Do Estadão de hoje:
No almoço organizado ontem por petistas para comemorar o retorno do deputado Ricardo Berzoini (SP) à presidência do PT, os ministros Walfrido dos Mares Guia (Turismo), Nelson Machado (Previdência) e Mathilde Ribeiro (Políticas para Mulheres) desembarcaram diante do restaurante Feitiço Mineiro - tradicional reduto de petistas - em carro oficial. A pajelança contou com a participação de políticos do PTB - como foi o caso de Mares Guia e do líder do partido, José Múcio (PE) - e do PC do B, já que a disputa para a presidência da Câmara e a união da base aliada foram os principais temas do encontro. O presidente da Câmara e candidato à reeleição, Aldo Rebelo (PC do B-SP), usou carro oficial.
Os ministros Tarso Genro (Relações Institucionais) e Paulo Bernardo (Planejamento) compareceram, mas não com carro oficial. Bernardo tomou um táxi. Quando era ministro da Previdência, o próprio Berzoini recorreu ao carro oficial para ir a encontro do PT, em 2003. Questionado à época, disse que achava “uma hipocrisia” a exposição dos ministros por causa desse assunto. “Sou ministro em tempo integral”, alegou na ocasião.
O pior não é o uso de carro oficial num evento partidário. É que os senhores ministros não se importam de ser pegos em flagrante. Não têm pudor. É como se eles, numa afronta à sociedade, estivessem dizendo: “Estamos mesmo abusando do dinheiro público. E daí? Alguém vai encarar?” O Ministério Público bem que poderia encará-los. Quem comete pequenos delitos, também pode praticar os grandes.
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