Cratera do metrô vira atração turística

O vídeo acima é um dos que estão disponíveis no Youtube sobre a cratera da linha 4 do metrô de São Paulo. Em 25 segundos, ele mostra o momento em que um caminhão cai no buraco. A maioria dos vídeos postados no site é reprodução de trechos de reportagens da tv.

Embora as emissoras de tevê estejam dando uma cobertura extensiva ao assunto, na disputa pela audiência, muitas pessoas têm preferido ver o buraco ao vivo. Trata-se de curiosos, desocupados, fãs de jornalistas da tv e turistas de passagem por São Paulo nestas férias que querem ver a cratera de perto para depois contar aos amigos. O comércio ambulante se deslocou para o local. Há por ali vendedores de sorvetes, de pipoca, de refrigerantes etc. O fabricante do energético Red Bull, aquele que dá asas, aproveitou a cratera para fazer uma promoção: distribuiu a bebida a bombeiros e curiosos. Uma promoção de mau gosto.

Enquanto isso, ainda não apareceu ninguém do consórcio das construtoras responsáveis pela obra nem do metrô para assumir as responsabilidades pelo desbarrancamento. Representantes das construtoras apenas afirmam que a abertura da cratera se deve ao excesso de chuvas. Mas chove desde que o mundo é mundo, em algumas ocasiões mais e em outras menos, e os cálculos da engenharia levam (ou deveriam levar) em conta esse “detalhe” da natureza. A desculpa das construtoras é ofensiva à inteligência da população.

O governador Serra disse que as indenizações terão de ser pagas pelas construtoras, tendo à frente a Odebrecht, a maior do país. Até agora, a Odebrecht, sobre as indenizações, não se manifestou, como se não tivesse nada a ver com o caso. Lamentável.