Do Estadão, por Isabel Sobral e Tânia Monteiro
As centrais sindicais vão receber um reforço de caixa anual de cerca de R$ 100 milhões da contribuição sindical obrigatória - correspondente a um dia de salário por ano do trabalhador, descontado na folha de pagamento -, mas estarão livres de prestar contas ao Tribunal de Contas da União (TCU). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem a lei de reconhecimento das centrais dos trabalhadores, mas vetou o artigo aprovado pelo Congresso que obrigava a detalhar os gastos do também chamado imposto sindical ao TCU.
Comento: eis aí mais um prova de que o Brasil está sob uma república dos sindicalistas. A CUT e a Força Sindical, outrora inimigas ferrenhas entre si, mas hoje aliadas, têm todos seus atendidos pelo ex-sindicalista e presidente Lula.
Lula disse que, se o TCU tivesse acesso às contas das centrais sindicais, seria uma intervenção indevida do poder público não prevista na Constituição.
É sempre assim: a república dos sindicalistas sempre arruma uma desculpa para não prestar contas do uso do dinheiro.
A contribuição sindical não deveria ser obrigatória – é uma herança maldita de Getúlio Vargas. Mas, em sendo, o trabalhador deveria ter direito de ter fiscalizado a aplicação do seu dinheiro. Talvez assim as centrais sindicais tenham mais dificuldades para desviar dinheiro para campanhas políticas, principalmente para as do PT.
O veto à fiscalização do uso da contribuição sindical pelo TCU equivale à determinação do governo para que praticamente todos os gastos presidenciais sejam mantidos sob sigilo.
Ou seja, os sindicalistas e o ex-sindicalista Lula (se é que deixou de sê-lo) querem gastar o dinheiro do trabalhador e do contribuinte sem prestar conta.
Isso tem um nome: malandragem.
> Veto de Lula impede TCU de fiscalizar imposto sindical. (Estadão)
> TCU critica o veto do presidente. (Folha)
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