A manchete da Folha de hoje confirma a informação que Veja publicou no fim de semana e que foi contestada pelo governo e seus aliados. Eis a verdade: foi feito, sim, um dossiê dos gastos de FHC e sua mulher, da época em que ambos estavam no Palácio do Planalto.
A ordem para o levantamento desses dados – informa o jornal – partiu de Erenice Alves Guerra, braço direito da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), conforme apurou o jornal.
Veja já tinha informado que o dossiê foi elaborado para chantagear os tucanos da CPI dos cartões de crédito a não pedirem a quebra do sigilo das contas de Lula e sua mulher, a Marisa.
Agora, a situação se complicou: o ex-presidente FHC autorizou por escrito a abertura de suas contas, e os tucanos estão exigindo o mesmo do Lula.
Erenice diz que não convocou secretários dos ministérios para discutir o “levantamento” das informações. Mas reconheceu que a Casa Civil está coletando informações de fundos entre 1998 e 2002 (governo FHC). Por que essa coleta está sendo feita justamente agora, ela não explicou. Ou melhor, deu uma desculpa esfarrapada: os dados estavam sendo juntados na "expectativa" de que viessem a ser solicitados pela CPI.
A Folha, como a Veja, teve acesso a um trecho do dossiê (ou “levantamento” de gastos do governo tucano). Em 13 páginas, o nome da Ruth Cardoso é citado 23 vezes. Constam como sendo dela despesas como locação de veículos, com hospedagem em hotéis, com a compra de 24 sabonetes infantil, balinhas sortidas, óculos de natação, rondeli de espinafre, unha postiça, óleo para corpo e escova de dente.
Se esse era o grande escândalo que Erenice e a Dilma (e por extensão o PT) estavam preparando para atingir o ex-presidente FHC, pode-se dizer que seria um fiasco. Não é nada que chegue sequer nas unhas do mensalão.
Escândalo mesmo foi a montagem do dossiê, um jogo sujo ao qual o PT tem recorrido com freqüência.
> Íntegra da reportagem da Folha.
> Governo faz dossiê dos gastos do FHC, mas não os do Lula.
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