Embora o cartão corporativo do governo tenha sido criado para gastos emergenciais, um assessor do Palácio do Planalto tem utilizado-o para comprar carnes importadas e especiais, como a de coelho, para as residências oficiais do Lula. A informação é da Veja desta semana.
Toda e qualquer compra de alimentação para o presidente teria de ser feita por licitação.
O titular da Secretaria de Imprensa da Presidência, Franklin Martins, disse que as informações sobre as compras para as residências oficiais não deveriam vazar para a imprensa. Informou que vai apurar esse “ato de transgressão”.
Ou seja, os gastos da Matilde Ribeiro, agora ex-ministra da Integração Racial, puderam ser liberados para divulgação pela imprensa, mas os da dispensa do Lula são segredos de Estado.
Segue trecho da reportagem da Veja:
José Henrique de Souza aparece no organograma do governo como assessor especial de atendimento ao gabinete pessoal do presidente da República. Apesar do título pomposo, não dá expediente no Planalto. Seria mais próprio dizer que ele é o despenseiro oficial da República. Sua tarefa é abastecer as cozinhas e as adegas do Alvorada e da Granja do Torto, as residências oficiais de Lula. No ano passado, ele gastou 55.400 reais nos supermercados Pão de Açúcar. Pagou outros 23.800 reais à casa de carnes Reisman, um açougue brasiliense conhecido por vender os melhores cortes de carne para churrasco da capital federal. Entre as especialidades do Reisman estão as carnes argentinas, do gado tipo Red Angus, mais macio e tenro que o nacional. Lá, o quilo da picanha argentina custa cerca de 48 reais. O Reisman também se orgulha de ter à disposição de seus clientes um dos pratos prediletos do presidente: carne de coelho. Custa 26 reais o quilo. Muitos brasilienses consideram que o Mercadinho La Palma vende os vegetais mais frescos da cidade – e também aqueles que são mais caros e difíceis de encontrar. Lá, Souza deixou 14 800 reais. Em padarias, foram 1 200 reais. O despenseiro ainda forniu as adegas presidenciais. Gastou 2 400 reais na Wine Company. Souza cuida bem da mesa do chefe, mas, se for essa a única ou mesmo a principal fonte de abastecimento da cozinha presidencial, não se pode afirmar que os gastos sejam exagerados. O que é estranho é o modo de pagamento, à vista, com cartão. O mais adequado é que os fornecedores da Presidência sejam escolhidos por licitação pelo critério da qualidade e do menor preço.”
> Mais farra do cartão corporativo.
> Governo Lula faz dossiê sobre gastos do FHC.
xxx
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