A Comissão de Ética Pública, entidade vinculada ao Palácio do Planalto, está dando ao caso dos gastos com cartão de crédito corporativo da ministra Matilde Ribeiro, da Promoção da Igualdade Racial, a seriedade que merece.
O presidente da Comissão, Marcílio Marques Moreira , diz que a ministra extrapolou tanto que ela pode ter cometido um crime que lesou os cofres públicos. “Pode haver implicações legais”, afirma ele.
Embora ninguém saiba exatamente o que ela fez até agora pela igualdade racial, embora esteja no governo desde o primeiro mandato do Lula, Matilde gastou no ano passado R$ 171.500,00 com o cartão. Entre os ministros, alguns deles também perdulários, ela foi a campeã.
Ela gastou R$ 126 mil com aluguel de carros, R$ 35.700,00 com hotéis e resorts, R$ 4.500,00 com bares, restaurantes e padarias, R$ 4.800,00 com despesas diversas (vai saber que gastos são esses) e R$ 460,00 com free shop.
A ministra afirma que tudo foi despesa com o trabalho, exceto o do free shop – nesse caso, diz, ela usou o cartão por “engano”, e os R$ 460,00 foram devolvidos aos cofres públicos. Engano? A ministra pensa que os brasileiros são otários.
Moreira encaminhou o caso dela à CGU (Controladoria Geral da União), para que os gastos sejam investigados.
Em um país onde a farra com o dinheiro público não é tanta como no Brasil, a Matilde já teria sido convidada a deixar o governo. Ela própria, aliás, já deveria ter se demitido alegando “motivos pessoais”.
Mas nada vai ocorrer com a ministra nem com seus colegas que fizeram a festa com o cartão. No ano passado, o total dos gastos com cartão chegou a R$ 75,6 milhões – 75% dessa quantia corresponderam a saques em dinheiro.
Pelo menos é de se esperar que a dona Matilde daqui para frente modere seus gastos, hospedando-se menos, por exemplo, no hotel cinco-estrela Pestana, defronte à Praia de Copacabana, no Rio. No ano passado, ela esteve lá 22 vezes.
> Ministros fazem a farra com cartão de crédito.
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