Peri teve de submeter nota do comando a Jobim
Sabe-se agora que o ministro Nelson Jobim (Defesa), ao afirmar que quem reagisse ao lançamento do ‘Direito à Memória e à Verdade’ “teria uma resposta”, não foi uma provocação às Forças Armadas, mas um aviso, porque ele teve a informação de que o Alto Comando ia criticar com contundência o livro que registra quase 400 casos de torturas e assassinatos pelos órgãos de repressão da ditadura militar (1964-1985). Jobim inclusive ameaçou demitir o comandante do Exército, Enzo Peri, por insubordinação.
Mesmo assim, os comandantes militares divulgaram uma nota ressaltando que a história tem várias versões, a importância da anistia etc. Além de ser amena, bem diferente daquela que os militares pensaram redigir inicialmente, a nota teve se apresentada a Jobim, por exigência deste e com o apoio do presidente Lula. Jobim apenas mudou o tempo de um verbo e liberou a nota.
De certa forma, o ministro da Defesa se impôs, mas continuo achando que os comandantes militares não deveriam emitir nota alguma. Eles deveriam se manter em seu devido lugar, nas casernas, obedientes aos seus superiores, no caso o ministro Jobim e o presidente Lula.
Se o Planalto decidiu editar o livro sobre a tortura e a matança pelo Estado na época da ditadura, os militares não têm nada com isso. Trata-se de uma decisão de governo, e não cabe aos militares questioná-la.
O livro ‘Direito à Memória e à Verdade’ faz parte da história, ainda que muitas cicatrizes abertas na época da ditadura permaneçam abertas e jamais se fecharão. Mas isso é natural, porque ninguém pode impedir que um pai se conforme com a perda de um filho.
Hoje os tempos são outros, de democracia consolidada; e os militares têm de se convencer disso de uma vez por toda.
Sabe-se agora que o ministro Nelson Jobim (Defesa), ao afirmar que quem reagisse ao lançamento do ‘Direito à Memória e à Verdade’ “teria uma resposta”, não foi uma provocação às Forças Armadas, mas um aviso, porque ele teve a informação de que o Alto Comando ia criticar com contundência o livro que registra quase 400 casos de torturas e assassinatos pelos órgãos de repressão da ditadura militar (1964-1985). Jobim inclusive ameaçou demitir o comandante do Exército, Enzo Peri, por insubordinação.
Mesmo assim, os comandantes militares divulgaram uma nota ressaltando que a história tem várias versões, a importância da anistia etc. Além de ser amena, bem diferente daquela que os militares pensaram redigir inicialmente, a nota teve se apresentada a Jobim, por exigência deste e com o apoio do presidente Lula. Jobim apenas mudou o tempo de um verbo e liberou a nota.
De certa forma, o ministro da Defesa se impôs, mas continuo achando que os comandantes militares não deveriam emitir nota alguma. Eles deveriam se manter em seu devido lugar, nas casernas, obedientes aos seus superiores, no caso o ministro Jobim e o presidente Lula.
Se o Planalto decidiu editar o livro sobre a tortura e a matança pelo Estado na época da ditadura, os militares não têm nada com isso. Trata-se de uma decisão de governo, e não cabe aos militares questioná-la.
O livro ‘Direito à Memória e à Verdade’ faz parte da história, ainda que muitas cicatrizes abertas na época da ditadura permaneçam abertas e jamais se fecharão. Mas isso é natural, porque ninguém pode impedir que um pai se conforme com a perda de um filho.
Hoje os tempos são outros, de democracia consolidada; e os militares têm de se convencer disso de uma vez por toda.
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