendentes dos marinheiros daquela época foi vetada pelo presidente Lula para falta de dinheiro. O benefício exigiria algo em torno de R$ 1 bilhão.
A iniciada da concesão de anistia ao "Almirante Negro" partiu do Senado e da Câmara dos Deputados. Dos oificais da Marinha é que não foi.
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