Prefeitura de SP reduz carne e hortaliças de merenda

A Folha noticia hoje mais um escândalo envolvendo a merenda escolar em escolas municipais. Primeiro, o jornal informou que empresas fornecedoras de refeições estavam pagando bônus a merendeiras para colocar mais água no molho de tomate, servir só meia maçã etc., de modo a lucrar mais. Agora, os jornalistas José Ernesto Credendio e Alencar Izidoro apuraram que, a pedido da Nestlé, a prefeitura de São Paulo reduziu, nas especificações de uma licitação, a quantidade de carne, frango e verdura de sopa desidratada de um programa que reunirá pais e alunos aos sábados.

No primeiro caso, empresas subornaram merendeiras, mas agora o escândalo envolve a própria gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM), foto, e uma das maiores multinacionais de alimentação do mundo, a Nestlé, que sempre diz que zela pela sua credibilidade.

Estava previsto que a sopa desidratada teria 7 kg de carne, 2 kg de cenoura e 3 kg de diversas hortaliças. Pois agora, com mudança no texto da licitação, a sopa terá apenas 0,5 kg de carne, 0,8 kg de cenoura e 1 kg de diversas hortaliças.

Houve, portanto, uma substancial redução nas porções dos ingredientes. Se não fosse assim, a Nestlé não poderia participar da licitação de compra de 750 toneladas por mês da sopa. Aparentemente, a empresa não tem uma sopa que atenda as exigências iniciais da licitação.

Andréa Galante, presidente da Associação Brasileira de Nutrição, declarou ao jornal que a atitude da prefeitura é incompreensível do ponto de vista nutricional: “Baixar a quantidade de verduras e hortaliças vai contra aquilo que preconiza a Organização Mundial da Saúde”.

Que a sopa volte a ter a carne e as hortaliças previstas inicialmente. E que Kassab tente dar uma explicação convincente para a alteração na licitação –o que, pelo jeito, não vai ser fácil.

> Empresas são acusadas de roubar na merenda escolar.

> O que já saiu neste blog sobre Gilberto Kassab.
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