O presidente Lula vai fazer o que o TCU (Tribunal de Contas da União) vem pedindo há tempos: que os detentores de cartão corporativo do governo não saquem em espécie porque, nesse caso, não dá para saber o destino do dinheiro. No ano passado, do total de R$ 75,6 milhões gastos com os cartões, R$ 45 milhões foram de saque de grana viva. Uma farra com o dinheiro público.
Mas a determinação presidencial já vem com uma brecha: em casos de emergência, os ministros poderão pegar na boca do caixa até R$ 8 mil e depois terão de prestar contas do uso desse dinheiro.
Ocorre que o cartão já foi criado (pelo FHC) para gastos emergências. E qual é para o governo a definição de "gastos emergenciais" ?
Já que o governo se mostra interessado em moralizar o uso do cartão, ele poderia publicar na internet a prestação de contas dos R$ 45 milhões sacados em 2007. Mas isso, claro, ele jamais fará. Afinal, como disse Delúbio Soares quando ainda era tesoureiro do PT, transparência demais "é burrice".
A recordista de gastos com cartão, a ministra Matilde Ribeiro, está sendo pressionada pelo Palácio do Planalto a pedir demissão. Até agora, a ministra finge que não é com ela e vai ficando.
A ministra deve ser demitida, sim. Aliás, como já escrevi, se tivesse um pouco de vergonha na cara, ela já teria deixado o governo alegando “motivos pessoais”. Mas a Matilde, se for mesmo defenestrada, será apenas um bode expiatório para acalmar a imprensa e livrar a cara dos outros ministros.
O site Contas Abertas selecionou alguns gastos curiosos, como o do ministro Orlando Silva (Esporte), que deixou R$ 200,00 na Churrascaria Boi Preto. O ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) bancou com o cartão uma conta de R$ 200,00 no restaurante Hickmann e outra de R$ 100,00 no estabelecimento de nome Inácia de Fátima Medeiros.
Que raios de gastos emergenciais são esses?
> Mais Matilde Ribeiro.
> Gastos curiosos com o cartão corporativo. (Contas Abertas)
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