Pelo fato de o coronel de reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra (foto) estar respondendo a processo cível para que seja declarado torturador do regime militar, um grupo de pessoas que atuaram em órgãos de repressão estuda a possibilidade de ir à Justiça para que ela declare os ex-integrantes das organizações da luta armada como “terroristas”. A informação é do Estado de S.Paulo.
Ustra recentemente foi homenageado com um almoço no Clube Militar, no Rio. Na oportunidade, em discurso muito aplaudido, disse ser alvo da “vingança dos derrotados de 1964, muitos dos quais hoje se encontram no poder”.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), que pegou em armas contra o ditadura, disse não estar nem um pouco preocupado com as intenções de Ustra:
Estou com outras questões no momento e realmente não posso olhar para trás. Tenho pouquíssimo tempo para questões do século passado.
Ustra critica os “terroristas” que hoje se encontram no poder –e esse nem é o caso do Gabeira–, mas o governo Lula até que tem sido bonzinho com os órfãos da ditadura. Até agora, por exemplo, para não ferir suscetibilidades, Lula não liberou para pesquisa e divulgação os documentos da época da ditadura, embora tais papéis já façam parte da história do país.
Inédito: militar vai responder pela ditadura.
Militar acusado de tortura não vai à audiência.
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